BODAS DE CANÁ DA GALILÉIA – João 2.1-12

O evangelho de João é, o mais místico dos quatro (04) evangelhos, o que mais expõe a Deidade (Divindade e Messianidade) de Jesus.

Como Deus que é e sempre será, Jesus sabia onde estava Natanael antes deste vir ao seu encontro (João 1.47-49). Sabia de muitos outros fatos narrados anteriores até de serem registrados pelos órgãos de revelações (os apóstolos), e, nessa ocasião das Bodas de Caná da Galiléia (cidade de Natanael – João 21.2), Ele sabia, de antemão, que iria exercitar seus poderes sobrenaturais, principiando assim a publicação de seus milagres (sinais, conforme o este Evangelho de João), na abertura de seu ministério terreno, conforme se vê no verso 11, do capítulo dois já referido e epigrafado.

Esta é a razão pela qual Ele demonstrou ali esse dom sobrenatural, pois teria que haver um marco para dar início ao seu ministério terreal e não porque Maria ou outrem supostamente tenha intervido. (Confira o texto joanino citado). Diga-se de passagem que seu 2º milagre foi também em Caná da Galiléia conforme está registrado no evangelho joanino (Jo 4.43-54) com destaque para os versos 46 e 54, onde se lê que esteve ali pela 2ª vez realizando o 2º milagre.

Maria não sabia o que Jesus faria. Podia ter uma esperança de que algo Ele poderia fazer, mas não o que e como faria. Sua certeza, antes do milagre de Jesus, não era completa, pois Ele ainda não havia feito nada de sobrenatural – ou qualquer coisa parecida. Milagres de sua infância, durante a sua estada no Egito, com lendas fantasiosas e fantásticas ao extremo, ficaram por conta de um livro (não canônico) denominado “Evangelho Arábico da Infância”, do 7º século. Sua certeza também não era completa, porque só Jesus é Onisciente, Maria não! E esta é mais uma das razões porque a Palavra de Deus nos assegura que só Jesus ouve orações. Em vão é dirigi-las (orações) a outrem que não seja a Deus (Deus Pai) e a Jesus (Deus Filho).

Sabia também que na hora certa Ele faria acontecer, independentemente de qualquer intervenção de alguém.

Maria apenas anunciou-lhe que havia acabado o vinho. Nada mais. Da parte dela não houve qualquer sugestão, apenas o anúncio do fim do vinho, o motivo acessório e material para a alegria da festa, porque o principal – provado por todos depois – foi a presença dEle ali, eficientíssima e impreterível.

Maria foi peça motivadora para a continuação das formalidades e da etiqueta daquele casamento, uma vez que a alegria e o entusiasmo da festa se exauria, e, percebendo ela tudo isso, foi, diligentemente, tomar as providências cabíveis ao seu alcance.

Sua participação ativa, percebe-se, se deu, porque provavelmente, sendo tia do noivo (João, o evangelista que narra os fatos de forma modesta, pois nunca mencionava seu nome em seu próprio evangelho, por questão de humildade), não poderia ter ficado inerte. Caso ela fosse estranha aos nubentes, dificilmente poder-se-ia aceitar sua mobilização e utilidade nesta festa. Então, é mais crível que fosse tia do noivo, o já mencionado João que sempre se apresentava com modéstia, não querendo se identificar. (João 1.35,40; 13.23; 18.16; 19.26, 27; 20.2, 8 ; 21.7, 20).

Maria, porém, se esqueceu de que qualquer iniciativa seria (e foi) dEle, seu filho Jesus. Ao dirigir-se a Jesus teve que ouvir umas palavras que a escantearam: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”. Esqueceu também de que Jesus nunca se atrasa!

É preciso ser honesto para se perceber, também, que sua cota de participação se deu tão somente no mister da “etiqueta”, o lado social, porque a parte miraculosa, moral e espiritual (sobrenatural) era e sempre ficará com Jesus.

Para um grande e miraculoso feito, deve-se recomendar a Jesus. A quem você recomendaria? Maria deixou nas mãos de Jesus. (... “Fazei tudo quanto Ele vos disser” – João 2.5). Tudo certo, porque Ele mesmo disse: ... “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mateus 28.18, parte final).

Finalmente, percebe-se, dentre outros ensinos deste texto bíblico rico em lições que a ênfase deste episódio, o centro das atenções, não recaiu sobre ninguém mais além de Jesus, o Cristo, que dava início ao seu mister na distante Caná da Galiléia dos Gentios.

Muniz Freire (ES), 08 de abril de 2013.

Fernandinho do Forum