O TOQUE DA FÉ E O SILÊNCIO DA ORAÇÃO

COMEMTÁRIO AO EVANGELHO DO DIA

PEQUENO SERMÃO DE CADA DIA...

O TOQUE DA FÉ E O SILÊNCIO DA ORAÇÃO...

Evangelho de São Marcos (Mc 5,21-43)

Destaco três momentos precisos deste Evangelho de hoje para a nossa reflexão:

Primeiro: O toque da hemoroíssa na túnica de Jesus a partir do mais profundo de sua fé, e do silêncio de sua oração. Ora, essa mulher, passou 12 anos correndo atrás dos recursos humanos de que dispunhas, neste caso, os médicos e os remédios, para a sua cura, e nada conseguiu, só piorou ainda mais. No entanto, bastou encontra-se com Jesus e tocar a orla de seu manto com o toque da fé, para ficar curada.

De fato, muitas vezes somos tentados e caímos nessa cilada, de confiar mais no que temos e podemos, e não no que o Senhor pode. Mas, isto acontece por nos apegarmos ao que temos e podemos, desconhecendo que nada temos nem nada podemos, porque a fé pode mais, como disse o Senhor: “Tudo é possível ao que crê”. Assim pela fé, Deus pode realizar infinitamente mais do que podemos. É o que nos ensinou São Paulo: “Àquele que, pela virtude que opera em nós, pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos, a ele seja dada glória na Igreja, e em Cristo Jesus, por todas as gerações da eternidade. Amém.” (Ef. 3,20-21).

Segundo: O silêncio da Oração. A hemoroíssa usou de profundo silêncio em sua oração mesmo em meio ao barulho da grande multidão que seguia Jesus. Assim disse ela em seu coração: “Se ao menos eu tocar na orla de seu manto, ficarei curada.” Dito e feito, ficou curada imediatamente. E a resposta do Senhor, foi: “Quem me tocou?” Ou seja, Ele escutou a sua oração silenciosa, que o tocou com sua fé; depois lhe disse: “Mulher, vai em paz, tua fé te salvou.”

Cuidado com o barulho de tua oração, porque ele só gera confusão e nada que se aproveite. Porque onde o barulho está, não há lugar para Deus, mas apenas para o barulho. Creio que precisamos urgentemente do silêncio de nossa oração, para ouvirmos o Senhor e dialogarmos com Ele, no íntimo de nossas almas. Para isso, precisamos calar tudo; pensamentos, palavras e a interação com o mundo exterior. Desse modo, o Senhor se nos expressará por Sua Sabedoria, nos dando conhecer a Sua Santa Vontade...

Terceiro: Cuidado com o pecado das palavras. Jairo, o chefe da Sinagoga, em sua aflição ouviu de seus interlocutores a terrível sentença da morte de sua filha e a grande falta de fé deles: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodares o Metre?” Se ele tivesse ficado com o mal dessas palavras, certamente teria saído dali desesperado, se lamentando e quem sabe até blasfemando contra Deus; no entanto, como permaneceu firme na presença do Senhor, apesar da terrível notícia, o Senhor logo o tranquilizou, pois, Deus é assim, sempre nos tranquiliza, seja qual for a tribulação. “Não tenhas medo. Apenas creia”. Porque crendo, experimentamos o poder de Deus presente em nossa fé, por permanecemos, por meio dela, em Sua presença.

Por isso, nunca escute o pecado que está nas palavras daqueles que as proferem; nessa hora, precisamos ficar surdos, pois nos pecados das palavras quem se expressa é o próprio mal, querendo nos desmotivar, nos enganar, nos ameaçar, nos levar à revolta contra Deus, não o escutemos. Porque, quem escuta o mal, acaba perdendo a fé; porém, quem escuta o Senhor, a mantem firme até o fim, mesmo diante da morte.

OREMOS: Senhor, dai-nos, ouvir o vosso Silêncio Sagrado, como a Virgem Santíssima o ouviu no Silêncio da Dor do Vosso Filho amado, que é também o Filho seu; à quem ofereceu em Sacrifício vivo no Altar da Nova e Eterna Aliança, para a nossa salvação. Por Nosso Senhor, Jesus Cristo Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós. Abençoe-vos Deus, Todo Poderoso; Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

Paz e Bem!

Frei Fernando Maria,OFMConv.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Cristo – João Pessoa-PB