MOISÉS SOB A PERSPECTIVA DA RELIGIÃO E DA CIÊNCIA
DA RELIGIÃO
Há cerca de três mil anos, Deus apareceu a Moisés no monte Sinai e lhe entregou os Dez Mandamentos, além de 613 leis adicionais (ver o Pentateuco), onde fala ao profeta o que gosta e o que odeia, e que certas pessoas devem ser mortas por apedrejamento: filhos beberrões, adúlteros, homossexuais, mulheres que não guardam a virgindade para o futuro marido (os homens solteiros estavam liberados a transar à vontade), meninos e homens não circuncidados (para Deus, a pele do prepúcio era algo deveras pecaminoso), quem não o adorasse com exclusividade e blasfemasse seu Santo Nome (o deus que Moisés descobriu era ciumento e magoava-se facilmente). As leis de pena de morte foram extintas com a vinda de Jesus.
DA CIÊNCIA
A ciência diz que o ser humano (homo sapiens) surgiu há mais ou menos 200 mil anos. Segundo a Bíblia, Deus apareceu a Moisés há apenas três mil anos (arredondando). Ou seja, durante 197 mil anos, Deus ficou escondido, só olhando nossos ancestrais aprontarem aqui embaixo: eles se matavam por um pedaço de carne ou água, pais matavam filhos recém-nascidos com deficiência física, praticavam zoofilia, canibalismo, faziam rituais sangrentos como sacrificar bebês, meninas virgens e prisioneiros de guerra em troca de bênçãos celestiais.
E então...Deus resolve aparecer. Achou que precisava dar um basta àquela selvageria. Que estratégia usou para deter o impulso destrutivo do ser humano? Aparecer “pessoalmente” a cada um de seus filhos e dizer: “olha, isso você pode fazer, isso não pode.”? Não. Ele escolhe um profeta. E o material para escrever suas leis: duas pedras que já não existem mais, além de folhas de papiro, que desapareceram faz séculos.
Poderia talvez aparecer aos filósofos chineses ou gregos e discutir com eles sobre ética e moral. E deixar escrito do próprio punho, em todos os idiomais, em material incorruptível que chegasse intacto aos dias de hoje.
Mas preferiu um pastor de ovelhas, que, sem nenhuma testemunha, convenceu milhares de gerações que falava com Deus, do mesmo modo que antes dele, o rei de Ur na Suméria, o rei babilônico Hamurabi e tantos outros legisladores falaram que suas leis tinham sido entregues por Deus. E assim, muitos hoje perseguem, discriminam, causam dor, sofrimento e constrangimento às mulheres, homossexuais, livre-pensadores, membros de religiões de matriz africana, etc...graças a Moisés e suas leis.
A existência de Moisés é colocada em dúvida hoje pela maioria dos pesquisadores. A ideia de um legislador atribuir a um deus um código de leis é pré-bíblica. Conferir autoridade de uma legislação a um deus dava mais credibilidade.