Viver na Alegria esperante
Viver, na alegria esperante, em Fraternidade, a vida plena com os irmãos.
(Teto Machado, OFS)
Quando iniciou um modo de vida em que a penitência, ou seja, a permanente busca da conversão fosse praticada, Francisco de Assis também entendeu que a Boa Nova mais bem proclamada, seria aquela em que o exemplo falasse mais que as palavras. Percebeu que as pessoas seriam atraídas pela irradiação de amor que cada pequeno grupo de seus seguidores, vivesse, mesmo em meio à penúria, à miséria. O que, de fato, tornaria tudo suportável, seria o desejo de estar juntos, na partilha de tudo, no trabalho, na oração, pregação, cuidado dos pobres e abandonados e, principalmente, na alegria contagiante.
As fontes e testemunhos daqueles tempos iniciais do franciscanismo nos contam que eram homens gentis, disponíveis, ativos e alegres, sorridentes, que demonstravam felicidade e satisfação pelo caminho que escolheram trilhar. Não há uma associação da penitência e do trabalho, mesmo em meio à dificuldades, com uma atitude de desprezo pela vida, rostos fechados ou tristes, choros e lamentos, expressão de sofrimento, no movimento de conversão que São Francisco fundou. O cara morreu cantando!
A gente só transmite o que possui em abundância. O mundo de hoje, como no passado, carente de paz, de solidariedade, de amor, de felicidade fundada na esperança, necessita de profetas da alegria e da esperança. O resto é desespero. Deixar de esperar é se deixar perder num inferno que se instalou no mundo e se cansou de Deus. Um mundo que perdeu a transcendência, que se esgota em si e já não acredita mais em saídas, em soluções, em transformação, em cura, em redenção. Um mundo assim é vazio de Deus e de si mesmo, está morto.
Não estamos alegres porque somos insensíveis aos dramas do mundo e da humanidade, mas porque esperamos em Jesus. Antecipamos, nessa vida, o que a vida eterna nos reserva, que é a sensação de "céu", da proximidade com Deus, numa cumplicidade divina infinita, que nos une como irmãos numa energia contagiante que vai além dos laços humanos e alcança toda a criação. Somos irmãos e temos um único Pai que nos ama. Nada pode nos tirar isso. Eis nossa luta, eis nossa causa.
Nos momentos de cada membro do corpo fraterno, tanto em suas dores, quanto em seus triunfos, estar em atitude de partilha solidária, sempre. Nossa vocação especial, de leigos franciscanos consagrados, exige isso. Não como uma obrigação, mas como parte de nossa espiritualidade, entendendo esta, não como um dado separado, mas como uma vida no Espírito de Deus, no Espirito Santo, como um sopro vivificador, que plenifica o nosso "estar juntos", pois como os milhares de grãos de trigo separados, esmagados na Graça do Pai, tornamo-nos um só pão, unidos, ligados pela força do amor, da alegria e da esperança no Ressuscitado, Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Paz e Bem!