Reciclando a minha esperança

Estamos no apagar das luzes de 2016. Já vejo os planos de muitos para a festa da virada, logo depois da comemoração de uma das mais célebres festas religiosa do mundo, o natal. O que promete o ano que se avizinha?

A festa que ainda é lembrada com alegria por uns, apreensão por outros e tristeza por muitos, devido à falta do décimo terceiro salário, o que alguns não tiveram por falta de emprego, e outros por falta de vergonha dos políticos que estão como mandatários, fazendo, assim, uma festa com mesa magra, vinho de inferior qualidade e sem peru, não foi esquecida, porque a bem pouco tempo o horizonte era enganador. Alguns pensavam que a crise, que eu previ no final do ano que passou, era hipotética.

Impressionou-me a rapidez com que a crise se abateu sobre o Brasil. De repente milhões foram despedidos das fábricas, das indústrias, do comércio e das diversas outras áreas, como de bens e serviços. Gente que estava tranquila quanto a sua manutenção e da sua família foi surpreendida com a queda no faturamento do negócio que explora ou explorava.

Mesmo aqueles que se sentiam seguros por causa das aposentadorias que recebiam, sentiram o encolhimento da renda devido o elevado índice da inflação.

Então os votos feitos no final do ano que passou não valeram de nada. Foi pura fantasia. Mas ainda há quem pense que, se fizer uma simpatia, vestir uma roupa nova, lançar oferendas aos deuses no mar por ocasião da virada, que a sua sorte vai mudar.

Há quem diga: “Não desista! Lute! Não pare! Tenha fé! Deus vai cumprir o seu desejo”, e não sabe que essas palavras podem gerar certa expectativa e esperança, mas jamais podem operar de modos a propiciar o desejo colimado. Além do que, isso é dito a todos, indiscriminadamente, inclusive aos maus e de maus intentos.

Independentemente do que alguém possa pensar de mim, e dizer que eu não tenho fé, que sou ateu, etc, eu afirmo que, apesar de a esperança ser uma das últimas a morrer, eu não tenho nenhuma com relação à melhoria no curto, no médio e no longo prazo. E isso afirmo porque as predições bíblicas sobre o tempo do fim não me permitem isso. Pelo contrário, os homens, ser humano, irá de mal a pior, enganando e sendo enganado.

Por mais que eu tenha os melhores pensamentos com relação às pessoas que eu estimo, eu não posso fazer quase nada por elas e muito ao mesmo tempo. Nada, devido as minhas limitações como ser humano, e, muito os avisando sobre o que está previsto para já, já. Tremores de terra em vários lugares, elevação do mar, o qual inundará as regiões costeiras do país, causando a morte de milhares de pessoas e destruição das estruturas portuárias e sérias perdas econômicas financeiras impossíveis de serem recuperadas. O povo vai se levantar e o governo vai perder o controle. Haverá muito choro e lamento.

Por isso eu há muito reciclei a minha esperança de dias melhores, de tempo de mudança para melhor. E estou buscando me preparar para escapar de tudo e ficar de pé até a vinda daquele que trará julgamento sobre os filhos dos homens. Tenho revisto os meus conceitos e as minhas vontades e desejos, pois que isso nem sempre traz benefício, senão males.

Reveja as suas fantasias. Pois, “de tudo o que os homens, digo, humanos, fizerem hão de prestar contas um dia, o qual não está longe.

Oriximiná-PA, 30/12/2016

Oli Prestes

Missionário