O QUE APRENDI COM HEBREUS

INTRODUÇÃO

Atribui-se a Paulo a autoria de Hebreus, mas não se tem certeza. Dois outros fortes candidatos são Barnabé e Apolo. A carta foi escrita por voltado ano 80.

Hebreus foi escrita porque havia a necessidade de se expor o assunto. Lemos em Atos e nas cartas de Paulo, que judaizantes perseguiam o ministério de Paulo, não aceitando a liberdade do Evangelho e ensinando o povo a regredir.

Uma simples leitura já nos mostra o assunto da carta: “O Sacerdócio de Cristo é Superior”. Superior porque Cristo é Sumo-Sacerdote segundo Deus e é também a oferta, o inocente a ser oferecido no lugar do pecador.

A introdução resume o livro.

“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.” (Hebreus 1:1-4)

Nos tempos antigos Deus falou ao povo pelos profetas. NO período em que estamos Deus fala a nós por meio do Filho. O Filho, que é a irradiação da glória de Deus, após realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita de Deus nas alturas.

Cabem várias divisões em Hebreus, mas acredito que duas principais são as mais importantes.

1ª Parte – Doutrinária: O Evangelho de Cristo é superior.

1- Jesus é superior aos anjos

2- Jesus é superior a Moisés

3- Jesus é Sumo-Sacerdote à ordem de Melquisedeque

4- A nova lei escrita nos corações

2ª Parte – Exortação

Da instrução anterior tiram-se vários e graves motivos para perseverar na fé cristã.

PRIMEIRA PARTE – O EVANGELHO DE CRISTO É SUPERIOR

JESUS É SUPERIOR AOS ANJOS

Assim como vemos etapas até se chegar a Deus, ou aprofundamentos para tal, no Antigo Testamento vimos muitas vezes o ministério dos anjos em ação, onde eles trouxeram muitos direcionamentos de Deus. Era óbvio na mente judia que os anjos eram seres superiores e o cristianismo tinha necessidade de provar que o ministério do Filho era superior.

Na verdade não existe comparação entre Cristo e os anjos. Os anjos são mensageiros subordinados que obedecem as ordens de Deus. Jesus porém, é o Filho Primogênito, e esse título lhe reserva superioridade sobre as criaturas. Ele está entronizado, recebe adoração e participa da condição de Deus por toda a eternidade. Os anjos são espíritos encarregados para um serviço, enviados para servir àqueles que vão herdar a salvação.

JESUS É SUPERIOR A MOISÉS

O autor de Hebreus faz uma comparação entre Moisés e Cristo, dizendo que Moisés estava encarregado de toda a casa de Deus, mas ele não poderia ser superior aquém construiu a casa, que somos nós. É dito que Moisés foi fiel como servidor e Jesus é fiel como Filho. De novo o argumento é tão forte que não existe comparação.

JESUS É SUMO-SACERDOTE DA ORDEM DE MELQUISEDEQUE

Melquisedeque é uma figura misteriosa que aparece no Antigo Testamento, onde Abraão teve um encontro com ele e deu-lhe o dizimo. Sempre ao pensar sobre Melquisedeque, vem à minha mente a questão de quem é o maior, o que dá o dizimo ou o que recebe o dizimo, o que reflete na questão: Quem é maior, o que pede oração ou o que ora?

Lá nos longínquos Genesis 14, antes mesmo de sabermos com exatidão sobre o Sacerdócio Levitico, a partir de Exodo, vemos que Deus já tinha um sacerdócio superior e diferente dos moldes judaicos, tornando o sacerdócio judaico superado, mesmo antes de ser mostrado em toda a sua força, ou completamente instituído. O sacerdócio judaico já nasce obsoleto.

Na Bíblia os grandes personagens são mostrados em sua origem e genealogia, mas nada se fala a respeito de Melquisedeque, rei de Salém. Melquisedeque não pertence a nenhuma família sacerdotal, mas oferece sacrifícios e recebe dízimos de Abraão, o grande Patriarca.Isso leva à conclusão lógica que Melquisedeque é sacerdote, mas de ordem superior ao sacerdócio judeu, não está ligado à classe sacerdotal da tribo de Levi, e nem é descendente de Abraão. Por isso o seu sacerdócio é muito mais amplo. Seu sacerdócio é universal.

E se em Jesus é apresentado um outro sacerdócio, como diz Hebreus 7, se há mudança de sacerdócio, há também mudança de Lei.

JESUS CRISTO SACERDOTE DE UMA NOVA LEI

“Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo.” (Hebreus 8:10)

A base bíblica que divide a Bíblia em Antigo e Novo Testamentos, ou Antiga Aliança e uma Nova Aliança é o texto de Hebreus 8:10.

O sacerdócio de Cristo é superior porque a antiga lei era externa, do lado de fora da pessoa, onde cores, rituais e gestos eram importantes. Deus então muda a antiga forma de adoração e agora coloca as suas leis dentro do coração do homem.

Hebreus 8 é o centro do grande sermão que é o livro. O autor aqui repassa o eu era o sacerdócio levitico e nos demonstra definitivamente que o sacerdócio de Cristo é melhor: a lei agora está dentro do coração do homem, de todos os homens que aceitem a Cristo como seu Senhor. Aqui ainda é mostrado que Jesus é o único que realiza o verdadeiro culto que desclassifica o culto judaico, como também qualquer outro tipo de culto de qualquer outra religião. Definitivamente não há outro sacerdote como Jesus.

SEGUNDA PARTE – EXORTAÇÃO

A segunda parte do livro que se inicia no capítulo 10 é exortativa, ou aplicativa. Ouvindo a explicação doutrinária sobre o sistema sacrifical judaico e o novo sistema implantado pelo sacerdote Jesus, o que devemos agora fazer?

O que Paulo diz sobre a Lei, o autor repete sobre a liturgia judaica. Esta faz reviver a experiência do pecado, mas não consegue libertar dele. O sacrifício de Cristo, a ezxistência inteira de Jesus, todo o movimento de sua consciência é o verdadeiro ato sacerdotal, o grande e perene ato de oferta. Ele tira o pecado, restabelece a ligação com Deus mediante a sua própria pessoa e experiência viva. Funda a nova aliança, o povo novo que pode ter acesso a Deus. E o caminho para esse acesso é o compromisso de fé com Cristo, compromisso que nenhuma liturgia pode substituir. Doravante o caminho que leva os homens para Deus é a pessoa de Jesus, através de sua atividade e sacrifício.

CONCLUSÃO

Conclui-se que por termos uma melhor aliança a responsabilidade também é maior.

Hebreus é a análise do Antigo Testamento e a demonstração de um melhor sacrifício e sacerdócio.

Uma boa introdução ao Novo Testamento poderia ser a leitura do Evangelho de João, que nos mostra o ministério de Jesus; Romanos nos mostra a justificação provida pelo próprio Deus em relação ao pecado; e Hebreus analisa o Sistema Sacrifical Levitico e nos aponta um caminho melhor, uma Nova Aliança, para um novo povo.

Amém!

Paulo Sergio Larios

pslarios
Enviado por pslarios em 13/07/2015
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