O adversário útil
Publicação: Opinião do Diário de Pernambuco 26/09/2015
Pode de início ser paradoxal esse título. Mas se pensarmos profundamente refletindo sobre nossos adversários à luz da Doutrina Espírita veremos que ele pode ser considerado o “algoz” do bem, já que se torna fonte que iluminará nossas consciências para chegarmos à sublime virtude do perdão.
É preciso entender que sem ele não teremos como evoluir na seara do bem. E ainda, se hoje o consideramos adversário mesmo sem termos conscientemente feito algo contra o mesmo em nosso “mundo” esquecido de outras existências, já figuramos como algozes.
O discernimento sobre quem somos, quem fomos e o que seremos dá-nos a convicção de que não há pagamento sem haver débito contraído. Se hoje somos cobrados de formas diversas é por conta dos comprometimentos de outrora. O esquecimento de tais fatos por conta da Misericórdia Divina, que evita transtornos de consciência, caso tivéssemos essas lembranças.
Refletindo sobre as palavras de Jesus em Mt 5:25-26 “Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.”, percebemos que Ele nos conclama para o perdão, virtude redentora que ilumina a senda do bem.
Mergulhando nas sombras do nosso interior saberemos aquilatar nossas imperfeições e gradativamente corrigi-las. Assim estaremos caminhando para a almejada evolução comum a todos nós.
Teremos que vencer o egoísmo e o orgulho dando lugar a humildade e benevolência, que são sentimentos elevados que nos darão condições para realizarmos essas mudanças tão necessárias nessa existência como em tantas outras que se sucederão...