Semeando a caridade
Publicado no Jornal do Commercio 17.01.2016
Caminhos da fé
Quem de nós não gostaria de semear a caridade diuturnamente? Imaginemos como nos sentiríamos ao vermos alguém feliz decorrente desse ato sublime de amor! Essa prática reveste-se de luz independentemente de quem recebe dispensando qualquer esboço de gratidão.
A Doutrina Espírita conforta-nos e confere a convicção da reencarnação. Sabendo disso iremos desfrutar as glórias daquilo que na presente existência realizarmos. Valendo-nos do bom senso estaremos alicerçando a estrada na qual iremos caminhar quando do próximo retorno.
Além da grandeza da iniciativa que simboliza o sentimento da caridade, devemos ainda ter em mente que a espontaneidade e o desprendimento desinteressado traduzem a nobre intenção do ato de servir ao próximo.
A caridade representa a maior atitude de amor que podemos realizar. Essa prática que nos eleva e liberta corresponde a uma prece que nos ilumina em todas as nossas caminhadas. Se exercitarmos essa dádiva que existe em nossos corações, estaremos crescendo perante o Criador e irradiando luzes benditas para os que nos cercam.
Com isso iremos evidenciar a propagação do bem em todas as dimensões tornando a psicosfera que nos envolve menos densa, beneficiando a todos, já que se assim procedermos estaremos expurgando o egoísmo e o orgulho - sentimentos menores -, que infelizmente predominam em nós servindo de entrave para a nossa evolução.
Encontramos no Livro dos Espíritos, Cap. X1, questão 886: Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” E no Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV Item 5, temos: “ (...)Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: fora da caridade não há salvação”
Para efetivamente praticarmos esse ato de amor, impõe-se uma profunda reflexão sobre nossa maneira de viver e conviver com o próximo. Deveremos realizar um estudo com acurada atenção daquilo que iremos encontrar em nosso interior. A voz das nossas consciências que está adormecida será aguçada e nos trará importantes revelações. É nesse ponto crucial que seremos revelados a nós mesmos...
Esse processo de busca constante jamais poderá esconder as nossas imperfeições, visto que nossas consciências não permitirão a omissão da verdade.
Imprimindo esforço e tenacidade nesse trabalho de autoconhecimento, saberemos o teor desses mistérios até então desconhecidos. Chega-nos a oportunidade de modificarmos nossos pensamentos e atos do cotidiano! Isso nada mais é do que a “reforma intima”. Não resta dúvida de que a maior contenda que temos na vida é aquela que travamos em nós mesmos.
As memórias de outrora induzem-nos a continuar no mesmo perfil de práticas do passado e quantas delas foram inoportunas, inconvenientes, contra os princípios de respeito, fraternidade e amor ao próximo? É ai que encontramos o fulcro dos nossos problemas! Nessa pesquisa iremos saber que apesar dos tempos ainda persistem nossas inquietudes que se manifestam pelos conflitos entre o presente e as experiências do passado...
A tarefa é árdua e deve ser continua! Mas sempre seremos tocados pela “luz de alerta” das nossas consciências que acenderão quando intentarmos realizar algo que se contraponha às Leis Divinas. Esses desvendamentos irão clarear nossas mentes para uma mudança de postura, a fim de adotarmos novos rumos na presente existência. "O amor está expresso no ato da caridade que nos conforta ao vermos felizes aqueles a quem servimos”.
Luiz Guimarães Gomes de Sá
Trabalha no Centro Espírita Caminhando Para Jesus