DEVEMOS TOMAR CUIDADOS PARA NÃO SERMOS MAIS UMA GERAÇÃO PERDIDA DA IGREJA

Eu fico olhando para a Igreja e chego a ficar triste pelo que vejo. As nossas reuniões, muitas vezes são cheias de entretenimento, algumas vezes beirando um show pago de um artista secular. O mais triste nisso é que muita gente não se dá conta disso e acha normal. A palavra popular emprestada que me vem à mente ao pensar nisso é profissionalismo. Falta na Igreja profissionalismo. Falta engajamento sério. Vejo um sabotamento constante e perigoso, oriundo de duas frentes distintas: uma é o conhecido e velho Diabo, que luta vinte e quatro horas para nos derrubar e fazer com que a Igreja não avance de maneira alguma, entretanto do outro lado vejo o próprio homem, o próprio obreiro se sabotando. Nos sabotamos quando nos distraímos da obra e a obra que deve ser feita não é continuada. Deem a desculpa que quiserem para justificarem que a obra não está sendo feita, não passarão de desculpas. Um pastor amigo anunciou que durante um mês, quatro semanas, num dia especifico iria tratar de um assunto com a Igreja, um ensinamento, uma doutrina. Fez a primeira reunião, a segunda e na terceira não deu o ensinamento, que ele mesmo se propôs a fazer; não veio. Falta profissionalismo, engajamento, seriedade ao fazer a obra. A Igreja avança aos trancos e barrancos.

EMPURRANDO A IGREJA PARA FRENTE

Tenho muito medo, pelo andar da carruagem, que tenhamos mais uma geração perdida, para a Igreja diante dos séculos. A revelação é progressiva, é o que aprendemos lendo e estudando a Bíblia. Temos muitos momentos na Bíblia, que vemos a revelação avançar, em contrapartida a muitos outros momentos em que aparentemente nada acontece.

Vamos pensar melhor isso. Adão e Eva foram expulsos do Paraíso e se nada diferente tivesse acontecido a vida caminharia eternamente igual, mas o Espírito Santo se encarregou de inspirar a Abel, para que ele fizesse algo inédito até o momento, que era fazer um culto a Deus. Muito tempo depois Deus chama um homem para sair da sua terra e ir para onde o dirigia, Abraão e fez-lhe promessas que recaíram sobre toda a humanidade. O Sistema Sacrificial revelado por Deus a Moisés é mais um enorme avanço em respeito ao grande plano de Deus de salvação. Os profetas maiores e menores começaram a ensinar que um Filho viria e iria mudar tudo o que conhecemos. A urgência que vemos no Filho: Jesus, ao fazer a obra é impressionante. Durante três anos e meio Jesus fez a obra incansavelmente como se o mundo fosse acabar no outro dia. Os apóstolos em Atos entenderam o que nossa geração parece não ter entendido e pregavam com urgência a todos os que ficassem na sua frente.

A Igreja de hoje perdeu a urgência e o entendimento do chamado. O “ide” de Jesus virou o “venha assistir o culto”. A Igreja ora para que os Espírito Santo traga as pessoas para serem ministradas, mas a Bíblia já nos ensinou que não é assim que funciona. Não devemos esperar que as pessoas venham para a Igreja, nós é que devemos ir atrás delas. O Espírito Santo não tem obrigação nenhuma de responder essa oração errada, pois a ordem de irmos buscar os perdidos no mundo já fora dada, nós é que na nossa preguiça e falta de compromisso, profissionalismo e preguiça é que não fazemos o que devemos fazer. Quando o “ide” vira o “vinde”, notamos que alguma coisa está errada.

Mas o assunto vai mais longe do que isso. O entendimento que a Igreja Primitiva tinha da obra de Deus, parece hoje, depois de tantos séculos, perdida, pelo menos é o que aparenta o andar da carruagem dos nossos tristes dias. A mensagem atual da Igreja, fincada com os dois pés no homem (pregamos para o homem e suas necessidades e não mais a Palavra de Deus que nos fala quais são os desejos e vontades de Deus e não do homem) e nos dízimos e ofertas (a ganância tem dominado assustadoramente os nossos púlpitos) está fora do plano original.

As pregação quando eivada de Deus e cheia do Espírito é profética e sendo profética fala com a Igreja sobre hoje e sobre o futuro. A pregação sendo liberada de nossos púlpitos deve empurrar escatologicamente a Igreja toda para frente, mas quando a preocupação é entreter o ouvinte e não falar com seriedade a palavra revelada pelo Espírito Santo, sendo que entre pregar uma Palavra revelada pelo Espírito, que na maioria do tempo pode mesmo, parecer inapropriada, e pregar a nossa palavra bunitinha, nós preferimos a nossa e a Igreja segue sem a revelação escatológica que precisaria. As nossas pregações, do jeito que seguem não remetem a Igreja para frente, acredito até que estamos regredindo.

Dá-me muita tristeza ver cultos de entretenimento, que mais parecem um show do que um culto ao Deus Eterno. A impressão que tenho é que estamos atrapalhando a Deus, quando pregamos o que queremos e não o que Deus requer de nós.

Nós já sabemos quando Jesus vai voltar, ou seja, conhecemos o evento que fará isso acontecer: Quando esse Evangelho for pregado em todo o mundo, então virá o fim, disse Jesus em Mateus 24. A urgência de Jesus e dos Apóstolos em sua pregação não é mais compartilhada pela Igreja atual, fora alguns poucos focos.

Nossas pregações não “empurram” a Igreja para frente. Perdemos a palavra escatológica. Perdemos a urgência do Evangelho. Estamos perdendo uma geração. Será que a nossa geração será mais uma geração nula, que não faz a Igreja avançar? Caminhamos para sermos uma geração perdida, no plano de Deus, será que vamos deixar isso acontecer?

pslarios
Enviado por pslarios em 01/07/2016
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