MARIA, PODEMOS ADORÁ-LA?

Maria, a mãe de Jesus, é uma das mulheres mais importantes da história, todavia, Maria, a exemplo de outras mulheres, como Rute, Débora, Ester e Sara, foram fieis a Deus e suas boas atitudes devem ser admiradas, porém, é preciso entender que podemos admirá-la por aquilo que foi e não adora-la como divindade.

A Igreja Católica Romana atribui divindade a Maria segundo o que está escrito em Lucas 1.42 “E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre!”. Lucas narra esse fato em uma visita de Maria a Isabel. Mas qual é o significado da expressão Bendita és tu entre as mulheres? Essa é uma fórmula hebraica de expressar o superlativo. Todavia, porque Isabel fez tal exclamação? Certamente não é porque Maria tinha alguma atribuição divina e por isso deveria ser adorada. Pelo contrário, observando o final da exclamação temos a pergunta respondida. Isabel termina dizendo “Bendito é o fruto do teu ventre”. A causa da exclamação de Isabel é aquele que está no ventre de Maria, o Messias prometido por Deus. Isso justifica o fato de Isabel dizer que Maria era abençoada na terra, ou seja, por levar o Messias no seu ventre. Maria é agraciada e Deus é adorado. Isso pode ser constatado nos outros versículos. (Confira 1.43, 46-55, 68-73, 78, 79; 2.14, 30-32).

Maria não se envaideceu diante das declarações de sua prima Isabel, que lhe disse: "Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre". Tão logo ouviu estas palavras, dirigiu-se ao Senhor em oração: "a minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou na humildade de sua serva, pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem aventurada" (Lucas 1.39-55).

Maria também não se abalou quando certo homem chamado Simeão, cheio do Espírito Santo, profetizou a respeito do Menino: "Eis que é posto para queda e elevação de muitos... e uma espada traspassará também a tua própria alma" (Lucas 2.3435). A missão seria difícil tanto para Maria quanto para Jesus. Maria foi uma mãe sofredora. Sofredora, porém resignada. Sofreu na apressada fuga para o Egito, livrando Jesus das mãos de Herodes; sofreu diante das perseguições e das ameaças com vistas a tirar a vida de seu filho; e, finalmente, sofreu muitíssimo ao ver seu filho traído, condenado sem justa causa e morto numa cruz.

A falsa adoração a uma deusa-mãe, rainha dos céus, teve início na antiga Babilônia e se espalhou pelas nações até chegar a Roma. Milhares de adoradores “aderiram” ao catolicismo em Roma para ficarem mais próximos do poder, haja vista que o Império Romano no século III adotou o cristianismo como religião oficial. Então, esses “Cristãos” nominais levaram suas práticas idólatras e pagãs para a Igreja em Roma. Em vez de coibir o abuso e conduzir os fiéis pelos caminhos da fé exclusiva em Deus, os líderes do catolicismo romano contemporizou a situação: aos poucos as imagens pagãs foram substituídas por imagens cristãs; os deuses pagãos foram substituídos pelos deuses cristãos (os santos bíblicos) e, na esteira religiosa, Maria surgiu como Mãe de Deus, Sempre virgem, Concebida sem pecado, Mediadora e Corredentora.

- Mãe de Deus:

A frase “Mãe de Deus”, theotokos, originou-se no Concílio de Éfeso, no ano de 431 d.C.

Precisamos compreender que Jesus tinha duas naturezas: divina e humana. Como Deus, Ele não teve mãe; e como homem, não teve pai. Como Deus, Ele sempre existiu, é o Pai da eternidade, o Criador de todas as coisas. Como Deus, Jesus é preexistente a todas as coisas, é a origem de todas as coisas, Ele é a causa não causada. O estudioso Douglas Connelly afirma: Jesus não começou a existir no ventre de Maria; ele se tornou carne em seu ventre.

Deus Filho se tornou humano por meio de uma concepção divina na pessoa de Maria.

Jesus é o Verbo eterno (João 1:1). Antes que Abraão existisse, Ele já existia (João 8: 58). Como o filho não pode vir primeiro que a mãe, logo, Maria não é mãe de Deus.

- Sempre Virgem

A Bíblia é clara em informar que Maria teve outros filhos. (Mt 13.54-56; Mc 6.3; At 1.14).

A Bíblia, inclusive, faz questão de citar o nome dos outros filhos de Maria, irmãos de Jesus: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele" (Mc 6.3).

- Concebida sem pecado

A Bíblia, porém, ensina que todos pecaram (Rm 3.23). Somos concebidos em pecado (SI 51.5) Todos herdamos o pecado de nossos pais (Rm 5.12).

Não foi diferente com Maria, pois ela era um membro da raça humana. Então, por que Jesus nasceu de Maria e nasceu sem o pecado original? Porque Jesus não nasceu de um ato sexual entre Maria e José, mas o ente que nela foi gerado, o foi pelo Espírito Santo (Lc 1.35). Jesus é semente da mulher, e não semente do homem (Gn 3.15).

- Mediadora

A Bíblia, reiteradas vezes, afirma de forma clara e inconfundível que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. Veja o testemunho do apóstolo Paulo: "Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (l Timóteo 2:5). O próprio Jesus afirmou: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). O apóstolo João exorta: "Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo" (l João 2:1).

O apóstolo Paulo ainda diz: “... É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.34). O autor aos Hebreus, de igual forma, revela o ministério mediatorial exclusivo de Cristo: "Ele (Cristo) é o Mediador da nova aliança" (Hb 9.15). E ainda diz: "Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7.25). A última palavra de Maria registrada na Bíblia é: "Fazei tudo o que Ele vos disser" (João 2.5).

-Corredentora

A redenção é uma obra exclusiva de Deus por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo.

Ninguém pode acrescentar nada ao que Deus fez por intermédio do Seu Filho. O sacrifício de Cristo foi completo, total, cabal e suficiente.

Não foi Maria quem entregou Jesus para morrer pelos nossos pecados, mas o Pai. A Palavra de Deus é insofismavelmente clara: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3: 16). O apóstolo Paulo não deixa dúvida quando afirma: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8).

Como vimos, podemos admirar a Maria, mas, jamais podemos adorá-la.

“Adorarás ao Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás” (Lucas 4.8).

Luan Wendell Silva Mendonça
Enviado por Luan Wendell Silva Mendonça em 21/12/2015
Reeditado em 22/12/2015
Código do texto: T5486938
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