O DESCANSO DE DEUS

O tempo, segundo o ensino divino, é contado não conforme a cronologia dos homens. A Bíblia Sagrada, regra de fé para os crentes, ensina o que é necessário para andarmos em retidão e vivermos em santidade. Porque sem santidade ninguém verá a Deus.

Quando Deus fez os astros, disse: "Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares; o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus pôs na expansão dos céus para alumiar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom." Gn. 1:14-18.

Também quando ele fez o uiverso com o que nele há, Ele marcava os intervalos de tempo assim: foi a tarde e a manhã o dia primeiro; e foi a tarde e a manhã o dia segundo, etc., até o dia sexto. Gn. 1.

Tarde: Período de tempo que precede a manhã. Normalmente possui 12 horas, e tem o nome de crepúsculo, tarde do dia, escuridão e trevas da noite. Pv. 7:9. Ela se estende do por-do-sol de um dia até o despontar do sol na manhã.

Dia: Intervalo de tempo compreendido entre dois por-do-sol, e que corresponde normalmente a 24 horas. Lv. 23:32.

Manhã: Período de tempo com 12 horas, compreendido entre duas noites, duas tardes, ou o nascer do sol e o seu ocaso. Também chamado de dia. Jo. 11:9.

Antes de haver luz, havia trevas. Assim, a tarde ou noite vem antes da manhã ou dia no ciclo de 24 horas.

O modo de contar-se o dia hoje, de meia-noite à meia-noite, não é correto. E isso foi profetizado por Daniel. Disse ele: "Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará de mudar os tempos e a lei." Dn. 7:25, primeira e segunda parte.

Se o dia começasse à meia-noite então a noite só teria seis horas e o dia teria dezoito, enquanto que Jesus disse que tem doze. Jo. 11:9. Como pode o dia começar à meia-noite? Quem não conhecer o tempo de modo correto, não pode santificar corretamente o dia do Senhor. Conforme a instrução dada ao povo de Deus, o Sábado deve ser guardado de por-do-sol à por-do-sol. O dia, parte clara no ciclo de 24 horas, pela cronologia moderna dos homens, vai de 6:00 da manhã às 18:00 horas. Mas o correto é se contar do nascer do sol ao por-do-sol.

Quando Neemias buscou corrigir a transgressão que o povo estava praticando no tempo dele, tão logo dava a sombra da noite sobre as portas de Jerusalém, ele mandava fechar os portões da cidade. Vamos transcrever o texto para melhor compreender como devemos também proceder.

"Naqueles dias vi em Judá os que pisavam lagares ao Sábado e traziam feixes que carregavam sobre os jumentos; como também vinho, uvas e figos, e toda a casta de cargas, que traziam à Jerusalém no dia de Sábado; e protestei contra eles no dia em que vendiam mantimentos. Também Tírios habitavam dentro, que traziam peixe, e toda a mercadoria, que no Sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém. E contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de Sábado? Porventura não fizeram vossos pais assim, e nosso Deus não trouxe todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós mais acrescentareis o ardor de sua ira sobre Israel, profanando o Sábado. Sucedeu que, dando às portas de Jerusalém já sombra antes do Sábado, ordenando-o eu, as portas se fecharam; e mandei que as não abrissem até passado o Sábado; e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de Sábado. Então os negociantes e os vendedores de toda a mercadoria passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei pois contra eles, e lhes disse: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão de vós. Daquele dia em diante não vieram no Sábado." Ne. 13:15-21.

As coisas dantes escritas para o nosso ensino foram escritas.

Se o cristão não conhecer o tempo e o modo, pois para todas as coisas há tempo e modo, ele não pode alcançar a perfeição no amor ou caridade e não será varão perfeito como requer Deus. Mt. 5:48, II Tm. 3:17 e Cl. 3:14. E receberá a censura do Senhor, que diz: "Não tenho achado as tuas obras perfeitas diante de Deus." Ap. 3:2. E essas obras são as obras de justiça, do amor falado por João. I Jo. 3:18.

Em países europeus, como a Inglaterra, existem dias em determinada estação do ano que a parte clara se prolonga até as nove horas da noite na cronologia atual.

Conforme o que o Espírito concedeu a Isaías, não devemos nos ocupar de nada material no Sábado do Senhor, veja:

"Se desviares o teu pé do Sábado, de fazer a tua vontade no meu santo dia, e se chamares ao Sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." Is. 58:13 e 14.

E, conforme no passado, não devemos nem cozinhar durante o sábado também. Pois assim diz a Escritura:

"Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, Sábado de descanso solene ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto. Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do Sábado." Êx. 35:2 e 3.

Há quem argumente que isso foi para o Israel do passado, quando a tarefa de fazer fogo exigia esforço físico. Entretanto Deus não muda. Mesmo antes de a Sua lei ter sido ratificada no Sinai, Deus assim falou:

"Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?" Êx. 16:28. E antes disso Moisés havia instruído o povo o seguinte:

"Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, Sábado santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós, guardando-o para amanhã." Êx. 16:23.

Observemos que eles deveriam assar ou cozer, e o que disso sobrasse é que deveria ser reservado para o Sábado. Portanto o alimento deveria ser guardado já pronto.

Hoje temos bem mais condições de guardar o Sábado. Nossos fogões são a gás, temos geladeira, luz e energia elétrica, água encanada, etc. E mesmo onde isso não haja, com boa vontade é possível guardá-lo, pois essa será a nossa prova de amor para com Jesus. Jo. 14:15.

Podemos fazer fora do Sábado tudo que for preciso, ou seja, antes do pôr-do-sol de Sexta-feira ou após o pôr-do-sol de Sábado. Pois cremos que todas as coisas concorrem para bem daqueles que amam a Deus. Rm. 8:28. E o que nos separará do amor de Deus? A fome, a nudez, etc? Nada, nos pode separar do amor de Deus, a guarda dos Seus Mandamentos. Rm. 8:35.

