A Reforma Protestante na França
O século XVI começou na França como um tempo de relativa paz, prosperidade e otimismo, mas a reforma francesa trouxe perseguição e guerra religiosa. Ela começou cedo, pois pelo menos cinco anos antes de Lutero afixar suas 95 Teses, o monge Jacques Lefèvre D'Étaples estava pregando uma reforma em Paris. Como professor de teologia, deu aula para Guilherme Farel, um dos fundadores da igreja reformada em Genebra, onde João Calvino tornou-se o famoso pastor.
A partir de 1524, a perseguição aos protestantes na França tornou-se mais intensa e começou a fazer seus mártires, alcançando seu auge no famoso Massacre da Noite de São Bartolomeu, em 1572, em que milhares de huguenotes (calvinistas franceses) foram assassinados. Nesse contexto surgiu o galicanismo, movimento que, embora devoto ao catolicismo, acreditava que o Papa recebeu apenas autoridade espiritual, não podendo interferir na política nacional francesa. Contra eles, surgiu o movimento chamado ultramontanismo que, ao contrário, cria em um pleno poder papal.
A partir de 1589 subiu ao trono o rei Henrique IV, que professou uma fé protestante e proclamou o Edito de Nantes, que restabeleceu os direitos civis dos huguenotes e concedeu liberdade religiosa a todos os cidadãos, mas ele foi assassinado por um fanático católico, causando um retrocesso. Em 1643, subiu ao trono Luiz XIV, que estava obcecado em esmagar os protestantes. Nessa época, milhares de huguenotes fugiram do pais, o que foi um grande desastre econômico e moral para a nação.
Apesar de todo o esforço inimigo, o protestantismo persistiu na França e em toda a Europa, até que, a partir de 1754, a opinião pública passou a se voltar contra as perseguições. Em novembro de 1789, com o nascimento da Revolução Francesa, a Assembleia Nacional francesa afirmou a liberdade de religião e concedeu aos protestantes a admissão em todos os ofícios e profissões.
FONTE:
CAES, André Luiz. As portas do inferno não prevalecerão: a espiritualidade católica como estratégia política. Tese de Doutorado. IFCH/UNICAMP, fevereiro de 2002
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LUSTOSA, Oscar Figueiredo. A Igreja Católica no Brasil e o regime republicano. São Paulo: Ed. Loyola – CEPEHIB, 1990
THE REFORMATION. The Reformation in France: the early days. Disponível em: <http://www.thereformation.info/reformfrance.htm>
VERITATIS SPLENDOR. Galicanismo e Febronianismo. Disponível em: <http://www.veritatis.com.br/galicanismo-e-febronianismo/>