FE E CURA
O homem, desde os primórdios, sente a necessidade de viver em sociedade, assim como de conectar-se com o Divino, vivenciar sua religiosidade, professar sua fé. Nestas coletividades,
o homem sempre teve funções, deveres e responsabilidades sociais a cumprir. Conforme a evolução de cada sociedade, o homem foi aprimorando seus conhecimentos e suas responsabilidades, assumindo cada vez mais compromissos, disputando mercado de trabalho numa competição desenfreada. Nos últimos tempos, tem-se percebido o ser humano com sintomas de depressão muito latente, desesperado em busca de solução para seus problemas materiais e emocionais em função das atribulações que a vida lhe oferece, numa sociedade globalizada, cada vez mais competitiva e consumista. São homens e mulheres que perderam seus empregos, suas fortunas, um ente querido, sua fé, enfim, um manancial de problemas que, em um determinado momento, reflete no seu corpo físico, encontrando-se em desequilíbrio, não resta a este ser alternativas, senão ir à procura da cura para seus males.
Procura esta, sendo uma visita aos consultórios médicos, psiquiátricos, psicanalíticos, ou mesmo uma busca de tratamentos alternativos em instituições de várias matizes religiosas que oferecem tratamentos e “soluções” para seus problemas, sejam eles físicos ou emocionais. Para algumas pessoas, a solução está na procura de uma instituição religiosa, pois a religião se manifesta na busca de vinculação do homem com o divino, com o transcendente. Neste contexto de possibilidades de contato com o sobrenatural, o homem vai à busca da intercessão do divino para a solução de seus problemas. “Estados crônicos de raiva, ódio, [...] solidão e depressão podem conduzir ao surgimento de doenças [...] emoções negativas criam desequilíbrios nos chakras que interrompem o fluxo de energia prânica para os nossos órgãos vitais (GERBER, 2001, p. 61)”. O homem, atualmente, vive em conflitos existenciais, seja por razões pessoais, seja por fatores externos, ele vai à busca de solução para a cura de seus males, alguns com uma fé incondicional, outros nem tanto. Esta procura perpassa por caminhos e descobertas de novos conceitos religiosos, novas filosofias, novas formas de exercer sua religiosidade. Percebendo esta realidade, se constata a influência que a religião exerce em toda a sociedade, pois o homem sempre está em busca do “novo”, do transcendente. Segundo Alves (1996, p.9) “[...] é necessário reconhecê-la como presença invisível, sutil, disfarçada [...] do nosso cotidiano [...] está mais próxima de nossa experiência pessoal do que desejamos admitir”. Diante desta busca incessante para a cura de seus males, tanto físicos como emocionais, ele vai á procura de caminhos que o leva a refletir sua postura quanto à sua fé, sua prática religiosa, sua atitude perante o sagrado. “Todas as nossas atitudes, morais, práticas ou emocionais, bem como as religiosas, devem-se aos objetos da nossa consciência, às coisas que acreditamos existirem, seja real, seja idealmente, junto de nós (JAMES, 1995, p.44)”. Percebe-se que o homem está através de sua religiosidade procurando um caminho para a sua cura. A influência que a religião como também sua religiosidade, exerce sobre a saúde mental e emocional do homem, contribui com o processo da cura, tornando o homem mais próximo do seu “EU”. Ele passa a ter um novo entendimento de como encarar sua doença, aprende que é um ser doente e para tal precisa curar-se. Esta cura acontece a partir do momento que o mesmo se dispõe a realizar o tratamento, modificar seus pensamentos, suas atitudes, pois a cura perpassa pelo fator mental, emocional até chegar ao físico doentio num processo de alteração energética contribuindo com que ele tenha mais qualidade de vida, um suporte social mais equilibrado, uma moral mais elevada e uma melhor saúde física e mental. Sejamos felizes em nosso caminhar rumo à nossa evolução espiritual.
Valmir Vilmar de Sousa 04/07/15