A infalibilidade papal
A INFALIBILIDADE PAPAL
Miguel Carqueija
Tenho notado que muitos críticos da Igreja Católica atacam este ponto da nossa fé, sem porém de fato compreendê-lo. Quando se critica alguma coisa com conhecimento superficial, a crítica em geral sai errada. Vejamos:
A infalibilidade do Papa foi definida pelo Concílio Vaticano I (1870), porém não começou a existir a partir desse ponto. A Igreja considera que toda a doutrina de Fé já se encontra explícita ou implícita no tesouro da Revelação, aguardando apenas os estudos que esclareçam e definam.
No caso em questão, temos esta passagem evangélica:
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo o que ligardes na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado nos céus.” (Mt 16, 18-19)
Note-se que não é pouco o que Nosso Senhor disse a São Pedro, como narrado no Evangelho de São Mateus! Eis o poder dado ao primeiro Papa: o poder das chaves!
Mas, a infalibilidade deve ser entendida em seu alcance, os detratores da Igreja falam mal deste dogma sem de fato entendê-lo. O Papa pode errar, e pode até pecar gravemente (todos os papas se confessam). Em Geografia, por exemplo, ele pode errar (a meu ver o saudoso Paulo VI errou num de seus textos, ao chamar a América Latina de continente, e a América Latina não é um continente).
Para que se manifeste, a infalibilidade papal necessita de quatro fatores:
1) O Papa deve estar falando como Papa; não vale portanto o que ele tenha declarado antes de sua eleição ou se for o caso, após a renúncia:
2) Deve se dirigir a toda a Igreja e não apenas a um grupo, um país, uma congregação;
3) Deve tratar de assunto de doutrina e moral;
4) Por fim, deve ter a intenção de definir ou confirmar um ponto doutrinal.
Como se vê, não se configurando estes elementos já não se dá a infalibilidade garantida pela ação do Espírito Santo; contudo, sendo em geral o Pontífice pessoa de grande virtude, cultura e sabedoria, e recebendo inspiração permanente do Espírito Santo (mesmo sem os sinais de infalibilidade) supõe-se que está com a razão, nos seus diversos pronunciamentos. Os fiéis, porém, podem discordar do Papa, quando não se configura a infalibilidade e nem a obediência disciplinar.
Rio de Janeiro, 7 de junho de 2015
imagem: o grande Papa Pio XII (cleofas.com.br)
A INFALIBILIDADE PAPAL
Miguel Carqueija
Tenho notado que muitos críticos da Igreja Católica atacam este ponto da nossa fé, sem porém de fato compreendê-lo. Quando se critica alguma coisa com conhecimento superficial, a crítica em geral sai errada. Vejamos:
A infalibilidade do Papa foi definida pelo Concílio Vaticano I (1870), porém não começou a existir a partir desse ponto. A Igreja considera que toda a doutrina de Fé já se encontra explícita ou implícita no tesouro da Revelação, aguardando apenas os estudos que esclareçam e definam.
No caso em questão, temos esta passagem evangélica:
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo o que ligardes na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado nos céus.” (Mt 16, 18-19)
Note-se que não é pouco o que Nosso Senhor disse a São Pedro, como narrado no Evangelho de São Mateus! Eis o poder dado ao primeiro Papa: o poder das chaves!
Mas, a infalibilidade deve ser entendida em seu alcance, os detratores da Igreja falam mal deste dogma sem de fato entendê-lo. O Papa pode errar, e pode até pecar gravemente (todos os papas se confessam). Em Geografia, por exemplo, ele pode errar (a meu ver o saudoso Paulo VI errou num de seus textos, ao chamar a América Latina de continente, e a América Latina não é um continente).
Para que se manifeste, a infalibilidade papal necessita de quatro fatores:
1) O Papa deve estar falando como Papa; não vale portanto o que ele tenha declarado antes de sua eleição ou se for o caso, após a renúncia:
2) Deve se dirigir a toda a Igreja e não apenas a um grupo, um país, uma congregação;
3) Deve tratar de assunto de doutrina e moral;
4) Por fim, deve ter a intenção de definir ou confirmar um ponto doutrinal.
Como se vê, não se configurando estes elementos já não se dá a infalibilidade garantida pela ação do Espírito Santo; contudo, sendo em geral o Pontífice pessoa de grande virtude, cultura e sabedoria, e recebendo inspiração permanente do Espírito Santo (mesmo sem os sinais de infalibilidade) supõe-se que está com a razão, nos seus diversos pronunciamentos. Os fiéis, porém, podem discordar do Papa, quando não se configura a infalibilidade e nem a obediência disciplinar.
Rio de Janeiro, 7 de junho de 2015
imagem: o grande Papa Pio XII (cleofas.com.br)