Como vimos na manifestação da vontade do Senhor através de Isaías não devemos pretender fazer nem nossa vontade e nem falar nossas próprias palavras no Seu santo dia. Is. 58:13.

Mas existem contradizentes, que alegam não ser o Sábado do Senhor o dia do Senhor. E alegam motivos espúrios. Não se firmam na verdade, porque não há verdade neles. Dizem que agora o dia do Senhor é o domingo, presumindo, por suas contas e riscos, que Jesus ressuscitou nesse dia. Quem assim pensa e crê não está corretamente instruído na palavra de Deus.

Como é pré condição aceitar os Mandamentos de Deus para ter sabedoria, alcançar o temor do Senhor e achar “o conhecimento de Deus”, quem não aceita os Mandamentos não alcança sabedoria, nem temor do Senhor, nem o conhecimento de Deus. Pv. 2:1-6, 28:7-9 e 10:8.

Abundam erros doutrinários nas igrejas que não têm os Mandamentos de Deus, assim como não entende as palavras de Deus aquele que não guarda os Seus Mandamentos, já que isso é precondição para tal. Algumas igrejas ainda que tenham os Mandamentos não os guardam, e, assim, não amam a Deus. Jo. 14:21.

Jesus amou o mundo e provou esse amor: morreu por nós. E agora Ele exige nossa prova de amor, dizendo: "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos." Jo. 14:15. E ele só ama os que lhe amam. Pv. 8:17. E o Espírito Santo revela que nós somos loucos por amor de Cristo. I Co. 4:10. E: "Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio." I Co. 3:18.

O sétimo da semana, ou um em sete na semana?

Quando o Senhor criou os céus e a terra, Ele fez os tempos: A semana, os meses, e os anos. A semana de sete dias, o mês de trinta dias, e o ano de doze meses.

Ao retirar o povo de Israel do Egito, Ele instituiu o mês de Abib como o primeiro dos meses para o seu povo. Esse mês corresponde hoje ao período que vai de março a abril, pegando parte de um e parte de outro.

Aos dias da semana o Senhor chamou-os de: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto e sétimo. E a este dia da semana chamou Deus de Sábado (descanso), pois nesse dia ele descansou, razão porque o santificou e abençoou.

Santificação significa separação. Assim, Ele separou aquele dia para o descanso e o abençoou por isso. O Sábado dele é determinado, é o sétimo da semana. Já os sábados dos israelitas eram móveis, ou seja, variava. Pois o primeiro e o último dia das solenidades ordenadas pelo Senhor caíam em diferentes dias da semana, sendo “os sábados solenes” ou festivos. Lv. 23:32 e referências.

O Sábado do sétimo dia é ordem, mas um sábado em sete dias é desordem. Imagine cada um indo à congregação num dia, e buscando fazer o seu próprio descanso.

Até nos sábados instituídos por Deus, e por Ele chamados de “vossos sábados”, havia ordem. Basta ler com cuidado os textos. Havia os seus tempos determinados dentro do ano. As coisas instituídas por Deus, o são com sabedoria. Ele é perfeito.

Para pretender justificar a não observância do descanso sabático, há quem argumente o que Jesus falou: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo. 5:17), e também o que o apóstolo Paulo disse: "Trabalhai noite e dia para não serdes pesados aos vossos irmãos." II Ts. 2:9. Mas esquecem do que também disse o mestre: "Trabalhai não pelo pão que perece, mas pelo que permanece." Jo. 6:27.

O trabalho de Jesus era o ministerial o qual também deve ser o dos chamados. Assim, eles podem se dedicar nesse labor noite e dia como o Pai.

A linguagem usada pelos profetas e apóstolos era de acordo com a linguagem usada por Deus nas Sagradas Escrituras, já que eles eram inspirados por Ele e porta voz dele. Assim, quando a Escritura diz que Pedro e João subiram ao templo para orar, diz que a hora era a nona. E essa hora é a que chamam de quinze horas ou três horas do que dizem ser tarde. Mas como o sol nasce pela manhã e o dia tem doze horas, então a nona hora inicia o terceiro quarto do dia.

Quando João estava na ilha de Patmos, e escreveu o livro do Apocalipse, disse: "E eu fui arrebatado em Espírito no dia do Senhor... " Ap. 1:10. Essa linguagem inspirada não é outra senão a mesma inspirada por Deus a Isaías, que escreveu: "Se chamares ao Sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, e o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." Is. 58:13 e 14. Isso foi o que o apóstolo fez, chamou ao Sábado de dia do Senhor.

Para Deus um tempo pode ser doze horas, um dia, um ano, um milênio, ou um intervalo de tempo, ou uma ocasião. Assim, o seu dia também pode ser o seu Sábado ou o dia da sua vinda ou um período de tempo. Mas sabe-se pelo contexto a Sua intenção. Pois o Seu Espírito em nós nos faz isso saber, pois ele penetra todas as coisas, e até as profundezas de Deus. I Co. 2:10.

Pensam alguns que por o Senhor falar do pai Jacó, que Ele está falando para o Israel nominal, da palestina. Mas observe o que diz o apóstolo Paulo:

"Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. Porque está escrito: "Alegra-te, estéril, que não dás a luz; esforça-te e clama, tu que não estás de parto; porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas nós irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque. De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre." Gl. 5:26-28 e 31.

Assim, nós, os que temos crido, somos a descendência prometida a Abraão, do qual descendem os patriarcas, como Isaque, pai de Jacó, filho da promessa como nós que fomos prometidos a Abraão, e que somos como as estrelas do céu e como a areia do mar em multidão. Gn. 15:5, 22:17 e 32:12.

