AS DOZE MAIORES MENTIRAS DO CRISTIANISMO
Como sempre, procuro ser imparcial e mostrar também que há alguns aspectos bons na religião cristã:
Amar o próximo como a si mesmo, fazer caridade, não se encolerizar com seu irmão, ter esperança por dias melhores e rejeitar a violência. O cristianismo tem incentivado muitas pessoas a praticarem o bem, tem tirado viciados em drogas das ruas, modificado temperamentos agressivos, etc.
Infelizmente, há um lado obscuro da Igreja, responsável por séculos de dominação forçada, perseguição, intolerância, torturas, guerras e assassinatos. Isso só foi possível porque a Igreja tem transmitido uma série de mentiras para justificar seu poder e suas ações, nem sempre benéficas e salutares. Para não afugentar meu leitor, devo salientar que não pretendo criticar Deus, mas o que a Igreja ensina sobre Deus.
AS PIORES MENTIRAS DO CRISTIANISMO:
1. A Bíblia é a palavra de Deus. Falso. Hoje, a maioria dos especialistas em Bíblia já não acredita que ela seja uma obra revelada, isto é, que seus autores foram inspirados de maneira sobrenatural por Deus. No livro “A Bíblia não tinha razão”, de Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman, ambos de origem israelita, ficamos sabendo da existência de anacronismos, contradições e erros históricos que não deveriam existir num livro que se intitula a Palavra de Deus. Em um trecho, seus autores afirmam:
“A epopeia histórica contida na Bíblia – desde o encontro de Abraão com Deus e sua marcha a Canaã até a liberação da escravidão dos filhos de Israel por Moisés e o auge da queda dos reinos de Israel e Judá – não foi uma revelação milagrosa, mas sim um magnífico produto da imaginação humana.” Bart Ehrman, ex-pastor evangélico, comenta em seu livro “O que Jesus disse? O que Jesus não disse? Quem mudou a Bíblia e por quê?”, que não temos os originais da Bíblia, perdidos bem no início da era cristã. De lá para cá, os copistas vêm adulterando as Escrituras por uma série de razões: erros acidentais de cópia, por malícia, interesses dos superiores, etc. É por isso que existem milhares de diferenças entre as Bíblias católica, protestante, do rei Jaime, da Igreja ortodoxa, etc.
2. Deus mandou Moisés escrever o que ele gosta e o que detesta. Falso. Os dez mandamentos e as 613 leis adicionais presentes nos cinco primeiros livros bíblicos foram inspirados em legislações antigas, não em um Deus. O rei de Ur, antiga cidade da Suméria, autor do primeiro código da Humanidade, disse que sua legislação tinha sido entregue por Shamash, um dos deuses mais importantes do panteão sumério. No século dezessete antes da Era Comum, foi a vez de Hamurabi, rei babilônico, criar um código com auxílio de um deus. Os antigos reis e profetas descobriram que as leis e seus avisos funcionavam melhor se dissessem ao povo que tinham sido transmitidos por um deus. Dava mais credibilidade.
3. Deus proíbe a homossexualidade e manda matá-los (Levítico 20,13). Falso. Se a Bíblia não foi inspirada em Deus, quem criou essa proibição? Os sacerdotes hebreus. A nação de Israel precisava crescer. Mais gente, mais mão de obra, e mais soldados para o exército. Relações homossexuais não interessavam os reis e sacerdotes porque não geram prole. Com a pena de morte, desejavam coibir essa prática.
4. Deus proíbe o divórcio. Falso. Uma frase atribuída a Jesus condena o divórcio e diz que quem casa a segunda vez vive em adultério. A Igreja mantém no sofrimento milhares de mulheres, agredidas todos os dias por maridos violentos, porque elas temem se divorciar e ofender a Deus. A Igreja proibiu o divórcio pois ele poderia trazer prejuízo aos seus interesses de expansionismo e fortalecimento.
5. Deus proíbe a transfusão de sangue. Falso. Há pelo menos cinco trechos bíblicos que, segundo a interpretação dos que seguem esse preceito, desautorizam a hemoterapia. O mais antigo é este: "Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. Somente não comereis carne com a sua alma, com seu sangue.” (Gênesis 9,3). Em nenhuma parte da Bíblia ficou registrada a proibição ao uso medicinal do sangue. A advertência era tão somente para não consumir carne com sangue, pois os antigos acreditavam que a alma estava no sangue.
6. Deus proíbe o controle de natalidade. Falso. A Igreja proíbe métodos contraceptivos, aceita apenas o da tabelinha. Baseia-se no “crescei e multiplicai-vos”. Somente há poucas décadas as mulheres se livraram do fardo (nem todas) de procriar até onde aguentavam. A Igreja ensina que essa é uma das missões da mulher: gerar muitos filhos ao marido. Em cidades do interior, há prefeitos que se recusam a repassar os preservativos aos postos de saúde com medo de ofender o padre local.
