POR QUE ATEUS SE PREOCUPAM EM CRITICAR A RELIGIÃO?

Esta pergunta geralmente vem acompanhada de outros questionamentos: se você não crê em Deus, porque se preocupa em criticar Deus e a religião? Você teve algum problema na infância com a religião? Não tem algo mais produtivo a fazer?

Entendo a má vontade da maioria dos crentes com os incréus. É que somos educados a acreditar que quem não crê em Deus é mau caráter, imoral, desonesto. Puro engano. Ser ético e honesto não tem nada a ver com crença. Para fazer coisas boas não precisa ser crente, até ateus as fazem. Mas para fazer coisas absurdas e cruéis (por ex.: negar transfusão de sangue a um filho, proibir uso de preservativo ou matar uma filha por ter praticado sexo antes de casar) precisa necessariamente seguir uma religião.

Agora veremos alguns motivos que levam uma pessoa a criticar a religião:

1. Certeza de que a religião traz mais problemas do que benefícios para a humanidade. E que há filosofias humanistas infinitamente melhores do que qualquer doutrina religiosa. Por ex: o humanismo secular, o logosófico, o universalista e outros mais.

2. Revolta contra o fato de ser discriminado por causa de sua descrença. Muitos ateus fingem crer para não sofrer represálias. Comerciantes perderiam clientes, artistas não venderiam discos, políticos não se elegeriam.

3. Revolta porque também já foi religioso e percebeu depois de se tornar ateu o quão nociva foi a religião para ele, com seus dogmas sobre inferno, o pecado do sexo e a obrigação de crer em Deus para não ser castigado. Percebeu que perdeu bons momentos de prazer na vida por causa desses dogmas e o medo de desagradar a Deus.

4. A leitura minuciosa da Bíblia e outros livros “sagrados” demonstram que os maus ensinamentos, e as leis cruéis e absurdas superam com folga o lado bom desses livros. Problemas atuais como a homofobia, submissão feminina, casamentos infantis, mutilação genital feminina, proibição ao divórcio e ao controle de natalidade, homens-bomba, terrorismo, assassinatos em defesa da honra, sacrifícios de animais, proibições sexuais, etc. têm o respaldo de textos sagrados e teólogos consagrados.

5. Desejo ávido de compartilhar seu conhecimento com outras pessoas que assim como ele, quando era religioso, estão sendo enganadas com a falácia de que Deus inspirou certos homens do passado para falar em seu nome.

6. Indignação ao ver tanta injustiça, ódio, brigas, guerras, atos terroristas, decapitações, selvageria, preconceitos contra minorias e sofrimento causado a inocentes em nome de uma religião.

7. Constatação de que a religião mantém o ser humano num estado de infantilização eterna, que bloqueia o cérebro com seus mitos, crendices e superstições, não permitindo o indivíduo crescer psicologicamente e ser o que deseja ser.

8. Revolta contra a mentira do inferno, a melhor arma criada pela religião para manter as pessoas quietas, dóceis e fáceis de serem manipuladas.

9. Revolta contra o uso de Deus pela maioria dos religiosos, para conseguirem vantagens pessoais.

Esse texto não tem por objetivo ofender religiosos ou criticar Deus. E sim criticar o uso de Deus para justificar preconceitos, superstições e brutalidades.