Mas há quem diga que ninguém consegue guardar os Mandamentos e que não há um justo sequer. Entretanto, antes que as leis fossem dadas no Sinai, as escrituras dizem que Abraão guardou os Mandamentos do Senhor. E o próprio Deus disse que Abraão ordenaria a seus filhos que guardassem o caminho do Senhor com justiça e juízo, veja:

"E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para obrarem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado." Gn. 18:17-19. E como está demonstrado no questionário, os caminhos do Senhor e a Justiça do Senhor são os Seus Mandamentos. Ml. 2:8 e 9 e Sl. 119:172. E a justiça de Deus é eterna. Sl. 119:142. E quem pratica a justiça é justo como Ele é justo. I Jo. 3:7.

Deus deu testemunho de Abraão para Isaque, e disse:

"Porque Abraão obedeceu à minha palavra, e guardou os meus mandamentos, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis." Gn. 26:5.

Outrossim, diz as Escrituras que Zacarias e Isabel sua mulher eram justos. E eram justos porque observavam a justiça de Deus, guardavam os Seus Mandamentos, veja:

"Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas d’Arão, e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor." Lc. 1:5 e 6. Também José, esposo de Maria, mãe de Jesus, era justo. Mt. 1:19.

Por conseguinte todos os que praticam a justiça de Deus, ou seja, guardam os seus mandamentos, são justos como Deus é justo, veja:

"Filhinhos, ninguém vos engane, quem pratica a justiça é justo assim como ele é justo." I Jo. 3:7.

Quem não crê nos Mandamentos de Deus, não consegue guardá-los, pois ele é a Lei da Fé. Rm. 3:27 e 31. Os quais não são pesados, como disse João inspiradamente. I Jo. 5:3. E o que não o observar não pode estar em Deus. I Jo. 3:24. E, por conseguinte, não pode estar nele o amor do Pai. Jo. 14:9 e 10.

Mas há quem use como argumento a seu favor passagens bíblica que não dizem o que querem que diga. Uma delas é a que o apóstolo Paulo diz: "guardais dias, e meses e anos." Ou ainda: "ninguém vos julgue pelo comer, pelo beber, ou por sábados." Apesar de já termos discorrido sobre isso, vamos enfocá-lo para remover o véu que recobre a face dos que pretendem se justificar alegando que hoje vivemos pela graça.

Como vimos, quando citamos as leis que ordenava “os sábados solenes”, existiam dias solenes, meses solenes e anos solenes. E esses eram observados pelos judeus mesmo ao tempo de Paulo. E esses judeus queriam obrigar os gentios que estavam aderindo ao "caminho”, a observarem esses dias, alegando que se eles não observassem isso eles não estavam guardando a lei. E que também eles deviam se circuncidar, para cumprir a lei de Moisés. Isso levou Paulo a escrever a epístola “aos Gálatas”, tratando sobre o tema.

Em todos os casos, como fala o missivista aos Hebreus, retira Deus o primeiro pacto para estabelecer o segundo. O primeiro tinha a observância de ordenanças sagradas, que consistia em oferta de manjares, comidas, bebidas e oblações. Hb. 9. Também preceitos de não toqueis, não manuseies, etc... que diz o missivista eram ordenanças. Cl. 2:20 e 21. Mas Cristo removeu essas coisas, que nada aperfeiçoou, riscando a cédula de dívida que era contra nós nas suas ordenanças, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. Cl. 2:14. Assim, já que eram ordenanças e tinham um tempo para que fossem observadas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, retirou o primeiro e estabeleceu o segundo; anulou o feito em Horebe e ratificou o feito na terra de Moabe.

Por isso disse Isaías: "Quem mata um boi é como o que fere um homem; o que sacrifica um cordeiro, como o que degola um cão; o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo; estes escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma toma prazer nas suas abominações." Is. 66:3.

Assim, os profetas, ao receberem essas coisas, quiseram saber se elas eram para o tempo deles, e lhes foi dito que não para eles e sim para os gentios eles ministravam. I Pe. 1:11 e 12.

Isaías escreveu aquilo que o Senhor falou por ele:

"Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não tragais mais ofertas debalde: o incenso é para mim abominação e as luas novas, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade, nem mesmo o ajuntamento solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades as aborrece a minha alma; já são pesadas; já estou cansado de as sofrer." Is. 1:12-14.

Entretanto, observe cuidadosamente o contexto, e confira com Levítico 23, e verá a que o Senhor está referindo-se: convocação das congregações, vossas solenidades (conferir com Lv. 23:1, 8, 9, 17, 21, 28 e 29). Assim aqueles sábados eram os vossos sábados.

E deles diz ainda o Senhor por Oséias: "E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas a s suas festividades." Os. 2:11. E adiante diz ainda o Senhor: "E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias. E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor." vv. 19 e 20. E adverte o Senhor por Jeremias:

"Assim diz o Senhor: Guardai as vossas almas, e não tragais cargas no dia de Sábado, nem as introduzais pelas portas de Jerusalém. Nem tireis cargas de vossas casas no dia de Sábado, nem façais obra alguma; antes santificai o dia de Sábado, como eu ordenei a vossos pais. Será que, se diligentemente me ouvirdes, diz o Senhor, não introduzindo cargas pelas portas desta cidade no dia de Sábado, e santificardes o dia de Sábado, não fazendo nele obra alguma; então entrarão pelas portas desta cidade reis e príncipes, assentados sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles e seus príncipes, os homens de Judá, e os moradores de Jerusalém; e esta cidade será para sempre habitada. Mas, se não derdes ouvidos, para santificardes o dia de Sábado, e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de Sábado, então acenderei fogo nas suas portas o qual consumirá os palácios de Jerusalém, e não se apagará." Jr. 17:21 e 22, 24 a 25 e 27.

