Caminhda de Abraão.
Ora o Senhor disse a Abraão: sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, e vem para a terra que eu te mostrar (Gênese 12.1).
A pátria de que a Bíblia fala aqui é Harã. Te rah, seu filho Abraão, sua nora Sarai e seu neto Lot moravam juntos, está dito no Gênese 11.31. O que Harã significava ninguém sabia até um passado recente. Da sua história primitiva nada se conhecia. Todos os documentos da antiga Babilônia silenciam sobre a região do médio Eufrates — a “terra de entre os rios”, como é também chamada — , onde Harã estava situada. Somente em 1933 um achado casual levou a realizar escavações que conduziram, também aqui, a uma grande e sensacional descoberta e, com isso, a conhecimentos novos que colocaram, de improviso, a bíblica Harã e a vida dos patriarcas num ambiente histórico. Na linha entre Damasco e Mossul, no ponto em que atravessa o Eufrates, fica a desconhecida cidadezinha de Abu Kemal. Tendo a Síria, depois da Primeira Guerra Mundial, se tornado protetorado da França, aí estava estacionada uma guarnição francesa. Na vasta bacia do Eufrates, em pleno verão de 1933, o calor era sufocante e paralisador. Quando o chamaram ao escritório, o Tenente Cabane, comandante da guarnição, imaginou tratar-se de uma nova disputa entre árabes que ele teria de resolver. Ele conhecia tudo aquilo à saciedade. Mas dessa vez parecia que a agitação tinha outro motivo. O que finalmente soube pelo intérprete foi o seguinte: umas pessoas estavam querendo enterrar um parente. Para isso, cavaram uma sepultura numa colina afastada, o Tell Hariri, e eis que haviam desenterrado um morto de pedra!