A VERDADE, O PODER, O AMOR E O SENTIDO DE TUDO ISSO
Assim como outros eu tenho também a respeito do Evangelho muitas duvidas. Eu conheci muitas Igrejas em minha caminhada até hoje, tanto pentecostais, como não pentecostais, pois o resumo da ópera se faz mais ou menos assim: Quem é pentecostal e quem não o é.
Algo que a gente aprende é que a palavra chave que tenta resumir o Evangelho pregado nas Igrejas da Reforma é: A verdade. As Igrejas da Reforma tentam nos explicar, entre outras coisas sobre o que é a Verdade e Cristo é a Verdade. Essas Igrejas são as mais focadas em nos explicar a Bíblia e as Doutrinas da bíblia. Mas isso não nos explica tudo.
Acabamos conhecendo as Igrejas Pentecostais e o foco da mensagem deles é o poder de Deus, unção do Espírito, falar em línguas, pregar debaixo da revelação, orar pela cura, expulsar demônios. Mas também isso não nos explica tudo, pois nem todos tem o dom e nem todo dom é igual.
Indo de volta á Bíblia aprendemos uma nova palavra: o amor. Ai aprendemos que Evangelho se faz de forma horizontal, ajudando quem está ao nosso lado. Mas também persistem os questionamentos sobre o que é a verdade e o que é o poder. Agora já temos três palavras: a verdade, o poder e o amor.
O tempo, os questionamentos e a observação nos trazem uma nova palavra: o sentido das coisas. Qual é o sentido de tudo isso? Algumas verdades me saltam aos olhos, uma delas é sobre os artífices do Tabernáculo, que eram dois. O primeiro era Bezalel (Êx 31.2), o segundo foi Aoliabe (Êx 31.6). O Espírito de Deus veio sobre esses dois homens e eles tiveram conhecimento divino para fazerem o tabernáculo segundo Deus, mas quando o Tabernáculo acabou de ser construído, o Espírito se retirou deles e eles não tinham mais a sabedoria de fazer algo do tipo.
Outro que me lembro é Sansão, que aparentemente era um homem comum, mas quando tinha o poder de Deus ele ficava forte e destruía os inimigos de Israel. O poder de Sansão estava no cabelo? É claro que não. Sansão fora escolhido para ser Nazireu de Deus, quer dizer, separado para Deus, desde o ventre e não poderia fazer algumas coisas como beber vinho e nem cortar o cabelo, como símbolo que era separado por Deus. Mas Sansão tanto bebeu vinho, quanto cortou o cabelo e perdeu a presença de Deus. A imagem é clara, quando o Espírito vinha sobre Sansão ele ficava forte.
O que a gente aprende disso? A gente aprende que o Espírito usa a cada um como precisa ser usado. Se a necessidade do povo é aprender a Palavra, então o Espírito manda a revelação da palavra e inspira homens e mulheres para estudarem a palavra. Se nesses últimos tempos o enfoque está em manifestar o poder de Deus, é porque é preciso o poder. Durante séculos a Igreja focou em aprender a palavra. Presume-se que hoje a Igreja no mundo inteiro sabe a palavra, se não sabe, deveria. Desde os movimentos da igreja Azuza em 1904 o Espírito foi novamente derramado em todo o mundo. Eu penso que uma coisa não pode ficar sem a outra. Vamos operar no poder, mas com o conhecimento da palavra. Porque temos claramente o poder existindo hoje, isso não retira a necessidade de saber a palavra.
O tempo e os choques da vida, nos ensinam mais. Ande à luz da sua consciência. Ser cristão da reforma, ou ser cristão pentecostal ai9nmda não nos explica tudo. E se observarmos mais de perto, vamos notar que cada Igreja, mesmo tendo placas de suas denominações bem claras à porta, ainda assim são muito diferentes uma da outra.
Entrar em choque não nos resolve. Os choques com as Igrejas que conhecemos na verdade não são com as Igrejas, mas com Deus. Nós e Deus. O ser humano quer rotular tudo e até gostaríamos de orações formatadas, mas oramos de um jeito e algo acontece, em outra ocasião oramos do mesmo jeito e nada acontece. Pregamos de um jeito e a congregação recebe alegremente a palavra, pregamos a mesma coisa em outro lugar e a congregação é indiferente. Como se explicam esses contrastes? Não se explicam, é minha explicação. A melhor coisa que faço a respeito da pregação é orar bastante a Deus e ir pregar. Se a Igreja aparenta receber a pregação ou não, não é problema meu. O meu problema é orar o que Deus quer que eu pregue. Durante um tempão eu tentei imitar outros para orar, para pregar e até na maneira de ser, nãos resolveu. Hoje entendo que o Espírito faz como quer e cada um de nós é uma parte nesse imenso Xadrez de Deus. Se eu fizer o eu Deus quer que eu faça, já faço muito e talvez Ele me promova para fazer mais.
Em tudo isso vai surgindo uma nova frase: Não julgue os outros. Eu claramente não gosto do jeito que algumas Igrejas que estão na TV pregam, mas eu não tenho o poder de cura que eles demonstram ter. O pouco que me cabe é a pregação, nisso até posso palpitar, mas não no que não faço. Então o melhor é orar a minha oração que oro mesmo, quando se forma uma fila e oração na Igreja e pregar o que eu prego do meu jeito.
A verdade pregada durante séculos pelos irmãos mais tradicionais parecem não responder tudo. O poder usado pelo poder sem a interpretação da palavra faz menos sentido ainda e pior, ainda corrompe e faz pessoas se perderem. Quem tem palavra precisa aprender o poder do Espírito e quem tem o poder do Espírito precisa da palavra. Em tudo isso se reconheça em Deus e ande à luz da sua consciência. Saiba você qual é o seu chamado e o cumpra. Duas coisas não podem faltar aos cristãos ainda: o amor e não julgar os outros. Na época da Igreja Primitiva, havia muita necessidade de que o amor de Deus fosse demonstrado entre os irmãos e o foi. Julgar os outros, ou julgar Igrejas inteiras é um problema. Erros tem pra todo lado. Sempre dá pra melhorar alguma coisa e acho que os próprios membros tem que falar o que não está bom e precisa melhorar. Se nos julgássemos não precisaríamos ser julgados . Julgar a nossa Igreja e criticar para o bem as pregações de nossas Igrejas, ou os horários extendidos de nossos cultos, ou a altura do som, da Igreja que frequentamos é uma coisa. Outra coisa é criticar a Igreja dos outros que nós não frequentamos.
O Espírito sopra onde quer, quer dizer, Ele faz da maneira que acha melhor para a Igreja, conforme a necessidade do povo, da época e conforme o plano de salvação. Os tradicionais que tentam dizer que não existe mais os dons do Espírito hoje, não estão ajudando, pois não é verdade, vemos os dons a todo o tempo, todos os dias, quer alguns reconheçam ou não. Os pentecostais quererem operar nos dons como se a palavra revelada durante séculos e séculos não fosse importantíssima, também não ajuda nada. Os Corintios eram os que tinham todos os dons, mas eram também os que tinham mais problemas de todas as Igrejas da Bíblia.
Acho que o resumo de tudo isso bem pode ser: Ande á luz da revelação que o Espírito lhe der. Só ande no Espírito. Só isso. Só ande no Espírito, como o Espírito lhe direcionar.
Amem.
Paulo Sergio Larios