Dor e regeneração
Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé 24.04.2017
Dificilmente entendemos a dor como uma oportunidade de reflexão. Em geral a dor incomoda e muito, quer seja física ou moral. Nosso discernimento não alcança que se estamos no Orbe transitando como estudantes, obviamente teremos que nos submeter às provas e experiências
Quando buscamos os conhecimentos que os estudos nos oferecem, passamos pelos educandários até chegarmos à faculdade dos nossos sonhos. Quantos obstáculos enfrentamos nessa caminhada? E o ingente esforço que nos impulsionou para a almejada vitória? Essa glória tem o valor que nossa coragem e determinação nos deram.
Mas será que pensamos que esse esforço e essa vitória são do Espírito e para o Espírito? Jamais será do corpo físico que se nos apresenta como mero instrumento de execução dos ditames daquele. Ele é o ser pensante e que elabora nossas atitudes. É dele que dependemos para envidarmos a viagem terrena na pálida existência que temos em termos de tempo...
A dor é um momento de aprendizado para nos modificarmos e galgarmos os degraus da regeneração espiritual. Ela pode ser admitida como um “bálsamo” que poderá nos confortar ao admitirmos que estamos resgatando débitos de outrora. Nessa ocasião se temos fé na vida eterna que o Criador nos ofertou, concluiremos que esse plantio, apesar de doloroso trará frutos promissores quando do advento de nova reencarnação.
Essa constatação serve de consolo e esperança de que em futuro próximo estaremos mais leves, mais saudáveis espiritualmente, visto que a depuração que a dor nos faz se traduz na elevação que todos nós buscamos. Vivendo em um planeta de expiações e provas devemos entender que essas agruras da vida fazem parte do contexto da nossa atual existência. Se estivermos convictos dessa realidade menos sofrimento nos trará a dor, muito pelo contrário, ela servirá de alimento para nossa alma no caminho da redenção.
Para que possamos assim entender, é preciso coragem e perseverança para a trajetória escolhida. E ainda faz-se mister sabermos que nada acontece por acaso. Se existem pedras no caminho é porque nós as colocamos de forma equivocada, cabendo-nos retirá-las no momento oportuno para liberarmos a estrada cujo horizonte será cada dia mais luminoso. Mesmo sem nos apercebermos desse processo contínuo estaremos vivenciando uma metamorfose espiritual, onde a depuração d´alma nos levará a regeneração consoladora...
A resignação é a consciência do nosso dever de casa... Quanto maior seja ela, tanto menor serão nossos sofrimentos. Se assim não procedermos os abalos emocionais que teremos serão longos e intensos. É nessa virtude que se encontra o bom senso e a sabedoria que irão fortalecer a nossa fé, que será consolidada na esperança de que estamos em uma existência exitosa. “O sofrimento quando resignado resulta na sublime elevação d´alma”
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus