VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – EM SEU LUGAR O QUE FARIA JESUS?

O vocábulo violência vem da palavra latina vis, que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro. A violência é mutante, pois sofre a influência de épocas, locais, circunstâncias e realidades muito diferentes. Existem violências toleradas e violências condenadas, pois desde que o homem vive sobre a Terra a violência existe, apresentando-se sob diferentes formas, cada vez mais complexas e ao mesmo tempo mais fragmentadas e articuladas [1].

A violência de gênero é aquela exercida pelos homens contra as mulheres, em que o gênero do agressor e o da vítima estão intimamente unidos à explicação desta violência. Dessa forma, afeta as mulheres pelo simples fato de serem deste sexo, ou seja, é a violência perpetrada pelos homens mantendo o controle e o domínio sobre as mulheres.

Os papéis e comportamentos dos homens são considerados socialmente mais valiosos. Por exemplo, o choro é desprezado, as respostas violentas são bem vistas, e o trabalho doméstico (apesar de ser imprescindível) passa quase inadvertido aos homens mas se justifica que seja realizado pelas mulheres[2]

No Brasil apesar das inúmeras conquistas em relação à politicas públicas para as mulheres, a violência contra a mulher tem crescido assustadoramente e tem chegado a todas as esferas da sociedade, inclusive em nossas igrejas. Temos recebido com grande frequência pedidos de oração por famílias que em sua grande maioria se trata de violência domestica voltada para a mulher.

Dentre as diferentes formas de violência de gênero citam-se a violência intrafamiliar ou violência doméstica e a violência no trabalho, que se manifestam através de agressões físicas, psicológicas e sociais.

A violência intrafamiliar é uma forma de violência a que muitas mulheres estão submetidas, tendo origem entre os membros da família, independentemente se o agressor esteja ou não compartilhando o mesmo domicílio. As agressões incluem violação, maltrato físico, psicológico, econômico e, algumas vezes, pode culminar com a morte da mulher maltratada. Também o abuso psicológico, sexual ou físico, habitual, ocorre entre pessoas relacionadas afetivamente como marido e mulher ou adultos contra menores ou idosos de uma família.

A mulher que ama, que cria, educa é a mesma mulher vitima de maus tratos; infelizmente tem acontecido também com mulheres cristãs, que frequentam e são membros de nossas igrejas; muitas sofrem e choram caladas sem coragem de dividir sua dor, nem mesmo com o seu pastor ou mulheres da igreja por sentirem vergonha da humilhação da situação de agressão em que vivem.

O ENEM- 2015 trouxe como proposta de redação o tema: A persistência da violência contra a mulher no Brasil, e nós como igreja do Senhor, o que temos feito para combater essa violência? Uma certeza grandiosa nós temos: Mulheres são amadas e aceitas por Deus!!!

Em seu ministério aqui na terra o Senhor Jesus provou isso violando todas as convenções da época para demostrar o seu amor pela mulher, em João 4:6-9 lemos que havia ali em Samaria o poço de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço, Isto se deu por volta do meio-dia. nisso veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: "Dá-me um pouco de água".(Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida.) A mulher samaritana lhe perguntou: "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? " (Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos). Para falar com aquela mulher Jesus rompeu barreiras. Havia a barreira politica e religiosa, pois judeus e samaritanos eram inimigos; havia a barreira social, e pior havia a barreira moral, pois se tratava de uma mulher adúltera.

No entanto Ele (Jesus) passou horas ali, encostado naquele poço, ouvindo daquela mulher o relato de sua vida, ao abrir seu coração ela permitiu a Jesus conhecer sua solidão, suas dores, seus segredos mais profundos, sua angustias, seus fracassos como ser humano e principalmente como mulher; porem deste encontro ela conheceu uma das maiores revelações que alcançou a nós, cristãos.

No evangelho de Marcos Cap. 5: 25-34 Encontramos mais uma vez Jesus demonstrando amor e cuidado com a mulher ao parar em meio a uma multidão quando sentiu um toque cheio de fé de uma mulher. Em João 8.3-10 aprendemos o perdão de Jesus quando em certa ocasião Ele se levantou em defesa de uma mulher apanhada em adultério. Quando Jesus disse à mulher para ir e não pecar mais, estava declarando que ela havia errado, mas que isso não fazia dela um erro. Ele via nela um ser humano que ninguém mais via, talvez nem ela mesma, Ele oferecia-lhe perdão e oportunidade.

Enfim encontramos outros relatos em que Jesus honrava, libertava e perdoava mulheres, porque Ele as amava e as aceitava como ser humano que são!

Assim também continua nos dias de hoje, Ele também ama e aceita a mulher; por isso como cristãos, não podemos aceitar nenhum tipo de violência, ou mesmo discriminação contra a mulher. As relações cristãs devem ser caracterizadas pelo amor, pela reciprocidade, pela doação e compreensão, segundo a Bíblia, essa deve ser a marca distintiva dos seguidores de Cristo, e nesta certeza conclamamos a nossas igrejas, as lideranças espirituais que trabalhem em seus liderados a formação de uma consciência de valorização da mulher. Que assim como Jesus, nossas igrejas amem aceitem e honrem as mulheres!!

Autora: Carmem Lúcia Corrêa de Castro Cirqueira

Referências

1. Minayo SMC, Souza RE, organizadoras. Violência sob o olhar da saúde. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2003.

2. Inmujeres 2003: Ley del instituto nacional de las mujeres: poder ejecutivo: secretaria de gobernación. [página da internet]. Mexico: Instituto nacional de las mujeres; [acesso em: 26 nov.2015]. Disponivel em: http:// cedoc.inmujeres.gob.mx/documentos_download/100199.pdf.

Carmem Lucia Corrêa De Castro Cirqueira
Enviado por Carmem Lucia Corrêa De Castro Cirqueira em 28/10/2015
Reeditado em 25/01/2020
Código do texto: T5430543
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