Religiosidade, microcefalia e aborto
Publicado no Jornal do Commercio
Caminhos da Fé
11.12.2016
O mundo vive por esses tempos um problema que envolve a todos: a microcefalia. Trata-se de uma má formação congênita que assusta e apavora os pais que estarão submetidos a essa prova. É inconteste esse drama hora vivenciado em todo o mundo. De um lado, conviver com uma criança acometida de uma má formação que exige estudos profundos sem ainda vislumbramos uma vacina, por sua complexidade, já se constitui em um problema.
O grau de dificuldade em lidar com essa enfermidade justifica sua denominação: Síndrome Congênita do Vírus Zika,. O drama se aprofunda ainda mais, quando não existe um modelo assistencial específico para esse enfrentamento, aliado às precárias condições da saúde pública em nosso país. Esse é o lado físico do problema.
Porém existe algo muito sério de cunho religioso e moral a ser refletido! O verdadeiro cristão que admite que a Divindade nada realiza de forma imperfeita, jamais deverá pensar em ceifar uma vida indefesa, e mesmo que a vítima pudesse ter o direito de se defender, esse ato será sempre inconcebível.
Recentemente, neste mês de dezembro, houve notícia informando que o STF iria por em pauta o julgamento do abroto nos casos do acometimento do virus Zika, algo muito preocupante.
Fala-se ser “direito da mulher” cuidar e fazer o que lhe aprouver no seu corpo. Contudo no ato do aborto ela não lida somente com o seu corpo. Ela destrói uma vida sobre a qual tem uma imensa responsabilidade, impedindo que aquele Espírito venha cumprir a missão acordada com a Espiritualidade Superior.
Quando temos nos sagrados mandamentos “não matarás”, não há exceção nessa Lei Divina. Ela é imutável, pois Deus é sabedoria suprema e rege todas as leis da natureza sem equívocos... O ato de matar um ser independe se é por conta do “corpo da mulher”, mas implica principalmente em transgredir a Lei Divina de forma cruel e inadmissível.
Aquele ser que está por nascer poderá servir como uma prova para os pais ou uma expiação nessa nova existência. Ao se interromper essa vida estará a mulher tolhendo o “direito” que Deus concedeu ao Espírito que deseja cumprir a sua tarefa no Orbe. O que garante a mulher essa prerrogativa de impedir o curso de uma vida que Deus concedeu? Ela tem o livre arbítrio para os seus atos e reportando-nos a lei da causa e efeito, essa atitude não ficará no esquecimento da Lei Divina.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.IV, Item 5, temos a palavra de Jesus: ”(...) Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo.” É necessário que as mães e os pais tomem consciência da responsabilidade que assumem quando da geração de um ser...
Todos nós seremos cobrados sobre os nossos atos quando a luz das nossas consciências cintilarem como sinal de alerta, na oportunidade em que ficarmos lúcidos sobre nossas vidas passadas. Alem disso, as leis humanas também serão acionadas para que seja feita justiça pelo crime cometido. Assim constata-se que o ato intencional de tirar uma vida é por si só motivo de remorso e sofrimento, e ainda, por interromper uma missão do indefeso estará, também a autora adquirindo problemas futuros quanto à obsessão que sofrerá por aquele que prejudicou.
Em Mc 10:14-15, Jesus disse “ (...) Deixai vir a mim os pequeninos. Não os impeçais, pois deles é o Reino de Deus”.”Com toda a certeza vos asseguro: aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, jamais terá acesso a ele”. (Grifo nosso). Essas afirmativas do Mestre nos exortam a respeitar primeiramente a Lei divina no seu 5º Mandamento
Estando o Planeta Terra – de expiação e provas – transitando no processo evolutivo para o plano de Regeneração, a culpa de quem assim procede aumentará substancialmente, visto que poderá estar impedindo a última oportunidade daquele irmão encarnar nesse Planeta. Imaginemos o quanto será cobrada aquela que assim proceder?
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalhador do Centro Espírita Caminhando Para Jesus