PURA MATÉRIA
Quão grande és tu, que em dias tão difíceis, não se tornou pura ferida, porque os estilhaços são atirados sem mira, sem dia, nem hora marcados. O fel corre em veia a céu aberto, necrosando a quem atinge. É um veneno mortal. A contaminação se alastra e o homem afetado vai espalhando seu vírus por entre os inocentes, que pagam uma conta alta e que nunca foi sua.
Por que conhecendo as consequências, o ser humano se faz cego a um triunfo glorioso de uma vida sem fome, sem desigualdades, sem injustiças e tantas mentiras gananciosas?
A prepotência do homem atual de achar-se inatingível, o torna cada dia mais enfermo e vulnerável.
Sempre ouvi a frase: ¨O jovem é o futuro¨. Ouço nos últimos tempos e com razão, a frase: O jovem de hoje é a destruição do nosso amanhã¨.
Não quero aqui generalizar, porque em tudo na vida sempre há exceções, mas essa frase é a mais triste realidade.
São tantas irresponsabilidades, tantos venenos em suas cabeças, tantas revoltas, tanto vazio existencial. Sentem-se tão perdidos e envoltos em uma nuvem de valores distorcidos.
O que esperar do amanhã, se o hoje está perdido na falta de limites, na banalização dos relacionamentos, na desvalorização da vida e na destruição do planeta?
Respeito... Bem querer... Devoção... Sabedoria... Interiorização... Conceitos que parecem nunca terem sido apresentados, a uma sociedade que se intitula, desenvolvida.
Estamos sendo abduzidos, pelos falsos valores implantados, por uma sociedade materialista, dura, fria, robotizada e cruel.
Impera hoje a ausência de Deus. De sentimentos. De humanização.
Não somos matéria tão somente. Não nos assemelhamos às pedras que são duras e frias, sem vida, que rolam pra lá e pra cá, como lhes é destinado.
Somos semelhantes a um ser de amor, e de absoluta bondade.
O mundo não é pura matéria. O mundo é a matéria divinamente humanizada.