Sobre o prazer de pecar

Os caminhos para Sião pranteiam, porque ninguém comparece às suas festas fixas. Todas as suas portas estão desertas, seus sacerdotes gemem, suas moças se entristecem, e ela se encontra em angústia profunda.

Lamentações 1:4 NVI

“Os caminhos para Sião pranteiam”

O pecado nunca produziu felicidade. A asserção “pecar é agradável” não faz o menor sentido. Usar essa falsa felicidade e então derivar todo tipo de justificativa ou ato perverso te torna alguém deplorável. A Felicidade é facilmente entendida como “contentamento com as bênçãos de Cristo” ou “aceitação formal da obra de Cristo” (Mateus 11:26). Para o cristão, ser abençoado é algo maravilhoso e excitante. Algumas dessas bênçãos são recebidas pela fé. A salvação é uma dela. A santificação depende da iluminação, e esta depende da fé. É pela reflexão que somos santificados, uma vez que a reflexão promove o conhecimento de Cristo (Tiago 1:25/Efésios 4:22-24). Não necessariamente um cristão que peca sentirá uma profunda tristeza. O sofrimento e angustia não tem relação direta com o arrependimento, porém os resultados do pecado causam prejuízos, primeiramente ao praticamente e em seguida ao próximo. O desfecho do seu pecado pode lhe causar tristeza e coisas afins, mas não é uma relação direta.

“porque ninguém comparece às suas festas fixas”

O povo hebreu tinha três festas fixas: Páscoa (Festa dos Pães Asmos), Festa da Semana (Festa de Pentecoste) e Festa dos Tabernáculos (Festa da Colheita). Essas três festas possuíam finalidades específicas. A páscoa era a comemoração da saída do Egito e se dava no período da colheita da cevada –eles saíram tão depressa do Egito que nem tiveram tempo de colocar o fermento no pão. Já o de Pentecoste era comemorado 50 dias depois e marcava o fim da colheita do trigo, trigo este que era oferecido ao Senhor como gratidão pela colheita. Já as Festas dos Tabernáculos, ela relembra os 40 anos em que o povo de Deus ficou no deserto. Deus instruiu que eles se lembrassem de sua providência durante os 40 anos que estiveram no deserto.

Essas três festas possuem algo em comum: Ambas tratam da providência de Deus. O povo de Deus via a providência dEle nas colheitas. O medo da fome e falta de alimento era destruído nessas festas. Todos se lembravam de quão bom foi o Senhor para com os judeus nas festas. Entretanto, o pecado atinge a consciência. O pecador perde a conexão com a realidade. Note que “ninguém comparecia ás festas fixas”. Eles não ligavam mais para Deus, ou suas bênçãos, ou suas histórias para com o seu povo. Preferiram o paganismo infundado ao Deus que lhes tirou do deserto. O verso (1) afirma que os caminhos para Sião choram, pois (2) ninguém valoriza o Senhor, igualmente o crente pode se esquecer de Deus e assim sofrer como punição.

“Todas as suas portas estão desertas”

Como consequência do desprezo pelo Senhor, os templos foram fechados. Ninguém mais podia prestar adorações a Deus devido à gravidade do pecado cometido. Há certos pecados que nos afastam de Deus. O de Israel estava na blasfêmia e idolatria, mas poderia ser outra sedução. O Legalista está longe de Deus, uma vez que ele sequer compreende o papel da graça, portanto não pode adorar o Senhor, pois sua fé é falsa. Ele é seduzido pela lei de Deus de tal forma que a graça não faz mais sentido. Ele, por si só, afasta e se isola do povo de Deus, sendo acolhido por outros com a mesma falsa fé. O púlpito do legalista é vazio e longe de ter algo revigorante. A morte está nele. Suas pregações promovem o suicídio contínuo até que todos estejam mortos e a igreja esteja claramente vazia. O teólogo da esperança é ainda pior: Ele desconsidera todas as profecias, pois se Deus muda, então as profecias não são garantias, mas Jesus sabia disso, então ele veio apenas para dar uma “lição de moral” através da mentira, uma vez que ele categoricamente prometeu.

“seus sacerdotes gemem”

Os sacerdotes gemiam de tristeza, uma vez que não podiam mais adorar o Senhor como queriam, porém, antes do exílio, o que eles estavam fazendo? Eles permitiram que pagãos profanassem os objetos sagrados dos templos. Essas pessoas eram pecadoras, pessoas indignas de tocar qualquer coisa do templo, porém eles permitiram isso. Isso é algo grave. Pessoas do passado, cuja a dignidade não era questionável, morreram por erros específicos, e eles não eram pagãos. Agora, vários pagãos profanam objetos cerimoniais sem o consentimento de Jeová, desafiando assim a autoridade do Pai. Então foi profetiza a queda de Israel (Isaías 39:5-7), e esses sacerdotes continuaram ignorando.

“, suas moças se entristecem, e ela se encontra em angústia profunda.”

Após a escravidão ter-se concretizado, as moças foram arrastadas de suas famílias e levadas a um lugar novo, onde seriam concubinas. O resultado do pecado de Israel resultou na Ira Divina, que culminou na separação de suas filhas para o rei pagão. Isso é interessante, uma vez que Israel havia se prostituído com o paganismo, a punição para as mulheres foi aquilo que elas almejavam: a união com o paganismo, porém o resultado foi bem inesperado: elas estão tristes e profundamente angustiadas.

Este é o resultado do pecado, não necessariamente você se sentirá mal, mas algo de errado lhe vai acontecer, para que, assim como o clamor do profeta nos versos 20 e 21, você reconheça seu estado de desespero e se volte para Deus: “Veja, Senhor, como estou angustiada! Estou atormentada no íntimo, e no meu coração me perturbo pois tenho sido muito rebelde. [...] Os meus lamentos têm sido ouvidos, mas não há ninguém que me console [...]” (Lamentações 1:20-21)

Krabat
Enviado por Krabat em 01/02/2016
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