O Sábado além de ser o memorial da criação é também o sinal entre Deus e o Seu povo, veja:

"E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica. E santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu sou o Senhor vosso Deus. Mas também os filhos se rebelaram contra mim, e não andaram nos meus estatutos, nem guardaram os meus juízos, os quais cumprindo-os, o homem viverá por eles; eles profanaram os meus sábados, por isso eu disse que derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a minha ira no deserto. Mas contive a minha mão, e o fiz por amor do meu nome, para que não fosse profanado aos olhos das nações, à vista das quais os fiz sair. Também levantei a minha mão para eles no deserto, para os espalhar entre as nações, e os derramar pelas terras; porque não executaram os meus juízos, e rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais." Ez. 20:12, 20 a 24.

Quando o Senhor promulgou a Sua Lei diante da face do povo no deserto do Sinai, Ele mesmo foi quem falou das nuvens e disse com relação ao Sábado: "Lembra-te do dia de Sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do Sábado, e o santificou." Êx. 20:8-11.

Observemos os detalhes: No início do capítulo vinte diz: "Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus." E começa a ditar as suas leis diretamente ao povo. E isso está inequivocamente registrado em Deuteronômio, onde diz: "O dia em que estivestes perante o Senhor teu Deus em Horebe, quando o Senhor me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos; e vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus e havia trevas, e nuvens e escuridão. Então o Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes semelhança nenhuma. Então vos anunciou ele o Seu concerto que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra." Dt. 4:10-13.

Outrossim, nos versos onde são citados os mandamentos, podemos observar ainda outros detalhes importantes, como: "mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus." E não era somente para ele, o povo de Israel, não trabalhar nesse dia, mas até o seu animal, que lhe servia, e o servo e o estrangeiro que peregrinasse no meio dele. Isso porque havia os servos do povo, bem como os agregados ao povo de Israel, por acordos ou por mesclagem. Assim, falou Deus a Moisés e mandou que ele instruísse o povo: "Uma mesma lei tereis; assim será o estrangeiro como o natural." Lv. 24:22.

Disse mais: "Porém se algum estrangeiro se hospedar contigo, e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, seja-lhe circundado todo o macho, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. Uma mesma lei haja para o natural, e para o estrangeiro que peregrinar entre vós." Êx. 12:49; Lv. 24:22; Nm. 15:16, 29.

É importante frisar que, quando Deus falou as suas leis ao povo, Moisés não havia subido ao monte, e, por conseguinte, não tinha recebido as tábuas de pedra onde constou o decálogo. Mas já havia sido feito o primeiro pacto, que, portanto, continha as leis de ordenanças. E ao mesmo tempo em que Deus deu a Moisés a Sua Lei, deu-lhe também estatutos, preceitos e juízos, veja:

"Estes são os estatutos, e os juízos, e as leis que deu o Senhor entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moisés." Lv. 26:46.

É mister que se saiba que, nada obstante as ordenanças terem sido abolidas a partir da morte de Jesus, que as cravou na cruz, os estatutos e os juízos estabelecidos por Deus e dados a Moisés não foram abolidos. Por isso falou Deus por Malaquias: "Lembrai-vos da lei de Moisés meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, e que são estatutos e juízos." Ml. 4:4 e Lv. 12:48.

OS SÁBADOS

Sábado significa descanso. E existe um instituído por Deus desde a fundação do mundo, e outros dado no Sinai como ordenação temporal, e que, como mandamento de ordenança, teve a sua duração, ou vigência, tendo sido abolido no tempo devido, posto que nada aperfeiçoou.

E para que não existam dúvidas quanto à existência das duas leis, mencionamos a passagem bíblica onde diz: "E não obedecemos à voz do Senhor nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu pela mão de seus servos, os profetas. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra Ele (contra Deus)." Dn. 9:10 e 11.

Como vimos, existiam duas leis: a de Deus e a de Moisés. E num só versículo (Dn. 9:11), faz referência as duas leis. Na primeira consta apenas o decálogo divino, enquanto que na segunda constam os preceitos, estatutos, ordenanças, leis e juízos, bem como as maldições pela não obediência delas. E as penas e castigos eram aplicados tanto na transgressão da primeira lei, a de Deus, quanto na transgressão da segunda, a de Moisés.

O sábado do Senhor é o sétimo dia da semana, dentro da ordem estabelecida por Deus na criação, conforme lemos em Gn. 1:1-31 e 2:1-3. Já o sábado da lei de Moisés, consistia em um tempo de descanso, que podia ser: um dia para os homens, ou um ano para a terra.

Os Sábados das solenidades

"Depois falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as solenidades: Seis dias obra se fará, mas ao sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhuma obra fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações. Estas são as solenidades do Senhor, as santas convocações, que convocareis no seu tempo determinado: No mês primeiro, aos quatorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor. E aos quinze dias deste mês é a festa dos asmos do Senhor: sete dias comereis asmos. No primeiro dia tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis." Lv. 23:1-8.

Ora, em cada ano o primeiro dia de um determinado mês cai em dia diferente da semana. Assim, o dia 14 de Abib também caía em diferentes dias da semana. Mas a páscoa deveria ser realizada à noite do dia 14 do mês de Abib, ou seja, à noite que precede a parte clara do dia 14, e no dia quinze a festa dos asmos ao Senhor. Nesse dia 15 de Abib havia santa convocação, nenhuma obra servil se fazia. Este era um sábado (descanso). Sete dias se oferecia oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia havia nova convocação, e nenhuma obra servil se fazia. Era outro sábado (descanso) solene.

