A IGREJA DE ABINADABE E A DE OBEDE-EDOM
A HISTÓRIA DO DIA EM QUE ROUBARAM A ARCA DA ALIANÇA
Em 1 Samuel 4 houve uma guerra entre Israel e os Filisteus, que levaram como despojo de guerra a mais sagrada peça de toda a história humana: A Arca da Aliança, que esteve com os filisteus durante sete meses. Esses colocaram a Arca dentro do Templo de Dagom, ao lado de sua estátua. Quando se levantaram no outro dia a estátua de Dagom estava defronte da Arca do Senhor, com o rosto em terra, como se estivesse adorando a Arca do Senhor. Levantaram a estátua e a colocaram novamente ao lado da Arca do Senhor e no outro dia lá estava ela novamente caída, com o rosto em terra, defronte da Arca do Senhor, como se alguém a tivesse movido durante a noite. Só que dessa vez a sua cabeça e mãos estavam quebradas e jogadas na soleira (parte de baixo) da porta. Depois disso a mão do Senhor pesou sobre eles e houve devastações em seus termos. Então eles reuniram todos os seus governantes e lhes perguntaram o que fazer com a Arca dos Israelitas e eles disseram para levar até Gate. Mas estando a Arca em Gate Deus novamente pesou a mão sobre eles e houve pânico entre os moradores. Houve ali uma epidemia de tumores. “Então enviaram a arca de Deus para Ecrom. Quando a arca de deus estava entrando na cidade de Ecrom, o povo começou a gritar: "Eles trouxeram a arca do Deus de Israel para cá afim de matar a nós e a nosso povo".”1 Samuel 5:10
Olhe a continuação dessa história: “Então reuniram todos os governantes dos filisteus e disseram: "Levem embora a arca do Deus de Israel; que ela volte ao seu lugar; caso contrário ela matará a nós e a nosso povo". Pois havia pânico mortal em toda a cidade; a mão de Deus pesava muito sobre ela. Aqueles que não morreram foram afligidos com tumores, e o clamor da cidade subiu até o céu.” 1 Samuel 5:11,12
Os Filisteus guerrearam com Israel e roubaram a Arca, mas enquanto a Arca esteve com eles houveram terrores vindos do Senhor, de tal forma que eles perguntaram para seus adivinhos o que fazer com ela. Eles mandaram então uma oferta de ouro, que deveria ser colocada junto de uma carroça nova, com duas vacas também novas. Se as vacas fossem em direção ao caminho de Israel, eles saberiam que era o Deus de Israel, se não não era Deus. As vacas foram soltas na estrada com a Arca da Aliança e a oferta de ouro, sem ninguém as guiar e foi diretamente para o caminho de Israel, com os filisteus seguindo-a para ver onde ela iria, seguindo-a até a fronteira de Bete- Semes. Os levitas que estavam colhendo trigo, ao verem a Arca se alegraram muito. A carroça parou exatamente ao lado de uma grande rocha (Jesus?). Os levitas então já sabendo o que fazer, cortaram a madeira da carroça e ofereceram as vacas como sacrifício de agradecimento ao Senhor. Os levitas pegaram a Arca e a oferta de ouro e colocaram sobre a Rocha. (Só aqui já dava uma mensagem, com um estranho título: A
Arca Sobre a Rocha, por exemplo.) Durante todo o dia ofereceram Sacrifícios a Deus e com certeza comeram a carne das vacas, é lógico. Foi uma verdadeira churrascada santa. Onde a presença de Deus chega, chega a prosperidade. Glória a Deus.
Só que alguns homens olharam para dentro da Arca, para ver o que havia dentro dela e morreu de Bete-Semes 70 homens. Houve um grande choro e os líderes resolveram manda-la embora. Eles até então não tinham avisado ninguém que a Arca estava com eles, só que agora eles mandaram mensageiros e Quiriate-Jearim, avisando que os filisteus devolveram a Arca. Venham e a levem com vocês, foi o aviso. (1 Samuel 7)
AS DUAS IGREJAS, A DE ABINADABE E A DE OBEDE-EDOM
A Arca foi então levada para Quiriate-Jearim, à casa de Abinadabe, onde consagraram Eleazar, filho de Abinadabe, para guardar a Arca. A Arca permaneceu ali vinte anos, onde todo o povo vinha orar a Deus, pois a Arca sempre significou a presença de Deus. Vinte anos depois Davi inspirado pelo Espírito Santo achou que era a hora de trazer de volta a Arca da Aliança para a cidade de Davi, ou seja, a parte mais antiga de Jerusalém.
