Papai é o Meu Melhor Amigo
Meu filho confia em mim?
Muitos pais fazem para si esta pergunta. Há aqueles que ainda escutam a frase: Meu pai é o meu melhor amigo. Será pura teoria? Creio que estou me esforçando para que essa frase seja verdadeira. Somente o tempo e o futuro irão me responder. É claro que o pai terá que ser sempre o pai. O amigo terá que vir em segundo plano. Mas, não perdendo o fato primeiro de que pai é pai, ele pode ser também o amigo primeiro do filho. O confidente, o confiável, para que ele não procure outro garotos esse sujeito. O pai amigo a qual ele pode confiar e seguir o exemplo em todos os momentos. Aprender as lições de seu pai sem ter que fazer e viver as experiência ruins que o pai viveu e se deu mal. Ninguém precisa colocar o dedo numa tomada e levar um choque pra saber que é ruim, basta alguém dizer e explicar para a pessoa saber disso e não ter que passar por isso.
Tenho dois filhos, uma menina com dez e um menino com cinco, e tenho estado presente em suas vidas, orientando e ensinando aquilo que é certo e o que é errado, muitas vezes a contragosto de ambos, mas é a confiança o ponto principal deste relacionamento. Estamos juntos desvendando os segredos e mistérios que a vida apresenta. Seus questionamentos, suas perguntas, suas descobertas. O filho confia no pai e essa confiança não pode ser quebrada. Isso irá influenciar na futura vivência em sua próxima fase, onde a personalidade em formação estará mais aguçada. Como confidente natural, quero que isso perdure a adolescência e passe pela juventude de forma segura e tranquila.
A criança deve encontrar no pai o primeiro amigo sem nunca deixar de ver o pai. É a primeira pessoa no qual a criança confia, mas, por que, na maioria dos casos, isso não acontece quando a criança chega à puberdade, senão antes? Deveríamos acreditar, se observarmos a realidade, que é uma dessas frases bonitas que se dizem mas que na prática não se dão.
Podemos pensar que a oposição entre duas personalidades - uma já feita, a outra em formação e que a tensão entre a autoridade e a liberdade, tornam impossível que o pai seja o confidente natural de seu filho adolescente. Não acreditamos que seja impossível, mas, como todos os problemas humanos, tampouco consideramos fácil.
Muitos pais adotam com seus filhos a atitude de um "policial", e isto provoca que seus filhos o vejam como um "inimigo". Para esses filhos, os pais só existem para vigiá-los, controlá-los, admoestá-los e castigá-los. Supostamente ainda que negativa, essa também é a função paterna, mas não é a única nem a mais importante. Os "pais policiais" se dirigem a seus filhos com frases como estas: "Como se comportou no colégio? Por que ainda não entregou o boletim? Deve está com notas ruins! Que notas! Aprenda com seu irmão! Não roa as unhas! Que maneira de falar é esta? Onde você estava? Por que chegou tarde? Amanhã não vai sair!
As únicas palavras que esses pais têm para seus filhos são frases secas, cortantes e em certo modo agressivas: é compreensível que o filho 'fuja" de seu pai e o olhe com ressentimento. Não deixará de amá-lo, e o manifestará na primeira ocasião que se apresente, mas não fará confidências; salvo que assim veja a forma de evitar o castigo ou para pedido, em caso extremo, de solução para algum problema que o sufoca.
Os pais devem dialogar com seus filhos. Se os pais querem que seus filhos sejam seus amigos, devem falar com eles. Suas conversas devem ser diálogos e não sermões ou conferências, e devem girar em torno das inquietudes de seus filhos: jogos, diversões, estudos, trabalhos, aspirações e problemas. Não devem esperar que seus filhos iniciem o diálogo. Respeitando a intimidade e personalidade nascente, eles devem dar o primeiro passo. O pai deve se dirigir a seu filho não somente para perguntá-lo se este cumpriu suas obrigações ou para criticá-lo, mas também para estimulá-lo oportunamente, elogiá-lo com prudência, inteirar-se espontaneamente por seus afazeres, valorizar suas ideias e iniciativas, acompanhá-lo em suas emoções e problemas, alegrar-se com suas alegrias e triunfos, consternar-se por suas tristezas e fracassos, levantar seu ânimo quando o vê chateado pelas dificuldades, corrigindo com tato quando o observa arrogante e altaneiro em seus êxitos, confrontá-lo prudentemente com a realidade que ignora e compreendê-lo em sua idade e temperamento. Viver e sentir com ele, e também vigiá-lo, corrigi-lo, admoestá-lo e castigá-lo adequadamente quando for necessário.
"Se quiser a amizade de seu filho, dê-lhe primeiro". A amizade não é a imposição de um vencedor ou de autoridade alguma. A amizade não é uma concessão gratuita, é um dom voluntário que deve ser ganho. Não é tarefa fácil para um pai ganhar a amizade de seu filho, mas se realmente o ama e aponta ao ideal de pai, é possível que a conquiste. O pai que queira conseguir a amizade de seu filho, o melhor que um homem pode brindar a outro, deve brindá-la primeiro.
Tratando-o como a um amigo talvez consiga que seu filho não tenha medo, confie e o veja como um amigo.