Também na festa da primícia, que se contava sete semanas seguidas a partir do sábado em que era trazido o molho das primícias, para o sacerdote apresentar ao Senhor como oferta de movimento. Assim, se contava sete semanas, e no quinquagésimo dia havia santa convocação, e nenhuma obra servil se fazia; era outro sábado (descanso). Lv. 23:9-21.

Outrossim, no mês sétimo, o primeiro dia do mês era sábado (descanso), memória de jubilação, santa convocação. Nenhuma obra servil se fazia. Versículos. 24 e 25. E ao décimo dia do mês sétimo havia o jejum coletivo e nacional, e nenhuma obra servil se fazia, era sábado (descanso): o dia da expiação. Versículos 27 e 28. E quem não jejuasse naquele dia era excluído do povo. Versículo 29. Assim como todo aquele que fizesse alguma obra também seria destruído pelo Senhor do meio do seu povo. Era outro sábado (descanso). Lv. 23:30 a 32.

E aos quinze dias do mês sétimo, era a festa dos tabernáculos por sete dias. E ao oitavo dia havia santa convocação, e nenhuma obra servil se fazia. Versículos 34 a 36.

Eram os sábados da lei cerimonial. Além dos sábados do Senhor. Versículo 38. "Porém celebrareis a festa do Senhor por sete dias; e ao dia primeiro haverá descanso, e ao oitavo haverá descanso (sábado)." Versículo 39.

Os sábados da terra

"Falou mais o Senhor a Moisés no monte de Sinai, dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra, que eu vos dou, então a terra guardará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás a sua novidade. Porém ao sétimo ano haverá sábado de descanso para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo nem podarás a tua vinha. O que nascer de si mesmo da tua sega segarás, e as uvas da tua vide tratadas não vindimarás; ano de descanso será para a terra. Mas a novidade do sábado da terra vos será por alimento, a ti e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina contigo. E ao teu gado, e aos teus animais, que estão na tua terra, toda a sua novidade será por mantimento." Lv. 25:1-7.

"Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos. Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra. E santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e tornareis, cada um à sua família. O ano quinquagésimo vos será jubileu; não semeareis nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem vindimareis as uvas das vides não tratadas. Porque jubileu é, santo será para vós; a novidade do campo comereis." Lv. 25:8-12.

Observemos que aos sábados do Senhor ele os chama de MEUS SÁBADOS. Lv. 26:2, enquanto que aos sábados festivos ou solenes ele os chama de VOSSOS SÁBADOS. Lv. 23:32, ú.parte.

E mesmo a não observância do sábado da terra, era punido pelo Senhor. Veja:

"E assolarei a terra, e se espantarão disso os vossos inimigos que nela morarem. E vos espalharei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas. Então a terra folgará nos seus sábados, todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos; então a terra descansará, e folgará nos seus sábados. Todos os dias da assolação descansará, porque não descansou nos vossos sábados, quando habitáveis nela. (...). E a terra será desamparada deles, e folgará nos seus sábados, sendo assolada por causa deles; e tomarão por bem o castigo da sua iniquidade, em razão mesmo de que rejeitaram os meus juízos e a sua alma se enfadou dos meus estatutos." Lv. 26:32, 35 e 43.

"Estes são os estatutos, e os juízos, e as leis que deu o Senhor entre si e os filhos de Israel, no monte Sinai, pela mão de Moisés." Versículo 46.

Esses sábados festivos eram praticados pelos judeus ao tempo de Jesus, que o acusaram de transgredi-los e permitir a sua transgressão.

Numa das vezes foi quando Ele curou a um paralítico e mandou que ele tomasse o seu leito e andasse. Conforme inferimos da passagem atinente ao episódio, aquele era um sábado festivo e não um sábado da Lei do Senhor. Veja:

"Depois disso havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Ora em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos; cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento das águas. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me meta no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. Jesus disse-lhe; Levanta-te, toma a tua cama, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a cama. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama, e anda." Jo. 5:1-11.

O capítulo inicia dizendo que havia uma festa entre os judeus. Que festa era essa? Uma festa solene judaica na qual havia convocação deles, e quando havia sábado (descanso), tanto no primeiro quanto no último dia da festa.

Naquela ocasião Jesus falou aos judeus: "Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor de Deus." Versículo 42. E esse amor é a guarda dos Seus Mandamentos. Jo. 14:15, I Jo. 5:3. Assim, os judeus eram rigorosos quanto à lei de Moisés, que ordenava as festas e os seus respectivos sábados (descansos), mas não tinham o mesmo rigor para com a Lei de Deus. E a seguir disse Jesus: "Eu vim em nome de meu pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis..." "Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais. Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?" Jo. 5:42-47.

E em outra ocasião Ele disse: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas, porque vos digo “a verdade”, não me credes. Quem dentre vós me convence do pecado? E se vos digo a verdade, por que não me credes?" Jo. 8:44-46. "Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus. E vós não o conheceis, mas eu conheço-o; e, se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra." Versículo 55.

Ora, como já demonstramos sobejamente, “a verdade” é os mandamentos de Deus. Assim, nada obstante o rigor dos judeus, eles não obedeciam a esses mandamentos, o decálogo divino. Jesus também falou que eles tinham por pai o diabo, que é o pai da mentira e que nunca se firmou na verdade. E o Espírito Santo inspirou a João, que escreveu: "e nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus." E a verdade e a justiça são uma só coisa: Os Mandamentos de Deus. I Jo. 3:10, e Sl. 119:142 e 172.

Ele falou ainda que os judeus não conheciam ao Seu Pai. E isso corresponde ao que escreveu João: "Aquele que diz eu O conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso e não está com a verdade." I Jo. 2:4.

Outro episódio tomado como justificativa pelos indoutos, foi o que envolveu os discípulos de Jesus, que colheram espigas e comeram num sábado, o que resultou em censura da parte dos fariseus. Vamos saber que sábado era aquele.