Ai ocorre um fato que denuncia a Igreja de Abinadabe. (Quando dizemos a Igreja de Abinadabe, queremos mostrar uma maneira de se adorar a Deus.) (2 Samuel 6). Davi reuniu trinta mil homens e foi buscar a Arca do Senhor. A colocaram num carroção novo e os filhos de Abinadabe Uzá e Aiô conduziam o carroção, com Aiô na frente e Uzá vindo atrás, enquanto Davi e os israelitas vinham cantando e dançando a Deus. Mas em certo lugar os bois tropeçaram e Uzá colocou a sua mão para segurar a Arca, que poderia cair. Por esse ato a Bíblia diz apenas que Deus o feriu e ele caiu morto ali mesmo, na presença de todos. A comitiva parou durante o dia naquele lugar e Davi se perguntou: Como levarei eu a Arca? Davi percebeu que alguma coisa estava errada. Mas não era só a questão de trazer a Arca, mas trazer a presença do Deus da Arca. “Por isso ele desistiu de levar a arca do Senhor para a cidade de Davi. Em vez disso, levou-a para a casa de Obede-Edom, de Gate.” (2 Samuel 6:10) Devemos entender que a casa de Obede-Edom era um casebre, uma casinha escolhida ao léu por simplesmente estar próxima. Imagina o medo e o respeito que Obede-Edom e a sua casa tinham da Arca? Desde que os filisteus roubaram a Arca de Israel, muitas pessoas tinham morrido.
Mas além disso esse único ato do filho de Abinadabe denuncia o que pode ter acontecido enquanto a Arca esteve em sua casa: irreverência. A Arca esteve na cas a de Abinadabe durante 20 anos e a Bíblia não diz que houve uma única benção sequer, pelo contrário, um dos seus filhos morreu, portanto houve luto e tristeza.
Uma das primeiras coisas que deveríamos notar é que por algum motivo os homens escolheram levar a Arca até a casa de Abinadabe. (1 Samuel 7.1) A Bíblia fala muito pouco sobre esse personagem, mas ele era um homem reconhecido pela sua comunidade, talvez de posses, e talvez por isso mesmo que os homens tivessem achado que ele era a pessoa ideal para ter a Arca em sua casa. Com certeza que Abinadabe tenha escolhido deixar a Arca no melhor lugar da casa, talvez a sala e com certeza eles abriam a janela da sala para entrar o Sol, mas com vinha também o pó. Talvez eles tivessem adquirido uma outra mobília e a Arca tivesse que ser empurrada meio de lado, um pouco mais para o fundo. Devido ao local onde estava, a Arca ia acumulando pó sobre ela. Talvez, alguém vendo o pó, tenha tido a idéia de passar um pano na Arca. Além de Eleazar, que era o encarregado de cuidar da Arca, Abinadabe tinha mais dois filhos e porque a Arca estar durante vinte anos na sua casa, seus filhos cresceram vendo a Arca na sala e isso virou algo comum, corriqueiro. Criou-se uma irreverência na família, principalmente com os filhos. Mas os dias não eram só de Sol e nos dias de chuva os meninos tinham que brincar dentro de casa e com certeza também na sala, num exagero, talvez até pulando sobre a Arca e com certeza, sem nem pensar, devem ter colocado a mão na Arca durante muitas vezes durante a vida. Talvez o pai, que tinha a responsabilidade de ensinar seus filhos e talvez até o outro irmão, Eleazar, tenha tentado ensiná-los a ter respeito pela Arca. A casa de Abinadabe virou, em vinte anos um local de peregrinação e de idolatria.
