Corpus Christi

Corpus Christi

Entre aquela inocente e, no entanto, pressagiosa alacridade dos festejos de Ramos e a solene atmosfera que se abate sobre todos, e sobretudo, no Enterro, a Páscoa e Corpus Christi situam-se em nosso imaginideário cristão. Ou não.

Estabelecida pelo Papa Urbano IV, em 1264, a procissão de Corpus buscou reviver, em seu esplendor a honra e glória, a louvação ao Filho Unigênito que cumprira sua promessa do resgate. Entre nós, sua incepção, em Ouro Preto, e que logo se irradiaria por toda a Colônia, perpassando o Império e se estendendo pela República, deu-se em 1791. Solenidade à qual o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, que seria martirizado em 1792 em nome da Liberdade, não teria assistido, metido a ferros e condenado que estava no Rio de Janeiro.

E, na louvação ao Salvador, Corpus apresenta-se como a data mais propícia, com os enfeites das ruas por onde passa a procissão, já não trilhada pelos pés de Jesus já que Ele, ressurreto, levita. Mas de longe, não evita a presença na comunhão dos fiéis que lhe estendem os mais ornados tapetes numa orgia de alegria, que extasia.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 16/06/2017
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