A IDEIA DA GAIOLA

A IDEIA DA GAIOLA

Como surgiu a ideia de fazer paralelos do comportamento de alguns cristãos que mais parecem pássaros de gaiolas? Na verdade, essa atitude ao longo da história das denominações tem se perpetuado, causando muitas controvérsias, não só teológicas, bem como comportamentais.

A hostilidade entre cristãos que até mesmo professam um mesmo credo e creem em uma mesma doutrina, não se justifica, a não ser por causa da mentalidade que denomino de “pássaros de gaiolas”!

Essa mentalidade ‘fechada’ e introspectiva, provoca um sentimento de pertencimento e de identificação, de “fabricação ideológica”, no qual acabamos no voltando para aspectos secundários do Reino em detrimento daquilo que é essencial. Acabo percebendo-me como detentor de algum conhecimento especial, de uma revelação especial ou mesmo de alguma experiência com o divino, que só acontece em minha gaiola.

Pode se tratar de uma “doutrinação” e não de um discipulado. Atitudes sectárias são próprias de “pássaros de gaiolas”! Aliás, o sectarismo é uma das mais fortes características que a gaiola nos imprime, o exclusivismo também.

No entanto, o conhecimento desse aspecto nos leva a tomada de decisões: podemos muito apenas continuar nos comportando com “bons” pássaros de gaiola. O grande desafio é, primeiramente entendermos que fomos “treinados” para agirmos com pássaros de gaiola. As vezes nem nos damos conta como nossa mentalidade está impregnada dessa concepção. Quando defendo a superioridade da minha gaiola, quando ensino que a minha “teologia” é a melhor, que a minha forma de adorar é a mais coerente, que a minha “denominação” é melhor do que as outras famílias do Reino.

A ideia da gaiola é muito poderosa, ela permeia as mentes, enche os livros, vai além do senso comum, pode até mesmo ser tida como doutrina. Contudo, o partidarismo denonimacionalista pode até ser defendido por alguns, todavia, quando levado ao extremo aliena o cristão quanto a visão de Reino. Sou a favor da fidelidade, do compromisso com a igreja onde você congrega, mas não acho que o fanatismo e o ufanismo sejam práticas que nos promova a espiritualidade e a maturidade cristão.

Luciano Costa

22 de outubro de 2015.