O pastor Alexandre Augusto da EstudosGospel.Com.BR diz o seguinte: “Essa é a igreja de Abinadabe, uma igreja em que seus pastores até começam bem, suas intenções e seus conhecimentos eram no começo os melhores, e acredito que Deus até acreditava que eles não desviariam do caminho certo. Mas os dias passaram e sabemos que nossos dias não somente de sol, mas também de escuridão e frio. E estes pastores deixaram de acreditar no amor infinito e sobrenatural de Deus e começaram encostar a presença de Deus e passaram a acreditar em suas próprias habilidades de pregar, e manusear a palavra viva, e viram que era mais fácil tirar dinheiro dos fieis e se enriquecerem muito e assim comprariam impérios televisivos; Iates e aviões; fazendas e apartamentos, em locais paradisíacos. Deixaram de ensinarem que a presença de Deus é a maior riqueza que uma pessoa pode ter, e um exército de pseudos cristãos começou a crescer por todo o mundo. Homens e mulheres que estão preocupados com suas próprias vidas, e passam a semana arrumando um tempinho para Deus, mas não encontram.
Hoje as pessoas não têm mais expectativa de saírem de suas casas e se dirigirem até a casa de Deus, somente arrumaram um tempinho, para o culto, e quando chegam lá ficam olhando para os relógios ansiosos por voltarem para suas pobres casas, que não tem a presença do Eterno, pois são os membros da Igreja de Abinadabe. Hoje já não há mais prazer pela casa de Deus.
Outro dia voltando para a casa, eu passei em frente a uma “igreja”. Ela estava com as porta bem abertas e vi um jogo de luz com várias cores, com efeito de fumaça, e um som estridente que mau se entendia a letra do que chamavam de louvor, e achei no mínimo estranho, parecia uma “discoteca” e perguntei a Deus o que seria aquilo. E Ele me disse que era uma das Igrejas de “Abinadade” que estão cheias de pastores “Eleazares”, que criam estratégias para atraírem pessoas para enriquecerem seus bolsos. Me parece que tem mais pecado dentro da igreja do que fora, pois estamos atraindo maldição para nossas vidas, o mundo tá entrando na igreja, até as festas das igrejas tem nomes mundanos, como “Arraiá Quadrangulá”, com bebidas chamada “crentão”.
As igrejas Abinadabe desviaram do caminho levítico, e se enveredou por caminhos perigosos e escuros que levam as pessoas a serem derrotadas pela lei de Deus assim como aconteceu com o jovem Uzá.
As igrejas Abinadabe estão agindo como os filisteus, que por nunca terem a presença de Deus no meio deles, colocaram a Arca da Aliança em cima de um carro de Boi e expulsaram de meio deles. E hoje me parece que vivemos no passado, pois queremos levar a presença de Deus de qualquer forma e sem reverência, e assim agimos como os filisteus, enviando a Shekinah em cima de animais.
As igrejas Abinadabe morrem na Eira de Nacom, e o interessante é que o nome Nacom, quer dizer “lugar onde não se pode tropeçar”. E tem sido aí que a igreja de Abinadabe tem tropeçado “na palavra de Deus”. As igrejas de Abinadabe estão cheias de morte espiritual, só barulho, gritaria, e nada de arrependimento, pois entram gritam e pulam, e saem para fazer as mesmas coisas que faziam.”
A IGREJA DE OBEDE-EDOM
A história de Obede-Edom já começa toda diferente da de Abinadabe. A Igreja de Obede-Edom quem escolheu foi Deus. As vacas tropeçaram exatamente na frente do casebre de Obede-Edom. Por ser um homem do campo, com certeza ele era pobre e necessitado. O barulho, a cantoria, os louvores, o barulho de trinta mil homens andando atrás da Arca que estava sendo levada em carros de boi, por dois moços que não eram levitas, com certeza fez com que Obede –Edom e sua esposa ficassem na porta, olhando a comitiva, talvez olhassem da cerca.
De repente o rei Davi em pessoa vai até Obede-Edom que se ajoelha com sua esposa ali mesmo no chão, perante o rei. O rei o levanta e lhe pede de fazer um favor ao rei – olha isso! -, que é nada mais, nada menos que guardar em sua casa a Arca da Aliança. Com certeza Davi deixaria muitos soldados ao redor da casa de Obede-Edom, para guardar a Arca, que ficaria ali até Davi buscar a Deus e saber como subir com a Arca e com a presença de Deus. O histórico da Arca, depois que foi roubada pelos Filisteus não era bom.
A Arca ficou na casa de Obede-Edom durante apenas três meses e logo os soldados foram falar com o rei que tudo o que Obede-Edom tinha fora abençoado.
A Bíblia, ao contrário de Abinadabe, fala muito sobre Obede-Edom e de todas as bênçãos que ele e a esposa receberam. Emn três meses os soldados notaram que tudo o que Obede-Edom tinha fora abençoado. Nós não sabemos o que é que ele tinha e como foi abençoado, mas a benção fora tanta que ele decidiu-se ir para a capital a Cidade de Davi junto com a Arca. A tradição diz que a esposa de Obede-Edom, um simples camponês, um desvalido, que morava num casebre pobre a beira de uma estrada, era estéril. Depois disso eles tiveram oito filhos.
Depois que a Arca esteve na casa de Obede-Edom por apenas três meses, esse decide-se ir atrás da Arca. Ele tornou-se porteiro do santuário. 1 Crônicas 15;17-18, musico diante da Arca 1 Crônicas 15;19-21, Guardião da Arca 1 Crônicas 15;24, Ministro de Adoração 1 Crônicas 16;4-5, torna tesoureiro do ouro e da prata que pertenciam ao santuário 2 Crônicas 25;24, e por fim, seus filhos foram criados no temor do Senhor.
Além de se tornar um homem extremamente religioso, Obede-Edom se tornou prospero, é só olhar os muitos cargos que adquiriu. Davi lhe deu todas as chances do mundo e com certeza fora ele quem chamou Obede-Edom para ir junto para a cidade, com sua esposa. Lá Obede-Edom teve uma casa mais digna, dada pelo rei.
Mas o cargo que Obede-Edom teve e acho que o mais bonito de todos e muito relevante é de Guardião da Arca. Ele fora escolhido para ser um porteiro, tipo um soldado da Arca. (1 Cronicas 15.24).
A Igreja de Obede-Edom se inicia com a escolha de Deus. Os homens escolheram a Abinadabe, Deus escolheu a Obede-Edom, para ter a Arca do Senhor dentro de sua casa, debaixo de seu teto. Imagino Obede-Edom e a esposa tendo a oportunidade de se ajoelhar e orar defronte a Arca da Aliança, que colocada no Tabernáculo só seria vista uma vez por ano pelo Sumo-Sacerdote. Imagina o privilégio. Obede-Edom e sua esposa, simples camponeses, tiveram tal reverência pela Arca que Deus os abençoou em todas as coisas. A vida desse casal mudou radicalmente, com a chegada a Arca. E note que a Arca é a presença de Deus na Terra. Não foi Obede-Edom quem resolveu ser Guardião da Arca, mas foi a Arca que o escolheu como Guardião.
Muitas são as Igrejas que estão decidindo as coisas na carne e não oram mais e nem tem mais reverência pelas coisas do Senhor. Deus não ve como o homem ve e a Igreja de Abinadabe não está reconhecendo a Glória dentro de sua casa e se não reconhecer, de nada vale ficar vinte, trinta ou cem anos ali. Um mal muito grande tenho visto nas Igrejas que é a escolha dos homens a respeito de quem receberão O ministério Apostólico. Outra coisa é não permitir que aqueles que tem os dons do Espírito possam dizer como Paulo que o Evangelho era pregado livremente. O pior é que o Evangelho não está sendo pregado livremente dentro de muitas Igrejas.
Quando um pastor fala, como já ouvi um pastor falar pra mim: Primeiro você vai pregar pra mim e depois se eu deixar você vai trazer a Palavra para a Igreja, nota-se a derrota do home e de sua Igreja.
A Igreja de Abinadabe pode até ter começado com reverência, mas a proximidade da Arca, a facilidade de ter tal artefato na sala, talvez o incomodo causado pela procissão diária que ali ia, causou uma irresponsabilidade e irreverência.
São muitos da Igreja de Abinadabe que nem se importam de orar mais para trazer a palavra para a Igreja. Pregadores, que são homens da palavra, que devem ler, estudar e ensinar, nem se importam em orar mais para saber qual é a palavra que Deus quer falar com o povo naquele culto.
Obede-Edom foi visitado pela Arca da Aliança que foi junto com a Arca e nunca mais se apartou dela, vivendo todos os seus dias junto a ela.
A reverência, ou a falta dela em nossas Igrejas e em nossas vidas nos mostra qual é a Igrreja que seguimos.
A minha oração é que o Deus de Paz vos de a benção de Obede-Edom.
Fique na paz.
Paulo Sergio Larios.