ARGUMENTOS CONTRA A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA - 2º O plágio

Nesse artigo, vamos nos concentrar somente no Antigo Testamento. No próximo, veremos como a biografia de Jesus foi plagiada de antigos deuses pagãos.

Até o século dezoito, poucos pensadores duvidavam da veracidade dos textos bíblicos. Mas, no início do século dezenove, a descoberta de textos mais antigos que a Bíblia na cidade de Nínive, vai mudar a forma de se ler as Sagradas Escrituras.

Entre esses textos, chamou a atenção dos pesquisadores as aventuras de um rei sumério chamado Gilgamesh, devido as semelhanças de seu conteúdo com as histórias contadas no Antigo Testamento. As histórias narradas em Gilgamesh ganharam versões muito parecidas na Bíblia, e, embora com elementos e nomes de personagens diferentes, as ideias são as mesmas.

Dilúvio. Na Bíblia Noé constrói a arca, coloca pares de animais e se salva. No mito de Gilgamesh, o herói Utnapishtim recebeu ordens dos deuses para construir uma arca, porque a terra seria inundada com uma grande enchente. Além dele, entraram no barco sua família, alguns amigos e animais e aves.

Mas um dilúvio universal existiu? Não. Grandes enchentes que inundavam grandes regiões habitadas por seres humanos, fazendo centenas ou milhares de vítimas, sempre existiram em diversas partes do planeta; mas, por favor, não entenda o dilúvio universal como evento histórico. Trata-se de uma lenda, claro. Mario Donato nos conta em seu livro “A marcha do homem”:

“Uma gigantesca inundação, talvez consequência de um dos degelos cíclicos da terra, teria precipitado as águas do golfo pérsico sobre extensa região onde se situava Ur – que, hoje, como dissemos, encontra-se bastante afastada do mar pela camada de aluvião milenarmente depositada pelo Eufrates. O dilúvio, “universal” para aqueles povos da idade da pedra lascada, que do mundo só conheciam a sua região, teria coberto uma extensa área de 630 km de comprimento por 160 km de largura, a noroeste do golfo pérsico. esta inundação, sedimentada na memória dos primitivos habitantes da mesopotâmia, é que depois reviveria na história do dilúvio universal de que nos falam as sagradas escrituras e do qual se salvaram apenas Noé e seus familiares, os animais então existentes e os seus bens. Há quatro mil anos a.C., dizem os arqueólogos.

Deus escolhe um homem para divulgar suas leis.

A Bíblia diz que deus entregou sua lei a Moisés. Nas culturas antigas era comum acreditar que certos legisladores foram orientados por deus para escrever suas leis. Vou falar somente dos dois mais famosos:

Rei Ur-nammu (também chamado Ur-engur), na Suméria, autor do “pai dos códigos”, considerado por muitos historiadores a primeira legislação entregue à humanidade. Segundo a lenda, ele a recebeu do deus Shamash, um dos muitos deuses existentes no panteão sumeriano, por volta de 2040 A.E.C. (antes da era comum). Rei Hamurabi (século 17 A.E.C.). Segundo a lenda teria escrito sua lei orientado por um deus babilônico. Faz parte do seu código o famoso “olho por olho, dente por dente”. Segundo historiadores, essa legislação foi a que mais influenciou as leis atribuídas a Moisés.

Qual o motivo desses legisladores afirmarem que suas leis tinham a assinatura de um deus? Dava a elas mais autoridade e credibilidade. Os autores das leis da Bíblia – que hoje se sabe não foi Moisés - usaram a mesma estratégia.

Outras histórias que se encontram na Bíblia e não são originais:

A criação do homem a partir do barro foi copiada de mitos da Mesopotâmia. A mulher de Lot, transformada em estátua de sal vem de antigas lendas gregas, como da Medusa, que transformava pessoas em pedra; o sol que para durante quase um dia inteiro durante uma batalha do exército de Josué, também vem de um mito grego, protagonizado por Zeus, que manda o sol não se levantar por três dias para poder desfrutar da companhia de Alcmena por mais tempo.

Deus não permitiria que em seu livro existissem plágios, portanto, a Bíblia não é a palavra de Deus.

Leia o primeiro argumento aqui:

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5756290