Mateus escreveu: "Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e ou seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só os sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Marcos registrou o episódio assim: E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. E os fariseus lhe disseram: Por que fazem no sábado o que não é lícito?" E Lucas registrou o ocorrido, dessa forma: "E aconteceu que, no sábado segundo-primeiro, passou pelas searas, e os seus discípulos iam arrancando espigas, e, esfregando-as com as mãos, as comiam. E alguns dos fariseus lhes disseram: Por que fazeis o que não é lícito fazer nos sábados?" Lc. 6:1 e 2. Mt. 12:1-5; Mc. 2:23 e 24.

Esta última narrativa elucida as demais. O termo “no sábado segundo-primeiro” nos faz entender que aquele era “um sábado festivo”, sendo o segundo do período solene.

Nos parece que existe certa presunção por uns quanto ao sábado do Senhor. É que existe pensamento incorreto em alguns, que pensam que o sábado só existiu com a lei de mandamentos, dados no Sinai para a então recém criada nação de Israel. Mas isso não está correto. Pois, antes que ele fosse citado na Lei para ser lembrado, ele já era observado pelos tementes a Deus. E a transgressão dele, mesmo antes que Deus houvesse falado das nuvens quando o publicou diante da face do povo, foi censurado por Deus, veja:

"E aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; e todos os príncipes da congregação vieram, e contaram-no a Moisés. E ele disse-lhes: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, o santo sábado do Senhor; o que quiserdes cozer no forno, cozei-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde em guarda para vós até amanhã. E guardaram-no até amanhã, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem nele houve algum bicho. Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo. Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não o acharam. Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis? Vede, visto que o Senhor vos deu o sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; cada um fique no seu lugar, que ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. Assim repousou o povo no sétimo dia." Êx. 16:22 a 30.

Se o maná fosse produzido sem que Deus interviesse para isso, ou seja, sem que Ele desse, eles poderiam encontrar no dia de sábado. Mas Deus mostrou que o pão era providência Sua. E Ele fazia a Sua parte: provia em dobro no sexto dia, para que eles não tivessem razão para não observar a santificação do sétimo dia, o sábado do Senhor.

Aquele povo havia sido gerado no Egito, num período de quatrocentos anos. Como escravos de Faraó não tinha mais a liberdade para guardar o sábado que eles haviam recebido como mandamento dos seus pais, os patriarcas. Isso levou aquele povo a um mau costume, suportado por Deus durante quarenta anos.

Outrossim, eles se haviam mesclado com egípcios, e havia um misto de gente saído com eles. Êx. 12:38. Esse misto de gente não aceitaria leis que não conheciam e de cujo Deus não conheciam e não temiam. Houve necessidade de algo maravilhoso como o que Deus fez, lhes falando das nuvens as Suas Leis. Mas muitos não quiseram ouvir a Sua voz, nem audivelmente nem retransmitida por Moisés, razão porque muitos pereceram no deserto em conseqüência dos seus pecados. Hb. 3:8 a 11 e 15 a 19.

Hoje o mundo é o Egito, simbolicamente. E alguns que hoje têm sido salvos dele, e chamados para “o caminho da verdade”, não renunciam os seus maus costumes, e não querem se sujeitar aos Mandamentos do Senhor e nem às Suas Leis. Por essa razão fala o Espírito Santo na epístola aos Hebreus:

"Temamos, pois que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás. Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas, não puderam entrar por causa da desobediência, determina outra vez um certo dia, hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto resta ainda um repouso sabático para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas. Procuremos pois entrar naquele repouso, para ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência." Hb. 4:1-11. E adverte:

"Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado. Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmes o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade." Hb. 3:7-19.

Não obstante essa enérgica advertência feita pelo próprio Deus, o engano tem endurecido aos incrédulos, que buscam uma salvação por meio de artifícios ardilosos, mudando em mentira a verdade de Deus, os Seus Mandamentos, e não entram no descanso ordenando pelo Senhor, que, embora não se canse, entrou no descanso do sétimo dia, dando-nos o exemplo.

Em nenhum momento Ele mudou a Sua Lei, que o salmista diz que é eterna. Sl. 119:142 e 117, ú.parte. E Ele é o Senhor do sábado, sendo, portanto, esse dia o dia do Senhor. Ele nunca disse ser o Senhor do domingo. Mesmo porque, apesar de Ele ter feito todos os dias, não foi Ele que o nomeou de “domingo”, ou sunday (dia do sol). Aos dias da semana Ele chamou de primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto. O único que Ele chamou de sábado (descanso) foi o sétimo. O qual também Ele abençoou e santificou. Gn. 2:2-3.

Mas o Seu povo, tanto no passado como no presente, tem resistido a observar os Seus Mandamentos, entrar nesse repouso. Razão porque Deus tem usado os Seus profetas e, de várias formas falado e exortado o povo a deixar o seu mau caminho e buscar a “vereda antiga”. Jr. 6:16.

A transgressão pela qual se podia oferecer o sacrifício por ele era a não voluntária. Ou seja, o erro por ignorância. Mas o voluntário devia ser expiado com a morte do transgressor, veja:

"Falou mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar por erro contra alguns dos mandamentos do Senhor, acerca do que se não deve fazer, e obrar contra algum deles; se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado, que pecou, um novilho sem mancha, por expiação do pecado." Lv. 4:1-3. "Mas, se toda a congregação de Israel errar, e o negócio for oculto aos olhos da congregação, e se fizerem, contra algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e forem culpados. E o pecado em que pecarem for notório, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação." Lv. 4:13 a 14. "Quando um príncipe pecar, e por erro obrar contra algum de todos os mandamentos do Senhor seu Deus, naquilo que se não deve fazer, e assim for culpado; ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua oferta um bode tirado de entre as cabras, macho sem mancha." Lv. 4:22 e 23. "E qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra algum dos mandamentos do Senhor, naquilo que se não deve fazer, e assim for culpado; ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua oferta uma cabra fêmea sem mancha, pelo seu pecado que pecou." Lv. 4:27 e 28. "E quando alguma pessoa pecar, ouvindo a voz de blasfêmia, de que for testemunha, seja que o viu, ou que o soube, se o não denunciar, então levará a sua iniquidade." Lv. 5:1. Ou, quando alguma pessoa jurar, pronunciando temerariamente com os seus beiços, para fazer mal, ou para fazer bem, em tudo o que o homem pronuncia temerariamente com juramento, e lhe for oculto, e o souber depois, culpado será numa destas coisas. Quando alguma pessoa cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas cousas sagradas do Senhor, então trará ao Senhor por expiação um carneiro sem mancha do rebanho, conforme a tua estimativa em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa. E, se alguma pessoa pecar, e obrar contra algum de todos os mandamentos do Senhor, o que se não deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniquidade." Lv. 5:1, 4, 15 e 17. "Será que, quando se fizer alguma cousa por erro, e for descoberto aos olhos da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho para holocausto em cheiro suave ao Senhor; com a sua oferta de manjares e libação conforme ao estatuto, e um bode para expiação do pecado. Mas a alma que fizer alguma cousa à mão levantada, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; tal alma será extirpada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do Senhor, e anulou o seu mandamento; totalmente será extirpada aquela alma, a sua iniqüidade será sobre ela." Nm. 15:24, 26 e 27, 30 e 31.

Diz o missivista aos hebreus:

"E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade." Hb. 3:18 e 19.

Entendemos que esse texto contém erro, e a seguir mostraremos as razões.

O repouso a que refere-se o texto é o sétimo dia, o sábado do Senhor, veja:

"Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás. Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram. Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão (não entraram) no meu repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso (sabático) para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas." Hb. 4:1-10.

O texto de Hebreus quatro trata especificamente do repouso do Senhor, o sétimo dia da semana. Que é continuação do que trata no final do capitulo três, a saber: o repouso do Senhor. E diz claramente que se Josué tivesse dado repouso ao povo de Israel, não falaria depois disso de outro dia. Mas que o Salmista, muito tempo depois, falou sobre outro dia. E o verso nove diz: “Portanto, resta um repouso sabático para o povo de Deus. Assim, o missivista reporta-se ao repouso de Deus, e não ao repouso concedido por Josué ao introduzi-lo na terra prometida. Portanto o texto estaria correto se vertido como segue:

“E a quem jurou, senão aos que foram desobedientes, que não entraram no seu repouso”? Hb. 3:18.

E a seguir diz a razão pela qual eles não entraram no repouso de Deus, ou seja, não santificaram o sétimo dia, o sábado do Senhor: Por causa das suas incredulidades. Versículo 19. E por isso diz o Espírito pelo missivista:

"Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência." Hb. 4:11. Ou seja, procuremos santificar o dia do sábado, para não incorrermos no mesmo exemplo de desobediência.

Portanto, diz ainda o Espírito pelo missivista:

"Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus. E da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto faremos, se Deus o permitir. Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celeste, e se fizeram participantes do Espírito Santo. E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificaram o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério." Hb. 6:1-6.

"Porque se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, (os Mandamentos de Deus conforme salmo 119:142), já não resta mais sacrifício pelos pecados. Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo." Hb. 10:26-31.

Conforme o que o Espírito concedeu ao missivista aos hebreus, não mais existe sacrifícios pelos pecados daqueles que recaíram. Mas se o erro for por ignorância, o pecador pode oferecer o seu sacrifício, o sacrifício da sua alma, afligindo-a com jejuns, que corresponde aos sacrifícios mencionados no salmo 50:5, onde diz: "congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios."

Deus não pode invalidar a Sua palavra. Mas há quem queira que Deus lhe julgue segundo a Sua misericórdia, e não segundo a Sua justiça. Mas a palavra inspirada ao salmista, diz: "Julga-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu." Sl. 35:24, p.parte. E o próprio Deus fala: "O Deus poderoso, o Senhor, falou e chamou a terra desde o nascimento do sol até o seu ocaso. Desde Sião, a perfeição da formosura resplandeceu Deus. Virá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele. Chamará os céus, do alto, e a terra, para julgar o Seu povo. Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um concerto com sacrifícios. E os céus anunciarão a sua justiça (os seus mandamentos, conforme Sl. 119:172); pois Deus mesmo é o Juiz." Sl. 50:1-6. E diz ainda outra escritura: "(...) Perante a face do Senhor, porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e povo com eqüidade." Sl. 98:9. E mais: "Ante a face do Senhor, por que vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade." Sl. 96:13.

Como vemos na citação, os povos serão julgados com a Sua Justiça e a Sua Verdade, e que correspondem aos Seus Mandamentos. Mas se alguém quiser negar as Escrituras antigas, então ouça a que chamam de nova, o Apocalipse:

"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça." Ap. 19:11.

Portanto, “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou”. Ex. 20:8-11.

OS MEUS SÁBADOS E OS VOSSOS SÁBADOS

1) Que significa sábado?

Descanso. Lv. 23:3 e 32.

2) Como chama Deus ao Seu descanso?

Meus sábados. Ez. 20:12; sábado do Senhor. Lv. 26:2; Êx. 16:25, 20:10; santo dia do Senhor. Is. 58:13.

3) Como chamou Deus aos dias solenes nos quais havia descanso, e constantes da lei cerimonial?

Sábados. Lv. 23:3. Vossos sábados. Lv. 23:32. Seus sábados. Os. 2:11.

4) Quem deu o sábado ao homem?

Jesus. Êx. 20:1

5) Como sabemos disso?

