Confessar pecados perdoados?
Certas pessoas estão sendo ensinadas por teólogos modernos que é preciso pedir perdão a Deus até pelos pecados já perdoados por Cristo em sua crucificação. Pecados cometidos antes da conversão. Talvez sejam os mesmos que ensinam a tal regressão – via psiquiatria – esquecidos dos ensinamentos bíblicos claríssimos.
Alegam: “que mal tem em se pedir perdão outra vez?”. Resposta: há muitos descaminhos teológicos e antibíblicos se tal ensino prosseguir.
Um deles é a incomodação a Deus. A impertinência com assuntos já resolvidos. Quando alguém interrogar ao Altíssimo “que mal tem?”
Ele certamente dirá: “Mas, meu amado, isto já foi resolvido por mim, quando me humanizei e perambulei pelo globo terrestre! Não se recorda do que Pedro escreveu de mim, em sua Epístola primeira: 1ª Pedro 2.24, onde ele focaliza que eu levei sobre o madeiro (a cruz) os pecados (enfermidade espiritual) dos que crêem em mim?”
Andam esquecidos do que já houvera dito o profeta Miquéias (Mq 7.19) que lançaria (e lançou no período das cenas da crucificação no calvário) os pecados dos crentes nas profundezas do mar?
Examinem bem este texto miqueano! Porque haveria Deus de reter os pecados já perdoados no calvário, se no verso 18 do profeta Miquéias, do capítulo 7, Ele diz que “não retém a sua ira para sempre”.
E a Epístola aos Hebreus, no capítulo 10.17 nos dá mais luzes para tal ensino. Ali está dito que Deus não se lembrará mais de nossos pecados e de nossas iniqüidades para sempre.
Mas alguém pergunta: “Qual o problema de apresentarmos novamente nossos pecados já perdoados na cruz a Deus?”. Resposta: o problema está claro no verso seguinte (v 18), que diz: “Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado”.
Aí está, a expressão do autor aos Hebreus “já não há oferta”, deixa claro que NÃO É PRECISO OFERECER OU APRESENTAR OS MESMOS PECADOS NOVAMENTE DIANTE DE DEUS. Fazer isto é tornar Deus um Deus que guarda ira ou rancor, que não perdoa, sendo que Ele disse e faz exatamente o contrário disto! (“ ... não me lembrarei mais de seus pecados e das suas iniqüidades para sempre”). Atente-se para a locução adverbial para sempre!
O que Jesus fez no calvário foi tal como uma vacina de DOSE ÚNICA. A sua eficácia singular foi tão completa, perfeita que dura para sempre! (Leia ainda João 19.30: ... “está consumado” ...)
Este seu feito (feito sacro, daí sacrifício) que denomino de DOSE ÚNICA, percebe-se ao longo de alguns capítulos de Hebreus (do 6 ao 10). Em Hb 6.16, 17, temos o seu juramento interposto e a imutabilidade de seu conselho. Em Hb 7.24 e 27, temos um sacerdócio perpétuo de Jesus oferecendo-se UMA ÚNICA VEZ. Em Hb 9.11 E 12, Ele entrou UMA ÚNICA VEZ no maior e mais perfeito tabernáculo, havendo efetuado uma eterna redenção. Em Hb 9.26, Ele padeceu e se manifestou UMA ÚNICA VEZ. Em Hb 9.28 se diz que Ele ofereceu-se UMA ÚNICA VEZ. Veja também em Hb 10.10, 12 e 14, onde aprendemos que Jesus nos santificou pela OBLAÇÃO (oferta) de seu corpo a nosso favor, ofereceu-se em ÚNICO SACRIFÍCIO em nosso lugar e com UMA SÓ OBLAÇÃO nos aperfeiçoou para sempre. (Uso a expressão “Dose única”, porque um de meus debatedores - uma enfermeira, discordou de mim, em debate salutar e sem ofensas!)
Parece que há, atualmente, muita gente querendo voltar tanto ao judaísmo, como foi o caso dos destinatários da Epístola aos hebreus - o que tem ocorrido com os da Universal do Edir Macedo, como também, outros, sem o saberem, estão voltando ao catolicismo, que ensina, ao arrepio dos ensinos de Hebreus, que “a missa é o sacrifício incruento de Cristo” e que este sacrifício de Jesus se repete toda vez que o padre a celebra, numa cega e pobre exegese. (... “Sem derramamento de sangue, não há remissão” – Hb 9.22). Onde também (no catolicismo) se celebra missa em favor de almas retidas no purgatório, para fazer sofrer os que não tiveram os pecados totalmente perdoados na terra! O que é totalmente incongruente com os ensinos bíblicos. Sem querer me estender por demais neste ensino, porque não é o sentido deste artigo, mas apenas abrir pequeno leque, quero lembrar que em João 14.1-3, quando Jesus disse que nos iria “preparar lugar” (não rancho, caravançarai ou mansionibus localizados no deserto, cf certa versão latina, mas lugar permanente, no céu). Não como Ele foi recebido neste mundo: sem boas vindas, sem previsão, sem cômodo e sem descanso. Haverá tudo isso para os salvos na eternidade, confortos estes, que não é garantido pelo suposto lugar criado pelo romanismo – o purgatório. Haverá para os salvos uma calorosa recepção: leia Atos 7.55, 56 (como ocorreu com Estêvão, Jesus o recebeu de pé!) e Mateus 25.34 (assim ocorrerá nos momentos escatológicos do último dia, cf descrito na parábola das 10 virgens!)
Andam esquecidos também dos TRÊS TEMPOS DA SALVAÇÃO: salvação passada, salvação presente e salvação futura. A primeira é denominada também de salvação imediata, justificação, etc, quando se é perdoado das culpas e penas do pecado. A segunda, é denominada de santificação e ocorre também aqui, neste século presente, paulatinamente e a terceira, é denominada de glorificação, no céu, onde estaremos sempre livre das condenações e da presença do pecado.
Rive (Alegre - ES), 09 de março de 2017
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