Submissão

Fui à igreja no domingo como de costume, e a segunda leitura de certo modo, muito me intrigou, segue a passagem:

“22 As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor. 23 Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o Salvador do seu Corpo. 24 Mas, como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos.”

(Ef 5,22-24)

Não consigo conceber essa ideia de submissão ao homem, a leitura e a homilia me incomodaram de uma forma que nem eu compreendi, sinto uma aversão a qualquer tipo de submissão e isso me tirou a paz, um turbilhão de coisas rondavam minha cabeça. Não bastasse estar com um microfone à mão, o padre berrava aos quatros quantos, e pela primeira vez eu não encontrei consolo nas palavras de um sacerdote, a minha vontade era de responder a tudo que ele dizia, e confesso, foi difícil me conter. Desde então essa palavrinha não sai da minha cabeça e percebi que deveria analisá-la de outro ângulo, olhar de uma perspectiva diferente, e em uma das minhas pesquisas encontrei sinônimos que de fato se relacionam com as intenções de Deus, que são: Dócil, humilde, respeitosa. Isso se encaixa em minhas possibilidades, isso é esperado de uma mulher para com seu esposo, isso se parece com as vontades de Deus. Entretanto me entristece saber que cada um tem uma interpretação diferente de sua palavra, a trazem para si conforme sua conveniência, e uma legião a toma como verdade. Não consigo de fato conceber a possibilidade de Deus me colocar como inferior a um homem, a quem devo servir e sujeitar-me, este não é o Deus a que sirvo. Tudo isso vai contra o que tenho buscado, o que tenho lutado não me desce goela abaixo a hipótese de obediência ao meu companheiro, creio eu que relacionamento tem mais a ver com companheirismo, com partilha, com convivência do que com servidão, ou dominação. Por fim prefiro acreditar que quem traduziu a bíblia talvez não tenha tido preocupação com o sentido que algumas palavras podem ter. Sem mais!