Negro Nazareno
Pense no Círio. No sério. Manifestação de tamanha devoção e magnitude ocorre nas Filipinas, com a procissão do Nazareno Negro, em Manila, em torno da basílica de Quiapo. As estimativas de público são desencontradas, hiperbólicas por natureza. Mas as imagens mais que impressionam. Falam de entre um milhão e meio a doze milhões de acompanhantes. E uniformizados em traje da mesma cor à que cobre o corpo da venerada imagem.
No dia 9 deste janeiro esse evento, que acontece também na Sexta Feira da Paixão, e na véspera do dia de ano novo, recebeu, como de costume, intensa cobertura mediática. É a chamada procissão da Traslación - ou o traslado, de uma igreja a outra. E o percurso costuma variar de ano a ano para dar oportunidades mais amplas aos fiéis que crêem no poder miraculoso da negra imagem.
E que nem é mais a imagem original, esculpida em madeira negra no México há mais de 3 séculos e que acabou destruída irremediavelmente no bombardeio de Manila, em operação avassaladora da Segunda Guerra Mundial, quando as forças americanas e aliadas expulsaram os japoneses das Filipinas.
A valença é que já havia uma segunda imagem, então, réplica da primeira. E mesmo essa segunda imagem passou a ser objeto da mais estrita proteção. Dela foram feitas réplicas que, na verdade são usadas nas procissões.
Acidentes, por asfixia, pisoteamento, fortes emoções, costumam ocorrer nesses cortejos, que podem durar mais de uma dezena de horas. E tudo sob o calor de uma Belém, de Fafá. Sem meter os peitos, não dá