PÁSCOA DE TODOS OS CREDOS
A religiosidade faz parte da nossa identidade cultural e o nos faz mais humano, certamente. - Na Bahia, a gente bate a cabeça para os Orixás, vai à Missa, ler a Bíblia e, com reza e dança, conquistamos o direito de falar com todos os Santos e Orixás, na mais pura celebração da fé!
A origem da nossa fé está na fusão de elementos de diferentes culturas trazidas da África. Uma fé que exige de nós humildade para abrir mão das nossas verdades e acreditar simplesmente em algo que é Divino.
O sincretismo baiano oxigena a minha fé com o fervor que não se limita às fronteiras do tempo nem ao pragmatismo cristão dos dias atuais. É sublime participar das ações ecumênicas, cultivando atitude de boa vontade, capaz de enxergar o que há de bom em cada Igreja e lutar para que haja a unicidade cristã, assim como a unicidade de Deus.
O Mestre Jesus pediu a unidade de seus discípulos por diversas vezes. Disse ainda, que a Igreja não poderia ser dividida, que teria um só rebanho e um só Pastor.
O ecumenismo se concretiza na caridade ao próximo, mesmo que este próximo sequer tenha um credo. Se concretiza no diálogo fraterno com irmãos cristãos e não-cristãos, agnósticos e ateus.
Jesus é a páscoa da Igreja servidora, dos Católicos, dos Evangélicos, dos Espíritas, dos Umbandistas, do Candomblé, dos Orixás, dos Judeus, dos Muçulmanos, e de todos os credos, inclusive, dos incrédulos.
Jesus é a páscoa dos pais e dos filhos, do branco e do negro. A páscoa dos sem terra, dos sem teto, dos sem nada...
Jesus é a páscoa dos profetas, dos perseguidos, dos mutilados, dos famintos, das prostitutas, dos gays, dos foras da lei e dos drogados.
Jesus é a páscoa que constrói "pontes" ao invés de muros.
- Jesus é a páscoa de todos !!!
Manoel Lobo.