A PARÁBOLA DA VINHA

Paulo Sergio Larios

Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.

E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas.

Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha.

Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?

Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada;

E a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela.

Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.

(Isaías 5:1-7)

A Bíblia mostra 40 parábolas no Novo Testamento e 2 parábolas no Antigo Testamento.

Do Novo Testamento:

1. O bom samaritano — Lucas 10.30-37

2. A ovelha perdida — Lucas 15.4-7

3. A moeda perdida — Lucas 15.8-10

4. O filho (perdido) pródigo — Lucas 15.11-32

5. O administrador desonesto — Lucas 16.1-8

6. O homem rico e Lázaro — Lucas 16.19-31

7. Os servos — Lucas 17.7-10

8. A viúva e o juiz — Lucas 18.2-5

9. Os talentos — Lucas 19.12-27

10. Os lavradores maus — Lucas 20.9-16

11. A roupa nova — Lucas 5.36

12. O vinho novo — Lucas 5.37-38

13. Os dois alicerces — Lucas 6.47-49

14. Os dois devedores — Lucas 7.41-43

15. O semeador — Lucas 8.5-8

16. A lamparina — Lucas 8.16-18

17. Os empregados alertas — Lucas 12.35-40

18. O amigo persistente — Lucas 11.5-8

19. O rico sem juízo — Lucas 12.16-21

20. O empregado fiel — Lucas 12.42-48

21. A figueira sem figos — Lucas 13.6-9

22. A figueira sem folhas — Lucas 21.29-31

23. A semente de mostarda — Lucas 13.18-19

24. O fermento — Lucas 13.20-21

25. Os convidados para festa de casamento — Lucas 14.7-14

26. A grande festa — Lucas 14.15-24

27. A construção duma torre — Lucas 14.28-33

28. O fariseu e o cobrador de impostos — Lucas 18.10-14

29. O retorno do proprietário — Marcos 12.1-9

30. A semente que cresce — Marcos 4.26-29

31. O joio — Mateus 13.24-30

32. O tesouro escondido — Mateus 13.44

33. A pérola — Mateus 13.45-46

34. A rede — Mateus 13.47-48

35. O empregado mal — Mateus 18.23-24

36. Os trabalhadores no vinhedo — Mateus 20.1-16

37. Os dois filhos — Mateus 21.28-31

38. A festa de casamento — Mateus 22.2-14

39. As dez virgens — Mateus 25.1-13

40. As ovelhas e as cabras — Mateus 25.31-36

Do Antigo Testamento:

1. A ovelha — 2Samuel 12.1-4

2. O vinhedo — Isaías 5.1-7

O CANTO DA VINHA DE DEUS, UMA PARÁBOLA DE JUIZO

Vinha é uma plantação de uvas. Usando de metáforas, Isaías descreve a situação espiritual de Israel e o que Deus estava pronto a fazer.

O meu amado tem uma plantação de uvas num terreno fértil, e cercou-a e limpou-a das pedras, e plantou excelentes vides, e construiu no meio dela uma torre, uma casa, para vigiá-la e cuidar dela, e também construiu um lagar, ou o tanque onde são espremidos os cachos de uva, para retirar o liquido; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas.

Há uma decepção muito grande nessa fala, pois esperava-se que Israel desse um bom fruto, mas o fruto que deu é ruim. A Bíblia faz uma comparação e podemos nos enxergar como Igreja nessa fala. Deus usou o melhor para plantar essa vinha e o que deu frustrou seus planos.

Deus então invoca para que os moradores de Jerusalém e os de Judá, julguem entre Deus e a sua vinha. Deus então decepcionado com a sua vinha diz: O que mais se podia fazer à minha vinha, que eu não lhe tenha feito? Porque esperava eu que viesse a dar uvas boas, mas deu uvas ruins para se comer.

A nota da Bíblia de Estudo do Expositor, Jimmy Swaggart diz o seguinte: “Nestas passagens se encontram um propósito terrível. Quando o Senhor disse que não há mais o que Ele possa fazer, isto denota um esforço de recuperação que está além da nossa capacidade de captar e nem de compreender.”

É uma decepção de chamado, onde esperava-se o melhor e saiu o pior. É o próprio Deus profetizando pela escrita do profeta Isaías, registrando a sua tristeza pelo povo chamado a ser o melhor dessa terra, mas que o decepcionou. É interessante que ele manda julgar entre ele e a sua vinha os moradores de Jerusalém e de Judá, quer dizer, os réus a serem julgados.

Agora que já viu-se que nada mais poderia ser feito pela sua vinha, Deus disse que iria desmanchar o vinhedo para servir de pasto. Tirarei a sua sebe e derrubarei a sua parede, e a tornarei em deserto e não será podada, nem cavada. Vou deixar crescer mato e espinheiros.

Aqui é a descrição da completa ruína, ordenada por Deus. Porque a vinha não deu a uva esperada, seria então destruída.

No versículo 7 Isaías fala muito claro o que tem a dizer. A vinha do Senhor dos Exércitos é Israel, a Igreja e os homens de Judá (os cristãos) são a planta das suas delicias e Deus esperou que exercessem o juízo, mas oprimiram, esperou-se justiça deles, mas há o clamor dos oprimidos.

Historicamente essa profecia se concretizou por duas vezes, uma delas foi quando Israel foi levada cativa, prisioneira durante 70 anos, a outra vez foi quando foi dispersa pelo mundo a parti do ano 70 da nossa era, porque no momento do julgamento de Jesus os homens disseram que caísse o sangue daquele justo sobre eles, ou seja, eles assumiram que estavam matando a Jesus.

A Igreja há de ser odiada quando exercer fielmente a obra de Deus, por[em não cumprir o chamado é decepcionar ao próprio Deus. A vinha plantada e cuidada era Israel, ou adaptando aos dias de hoje, a Igreja. Deus esperava que Israel exercesse o juízo, ou seja, que julgasse com sabedoria, e justiça, ou seja avaliar conforme o que é direito. Aquilo que Deus almejou para o seu povo, esse não fez, mas oprimiu e gerou o clamor dos oprimidos.

Alguns versículos adiante no mesmo capítulo está escrito assim: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” (Isaías 5:20)

Estamos vivendo dias caóticos onde quando alguém fala a verdade é tido como errado e quando alguém fala o mal é tido como o certo. Parece que agir errado é a tônica do momento. Quem faz errado é louvado e até mesmo defendido, mas quem quer agir certo é quem é criticado e reconhecido como alguém que está tumultuando a ordem vigente. O que é certo é certo e o errado continua sendo errado.

Deus tinha planos para que Israel fosse relevante no seu contexto histórico e fizesse a diferença em meio a tantas nações pagãs, mas Israel agiu igual aos outros e fez o errado junto, se não pior. Nós Igreja não temos a nossa história já terminada, estamos ainda fazendo a história. A Igreja precisa despertar, em meio a um mundo onde o certo é tido como errado e o errado é tido como certo, onde o homem mau é louvado e o bom é julgado como errado.

Essa Parábola, que não tem uma única palavra de salvação ou de resgate, é uma enorme alerta para nós. Deus plantou a sua vinha, e a respeito de nós, eu ainda estamos fazendo história, que exerçamos o juízo e a justiça.

Fique na Paz.

pslarios
Enviado por pslarios em 20/02/2017
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