A PROIBIÇÃO DE MOISÉS

Constantemente adeptos de outras ramificações do cristianismo, buscam na proibição de Moisés, mencionada no Deuteronômio 18:9-14, a confirmação de que a comunicação com os espíritos dos mortos contraria a Lei de Deus. Mas basta uma leitura atenta e observaremos que essas passagens não se referem à Doutrina espírita como muitos querem fazer entender.

A proibição de Moisés era uma norma necessária à realidade daquele momento, pois os hebreus ao chegarem à terra de Canaã, entrariam em contato com vários povos politeístas. Essas nações praticavam o mediunismo movidos, na maioria das vezes, pelas paixões inferiores, entrando em contato com entidades espirituais grosseiras e perversas que exigiam sacrifícios e oferendas em troca de favores.

Proibindo o intercâmbio mediúnico, o legislador hebreu visava preservá-los da influência desses espíritos inferiores, “não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações” [1], que poderiam desviá-los da sua crença monoteísta, “é abominação ao senhor, teu Deus”. Mesmo assim, várias vezes os ensinamentos mosaicos não foram observados [2].

O Espiritismo não compactua com idolatrias, nem ritualismos ou práticas mágicas e adivinhações. O Espiritismo entra em comunicação com o mundo espiritual com finalidades sérias e elevadas. Religião monoteísta e Cristã estuda o Evangelho de Jesus e exercita a caridade moral e material. Advertindo ainda sobre o perigo do envolvimento com ambientes onde haja intercâmbio mercenário com o mundo espiritual, o que infelizmente ainda existe nos dias atuais.

A leitura dos livros de Allan Kardec é indispensável para se compreender a verdadeira essência da Doutrina Espírita.

[1] Bíblia Sagrada. João Ferreira de Almeida. Ed. 1995 São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.

[2] (Juízes 2:10-15; 6:1).