A HISTÓRIA DO PAPEL AMASSADO E DA FOFOCA – 02/06/2010

“Ouve-me, ó Deus, quando faço a minha queixa; protege a minha vida do inimigo ameaçador. Defende-me da conspiração dos ímpios e da ruidosa multidão de malfeitores. Eles afiam a língua como espada e apontam como flechas, palavras envenenadas. De onde estão emboscados atiram no homem íntegro; atiram de surpresa, sem qualquer temor. Animam-se uns aos outros com planos malignos, combinam como ocultar as suas armadilhas, e dizem: "Quem as verá?”Tramam a injustiça e dizem: "Fizemos um plano perfeito!"A mente e o coração de cada um deles o encobrem! [...]Alegrem-se os justos no Senhor e nele busquem refúgio; congratulem-se todos os retos de coração! “(Salmos 64:1-6, 10) Pegue um papel branco, limpo e sem nenhum amassado, olhe bem para ele e veja como seu estado e forma.

Agora o amasse o máximo que conseguir. Amassou? Ok! Você irá voltá-lo ao estado anterior, ou seja, vai tentar colocá-lo como veio da loja, sem amassado e sem marcas. Você pode até utilizar um ferro de passar roupas se desejar. Passe bem passado e compare a um novo para ver se ficou igual. NÃO conseguiu? A imagem que está a sua frente é outra, não é? Deixe esse papel de lado e vamos pensar. Quando vamos à outra pessoa para denegrir sua imagem, fazemos igual a esse papel. Pegamos sem nenhuma marca e o deixamos todo marcado com nossa inveja, nosso ódio e nossa vontade de destruição. Por mais que tentemos arrumar as coisas, depois de vir à tona a fofoca, jamais conseguiremos deixá-lo como era antes. Sempre que olharmos para a pessoa, lembraremos do que foi feito e ela será alvo do que fizemos. A fofoca tem o outro lado, aquele que dói quando chega em nosso quintal. Mas quando estamos falando do OUTRO, temos todas as desculpas para alimentar aquele sentimento. Existem umas desculpas que eu gosto muito de refletir sobre e são: - Estou falando não como fofoca, mas para que você saiba o que está acontecendo. Outra: - Eu não gosto de falar da vida alheia, mas este fato me deixou intrigada. Existem outras muito interessantes e talvez você conheça muitas, mas ficaremos somente com estas.

A fofoca trás marcas para quem é alvo dela. Uma delas é a quebra de amizades antigas. Pessoas que se relacionam bem e são intimas, mas que dão asas a fofocas alheias e se deixam levar por conversas envenenadas, caem como “patos” e perdem relacionamentos. Parece que a verdade não estava na força da amizade, mas em uma conversa saída do inferno. Sai em meio de um treinamento que ministramos e fui tomar um café. Lembrei de uma colega que estava de plantão na porta da igreja e então comprei pra ela um salgadinho. Na volta, assentei com ela naquele lugar frio e ficamos ali ouvindo o professor. Em um dado momento ela olha pra mim com um sorriso sem graça e falou: - Você realmente gosta de mim? Eu disse: claro, a primeira pessoa que comprimento é sempre você. Procuro, que seja um minuto, para nos falarmos. Os olhos dela lacrimejaram e ai me falou: uma PESSOA (já notaram que estas PESSOAS nunca têm nome? É impressionante como elas sempre são protegidas por esse pseudônimo) falou que não sabe como eu converso com você se você me odeia. Olhei bem para ela, procurei seus olhos para falar, coisa que não gosto muito de fazer, mas olhei e respondi: - Manda vir me perguntar por que não gosto de você. E fiquei em silencio. Se eu desejo saber algo, não seria mais fácil ir até a pessoa que eu desconfio e perguntar o que pensa ou o que senti? Confuso, NÃO É? Mas é assim mesmo, PERGUNTAR. Normalmente o que nós pensamos nunca se refere à realidade vivida. Mas é tão mais fácil dar vazão a minha imaginação e sair falando como se ela fosse a verdade absoluta. O papel que pedi que amassassem é o nome da pessoa que fofocamos.

Ele nunca voltará a ser o mesmo diante dos olhos da fofoca, e piora se tentar provar o contrário, é caminho sem volta. Você fica marcado por uma situação que não construiu e por uma conversa que foi o último a saber. Você fica ali se relacionando bem até que desça essa rajada de palavras em sua mente e não saiba como agir.

Quando se tenta provar o contrário, já está nervoso, chateado e sem confiança, ai acaba falando o que não deve, fazendo tudo errado e amargando a raiva da FOFOCA e de você mesmo por tentar provar algo que deveria ter ficado calado. Jesus disse que precisamos amar o próximo como a nós mesmos. Isso é interessante de lembrar! Quando der vontade de falar mal de alguém, deveríamos nos colocar no lugar do outro e ver como iremos nos sentir.

Assim evitaremos chatear alguém e sermos chateados por outros. O papel que amassamos não serve mais para uma carta, não serve para um recado, pois ficou feio e sem utilidade nobre. O nome do OUTRO também ficou assim. Sempre que penso na fofoca, penso também no meu nome, no meu sono, na minha vida e assim evito ao máximo problemas que podem acontecer. Quando entramos em locais públicos, amamos ver revistas de fofoca ai logo penso: “to fora dessa”. Imagina, você esta tranquilamente deitada à beira da sua piscina e na segunda, ver estampado em um jornal e ou revista sua foto. Isso é desagradável mas há consumo, porque somos fofoqueiros de plantão e gostamos da chamada “noticia alheia”, desde que ela não seja comigo. Jesus foi visitar sua família e os vizinhos ficaram assim: Não é aquele que faz milagres? Não é ele o filho de José, o carpinteiro? Não são eles seus irmãos e irmãs? Jesus não realizou milagres ali, mas ficou constrangido com aquele povo fofoqueiro. Outro texto que me faz pensar sempre é o que fala do navio. Tão grande e é conduzido por um instrumento tão pequeno.

E a língua sendo um órgão tão pequeno, consegue contaminar todo o corpo. Se conseguirmos dominá-la, teremos excelência na vida. Finalizando. Quando for fofocar não pense na fofoca, mas em você. Coloque-se no lugar de quem sua língua coça para “detonar”, coloque-se no mesmo lugar do papel que você acabou de amassar e sentirá a dor de uma língua felina e sem controle. Se ela tivesse osso estaria sempre engessada, por isso talvez Deus a tenha feito sem osso, para que aprendêssemos a dominá-la e não para sermos dominados por ela. “A opressão transforma o sábio em tolo, e o suborno corrompe o coração” ( Eclesiastes 7:9)
Letícia Carrijo
leticiacarrijosa@blogspot.com.br
 
Leticia Carrijo
Enviado por Leticia Carrijo em 13/07/2017
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T6053793
Classificação de conteúdo: seguro