Disse Jesus: "Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor." Lc. 6:5.

6) Se Jesus é o Senhor do sábado, então qual é o dia do Senhor?

O sábado.

7) Em que dia foi João arrebatado e teve a visão do Apocalipse?

No dia do Senhor. Ap. 1:10.

8) Que sinal instituiu Deus entre si e Seu povo?

A santificação do sábado. Ez. 20:20.

9) Que requer Ele para que sejamos Seus servos?

Que santifiquemos o dia do sábado. Ez. 20:20 e Is. 56:6.

10) Quando Deus fez os céus e a terra, em que dia Ele descansou?

No sábado. Gn. 2:2.

11) Qual a razão de ter Deus descansado?

Deus não fez o homem por causa do sábado, mas o sábado por causa do homem. Mc. 2:27. Então Ele descansou para nosso exemplo.

12) Que dia abençoou Deus desde a fundação do universo?

O dia do sábado. Gn. 2:3.

13) A qual mandamento corresponde a guarda do Sábado?

Ao quarto mandamento da Lei de Deus. Êx. 20:8.

14) Como devemos guardar esse dia?

Não falando nossas palavras, nem pretendendo fazer nossa vontade. Is. 58:13. Não fazendo nele nenhum trabalho servil. Ex. 20:8 a 11.

15) Como devemos chamá-lo?

Deleitoso; santo dia do Senhor; digno de honra. Is. 58:13.

16) Como chama Deus ao quebrantamento do sábado?

Profanação. Is. 56:2 e 6.

17) Que promessa fez Deus para os que se guardarem de profanar o dia do sábado?

"Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará." Is. 56:5.

18) Que outra promessa tem Deus para os guardadores do sábado, incluindo os filhos dos estrangeiros?

"Também os levarei ao meu santo monte, e os festejarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar." Is. 56:7.

19) Quais os dias nos quais podemos realizar trabalho servil?

Nos seis dias da semana, compreendidos entre os sábados. Êx. 20:9.

20) Que trabalho realizava Jesus aos sábados?

O relativo ao Seu ministério. Mc. 3:3 e 4; Mt. 12:9-12; Lc. 6:6-11.

21) Que disse o apóstolo Paulo sobre o tempo em que devemos trabalhar?

"Trabalhai dia e noite para não serdes pesados aos vossos irmãos. I Ts. 2:9.

22) Qual o trabalho do qual falou o apóstolo?

Aquele do qual disse Jesus: Trabalhai não pelo pão que perece, mas pelo que permanece. Jo. 6:27.

23) Quando começa o sábado e quando termina?

Começa ao pôr-do-sol do sexto dia, e termina no pôr-do-sol de sábado. Ne. 13:19; Lv.23:31 e 32.

24) Que trabalho não devemos fazer nesse dia?

Trabalho servil. Êx. 20:9; comprar, Ne. 10:31, 13:16-17; vender, Am 8:5 e 6.

25) Como sabemos que não devemos cozinhar nesse dia?

Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do Sábado. Êx. 35:3.

26) Qual o sábado do qual disse Deus que não mais Lhe agradavam as reuniões das congregações?

Os sábados das festividades. Is. 1:13 e 14.

27) Em que sábado os discípulos colheram espigas para comer, razão porque os fariseus censuraram a Jesus?

No sábado dos judeus, sábado festivo. Lc. 6:1.

28) Como sabemos que o sábado em que Jesus mandou um homem levar sua cama era sábado festivo?

Porque a passagem bíblica que relata o episódio começa dizendo: "Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém." Jo. 5:1.

29) Quantos sábados havia em cada festa judaica?

Dois sábados solenes, além do sábado do Senhor. Lv. 23:7, 8, 21, 25, 27, 28, 30, 31, 35, 36 e 39.

30) Que outros sábados foram instituídos pelo Senhor, e que são por Ele chamados de sábados?

O sábado anual, que era guardado de sete em sete anos, e no qual não se semeava nem colhia. Lv. 25:1-7; e o sábado do jubileu, o ano quinquagésimo. Lv. 25:8-13.

31) Em que tempo a terra descansava dois sábados anuais seguidos?

No jubileu. Descansava o sétimo ano semanal e o oitavo ano, que era o quinquagésimo. Lv. 25:1-5 e 10-13, 21 e 22.

32) Como chamava-se o dia seguinte à páscoa do povo de Israel?

Sábado. Lv. 23:6 e 7.

33) Em que dia ressuscitou Jesus?

No sábado. Mt. 28:1.

34) Como sabemos disso?

"E no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro; e eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. ... Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia." Mt. 28:1-3, 5 e 6.

35) E quando desponta um dia?

Ao pôr-do-sol do outro, do anterior. Ne. 13:19.

36) Com relação ao dia do sábado, o sétimo dia, que concitação faz o Espírito Santo pelo missivista aos hebreus?

"Temamos que porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós tenha falhado. Procuremos pois entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência." Hb. 4:1 e 11.

37) De que dia fala o missivista no capítulo quatro de Hebreus?

Do sétimo dia, que corresponde ao sábado, o dia do descanso. Hb. 4:4; Êx. 20:10.

38) Que dia de guarda estabeleceu Deus como pacto perpétuo para o seu povo?

O dia do sábado. Êx. 31:16.

39) Como sabemos que ele é para nós também, outrora gentios?

Deus reprova o fazer acepção de pessoas na lei. Ml. 2:9.

"Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?" Rm. 2:29; 9:24.

40) Que denúncia faz Deus pelo profeta Ezequiel?

Que os sacerdotes escondem os seus olhos do Sábado do Senhor, e profanam assim o Senhor no meio deles. Ez. 22:26, ú.parte.

Leia também: "Razões para santificar o sábado", em http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5075771