TVs deixam de fazer televisão para subsistir com dinheiro de igreja

Reportagem de Flávio Rico

Dois aspectos ficam para ser discutidos sobre os lamentáveis acontecimentos da RedeTV!, na quarta-feira (1º), ainda como resíduos da entrega para a Igreja Universal de um tempo que pertencia ao recém-estreado programa do Luciano Faccioli.
Por mais que a situação esteja difícil e o valor do dinheiro, em tudo que avista como lógico e natural no campo dos negócios sempre prevaleça sobre outras situações, nada serve ou pode justificar tamanha falta de jeito na forma como tudo aconteceu.
 
Apresentador e equipe, como pior dos desrespeitos, só tomaram conhecimento de mais esse arranjo alguns minutos antes do "Olha a Hora!" ir ao ar, quando todos já estavam em seus postos de trabalho. Algo que na história na televisão brasileira, com toda certeza, não tem precedentes.
Se não bastasse tudo e mais um pouco, ontem a direção da REDE TV! SUSPENDEU FACCIOLI,  por entender que ele exagerou nas críticas feitas. Qualquer outro, honrando sua condição humana, com toda certeza teria feito o mesmo.
A impressão que se tem, depois de acompanhar mais esse lamentável episódio, é que só o dinheiro importa. E que se lixe todo o resto e mais um pouco, incluindo o telespectador. 
Outro aspecto
Parece que não tem limites ou um mínimo de bom senso na ocupação religiosa das TVs brasileiras. É no vai que vai e ninguém sabe onde isso vai parar. Se é que vai parar.

As que se deixam levar, como Band, RedeTV!, 21, CNT e companhia bela, estão cada vez mais transformadas em templos de pregações. Isto caracteriza subconcessão. É crime previsto em lei.
Por outro lado
Também é de chamar atenção o tanto que existe para ser doutrinado, que sirva de alguma forma para explicar tamanha apropriação de espaços em emissoras de rádio e televisão por parte dessas igrejas.
Um setor onde o dinheiro é sempre abundante. A crise, que atinge todos os outros mortais, passa ao longe, a ponto até de se locupletarem com ela.