MORTE NECESSÁRIA

MORTE NECESSÁRIA

Na literatura contemporânea existe uma corrente de literatos que cultiva um estilo em que a morte é a solução. Quando esta não é dirigida para aquele que está como o indesejável no romance, é dirigida para aquele que seria o personagem principal, a fim de tornar mais emocionante o drama. Ou para que a trama não termine de modo dramático, recorrem a expediente inverossímil para encerrar a trama ou o drama.

Mas nós vamos falar de drama e morte noutro aspecto.

Muitos estão vivendo seus dramas e até cogitam de morte como uma possível solução. Alguns cogitam da morte de seus cônjuges, pensando nisso como solução para viverem com aquele ou aquela a quem desejam ou cobiçam. Outros cogitam da morte de seus pais para poderem entrar na posse de herdades. E muitos outros cogitam da morte de terceiros por motivos diversos, e sempre pretendendo satisfazer os mais diferentes desejos pessoais e mesquinhos. Todos esses são “mortos vivos”, pois a cobiça tira a vida do seu possuidor. Pv. 1:18 e 19. E quem devia mesmo morrer seria o cobiçoso, a fim de se tornar um “vivo morto”.

Disse o apóstolo Paulo, aventando a solução para uma nova vida: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lascívia, desejo maligno, e a avareza, que é idolatria.” Cl. 3:5.

Jesus também já havia falado sobre uma morte simbólica, quando disse: “Em verdade, em verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” Jo. 12:24.

Às vezes a solução não é a morte de outros, senão a de quem assim imagina. Se alguém está cogitando da morte de outrem, ele é quem está precisando morrer, ou seja, fazer morrer a sua natureza carnal, como diz outra versão das Escrituras.

E essa natureza carnal é manifesta no que diz o apóstolo:

"Mas agora despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Cl. 3:8. Nessa condição, a carne produz obras, quais sejam: Prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais declara o apóstolo que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus." Gl. 5:19-21.

Mas, como executar esse velho homem? Já que a carne é rebelde e o coração duro, se faz mister um planejamento estratégico para a eliminação do velho homem com seus velhos hábitos e costumes. E algo muito proveitoso é o que o mestre nos legou como exemplo, e pelo qual ele alcançou a vitória: o jejum. Este quebranta, macera, transforma e vivifica. Mas é necessário que seja com determinação e persistência. Pois o velho homem recusará a se render, e arranjará muitos argumentos para não querer exercitá-lo. Só o querer não é suficiente nesse caso, é necessário o efetuar. É que só a vontade de jejuar não vai operar transformação. Tem que haver prontidão no efetuar. Além do mais, enquanto o homem for carnal, ele não pode entender as coisas do Espírito. Pois elas se discernem espiritualmente. E, assim, o Espírito não pode produzir os seus frutos, que são: caridade, gozo e paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gl. 5:22 e 23.

Por conseguinte diz o apóstolo: “Digo, porém, andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Gl. 5:16 e 17. “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” Versículo 24. “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” Gl. 6:8.

Assim, se você não tem direito sobre a vida dos outros, tenha sobre a sua. Ofereça-se sobre o altar, crucifique a sua carne, e renasça para uma nova vida, numa nova criatura. Pois, "quem está em Cristo nova criatura é; as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo."

Oli Prestes

Missionário