7. Deus proíbe o sexo fora do casamento. Falso. O deus bíblico tem uma lei que manda matar noivas que não guardam a virgindade para o futuro marido (Deuteronômio 22,13). Essa lei pretendia manter as moças virgens, já que o hímen deflorado tornava a mulher impura para o deus do Antigo Testamento. O apóstolo Paulo recomenda os pais casar as filhas virgens. A Bíblia não condena os homens que têm experiências sexuais antes do casamento.
8. O deus bíblico manda matar os blasfemos (Levítico 24,13). Falso. Para manter seu poder, os sacerdotes hebreus criaram uma lei que punia com a morte os que criticassem sua doutrina. Os cristãos mantiveram essa lei e, baseado nela, a Igreja perseguiu, torturou e matou milhares de hereges (pessoas que tinham pensamento contrário ou não concordavam com os métodos da Igreja). Com a separação estado-Igreja (1789) a Igreja perdeu poder sobre a vida das pessoas. Mas ela ainda consegue arruinar a vida de quem não segue seus preceitos ou discorda de sua doutrina.
9. O deus do A.T. manda matar quem segue outro deus (Deuteronômio 13,6 e Dt 17,2) e os ímpios (ateus) serão castigados. Falso. A tática dos sacerdotes hebreus era punir com a morte os que não cressem no deus Javé (Jeová). Lemos no salmo 57,7, como o salmista (inspirado em Deus, segundo dizem) se alegra com o sofrimento dos ímpios (ateus): “Ó Deus, quebrai-lhes os dentes na própria boca (...) O justo terá a alegria de ver o castigo dos ímpios, e lavará os pés no sangue deles. E os homens dirão: Sim, há recompensa para o justo; sim, há um Deus para julgar a terra.” Ateus e agnósticos têm sido perseguidos por causa da Bíblia. O preconceito persiste ainda hoje. Muitos acham que ateus são imorais e maus.
10. O deus da Bíblia manda matar espíritas (Levítico 20,27). Falso. Nos últimos anos tem crescido o número de ataques de cristão incentivados pelos seus líderes religiosos aos terreiros de Umbanda e ao preconceito contra religiões de matriz africana.
11. Deus faz um filho em uma mortal. Falso. A crença de que um deus se interessa por algumas mulheres da terra, geralmente virgens e comprometidas, já existia antes do advento do cristianismo. Entre os egípcios: o deus Osíris engravida a virgem Ísis e nasce o semideus Hórus. Zoroastro nasceu da união entre uma jovem de quinze anos virgem (já comprometida com outro homem) e o deus persa Ahuramazda. Entre os gregos: Zeus engravida Alcmena, esposa de Anfitrião e nasce o semideus Héracles (Hércules). Anfitrião ficou feliz por ter cedido a esposa a um deus, exatamente como vemos no mito bíblico: José aceitou o filho da união entre o deus de seu povo com sua jovem noiva Maria. O que pretende esse mito? Mostrar que alguns mortais eram filhos de um deus, por causa de sua força, inteligência ou outros fatores. O problema no mito da Virgem Maria está na mensagem velada: o sexo é pecaminoso, portanto, um semideus deve nascer sem a conjunção carnal. Daí a Igreja enaltecer Maria chamando-a “Imaculada” (pura), para que as outras mulheres se inspirassem nessa imagem de mulher submissa, assexuada, que despreza o corpo masculino e os prazeres sensuais. Já o homem bíblico ideal é o reprodutor, como Salomão (mil mulheres), Davi (mais modesto, umas vinte mulheres).
12. Juízo final. Deus vai julgar e separar os bons dos maus no fim dos tempos. Falso. A crença num julgamento final é pré-bíblico. Foi uma invenção dos antigos sacerdotes para manter o povo dócil e fácil de ser manipulado. Convencendo o povo de que aqueles que não respeitassem as leis sacerdotais iriam ser castigados após a morte os sacerdotes conseguiam manter seu poder e aumentar riquezas, através de doações, presentes, e ofertas ritualísticas. Já o céu era reservado para os bons (os obedientes à lei). O cristianismo ensina que somente quem for batizado e ser cristão vai para o céu. Não adianta você ser bom, honesto, se não crê: trilhões e trilhões de anos sofrendo no inferno. Essa teologia absurda e incoerente com um Deus amoroso e sábio foi tão bem divulgada, que hoje, até pessoas de bom nível cultural acreditam nela. Segundo psicólogos, o dogma do inferno é um dos principais problemas de ordem emocional nos cristãos, e muitos deles vivem uma vida toda se policiando, por medo de ofender ao deus que lhes foi imposto, não vivendo a vida de forma prazerosa e feliz.