A religião ateísta e suas superstições

A RELIGIÃO ATEÍSTA E SUAS SUPERSTIÇÕES
Miguel Carqueija



O ateísmo, negando embora a fé religiosa, em sua infra-estrutura é uma religião, uma opção de crença. O ateu militante, como os livre-pensadores do passado, é crente de sua própria religião, que possui inclusive dogmas de fé, dos quais identificamos os mais importantes:
— Deus não existe;
— não existem almas ou espíritos;
— não ha vida após a morte;
— a pessoa que morre desaparece completamente e para sempre (aniquilação total);
— consequentemente não há transcendências mas apenas imanência (matéria).

Por certo são dogmas negativos, mas dogmas assim mesmo. O ateísmo é a religião do não, da negação, do nada.
E o que pode surpreender algumas pessoas é saber que no ateísmo existem superstições. De fato a religião atéia atribui poderes divinatórios à matéria bruta; o universo, criando a si mesmo ou sendo criado pelo nada e pelo acaso, torna-se um “deus”. O nada e o acaso, que não possuem sequer existência objetiva, tornam-se como divindades criadoras.
Por fim desejo lembrar que alguns dos nossos irmãos materialistas costumam falar de maneira bem falaciosa, como se as teses atéias se identificassem com as científicas. Ou por outra, confundem ciência com ateísmo dizendo arbitrariamente, ou dando a entender isso, que a ciência nega a existência de Deus etc.
Ora bem, e falemos agora com maiúsculas para frisar os conceitos envolvidos, a Ciência não tem nenhum compromisso e nem assinou qualquer contrato com o Ateísmo para representar os seus interesses ou endossar as suas teses. A Ciência não tem nenhuma obrigação de validar o Ateísmo ou negar a Religião. O compromisso da Ciência é com a Verdade.


Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2016.



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