Cavalo Azul
Teologando:
-Sobre manifestações do sagrado
-Sobre identidade
Como é linda e utópica a ideia de se ter somente pensamentos bons para com isso conceber um tipo de "deus" bonzinho e cheio de positividade!
Mais utópico do que isso é a ideia de que deus não pode ser mauzinho e de que pensamentos ruins manifestam "demônios"! Essa ideia é construída por uma necessidade compulsiva da concepção de um "deus" sempre bom e de um "diabo" sempre mal.
Se nossos pensamentos bons ocorrem quando um "deus" bom se manifesta a partir de nós e nossos maus pensamentos ocorrem quando um "diabão" nos usa para manifestar sua maldade, se isto é verdade, onde ficam as manifestações de nós mesmos?
Não sabemos nada sobre a identidade do sagrado, apenas fazemos suposições. Se o manifestar divino parte de "cavalos" humanos, sou um cavalo azul. A maioria das pessoas, diante das manifestações sagradas a partir de mim, julga-me como fantasia, ou aberração.
Em cada manifestação, presente ou futura, nunca estamos livres das influências das manifestações passadas. Jean Paul Sartre diz que não somos verdadeiramente livres para escolher se vamos manifestar o "deus bom" ou o "diabo mau", ou somente nós mesmos.
A metáfora do "cavalo azul" é porque até quando o sagrado se manifesta, o senso comum ainda tenta estabelecer limites fundamentados na uniformidade. Talvez eu até seja fantasia, mas não sou aberração.
Não gosto que ninguém me defina. Vou continuar escrevendo por metáforas.