A CARTA DE PAULO AOS HEBREUS E A REENCARNAÇÃO

“E como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” (Hebreus 9:27)

Esse versículo é bastante utilizado por aqueles que combatem a doutrina da reencarnação. Entretanto, as palavras do apóstolo Paulo não desacreditam de nenhuma forma a ideia reencarnacionista, muito pelo contrário, a confirmam, estando certíssimo na sua afirmação.

Vejamos: “aos homens está ordenado morrerem uma vez”, realmente só se morre uma vez, o corpo humano após o desencarne, desfaz-se, e o homem físico volta para a terra pela desagregação natural dos elementos químicos que o compõe. Mas, o ser espiritual continua vivo retornando às regiões espirituais de onde proveio.

O juízo a que o apóstolo dos gentios alude é o juízo individual a que todos estão sujeitos ao desencarnar e não ao coletivo ou juízo final que é a separação definitiva dos bons (ovelhas) e dos maus (bodes), que na visão espírita, são os espíritos que permanecerão no planeta terra regenerado e aqueles que serão apartados do orbe terreno, reencarnando em mundos mais primitivos.

Assim, o espírito, ao receber o “juízo”, desperta em regiões de luz ou de trevas de acordo com suas afinidades (já que o julgamento não acontece como nos tribunais terrenos, mas, ocorre no interior da sua consciência determinando em que regiões despertará) passando um período determinado no plano espiritual que chamamos no espiritismo de erraticidade.

Após esse tempo, retornará para novas experiências na carne, a fim de continuar a sua evolução para Deus através dos diversos meios de aprendizado que as provas e expiações terrenas proporcionam. Para isso, reencarnará através de outro corpo, terá outra configuração física, outra personalidade, outros pais… Então não será mais o mesmo homem, embora, seja o mesmo Espírito. Desse modo, o homem verdadeiramente só poderá morrer uma única vez.

Em contrapartida, a doutrina da ressurreição da carne, aceita pelas religiões tradicionais, é rebatida pela passagem acima, pois, segundo essa doutrina, Lázaro teria morrido duas vezes o que contradiz as palavras de Paulo.