Teste de fidelidade

Que necessidade há de alguém submeter a outro a teste de fidelidade? Por desconfiança? Ou porque quer lhe confiar mais e precisa saber se ela merece? Quem foi provado e saiu aprovado nos testes a que foi submetido? Acaso Deus também prova aos humanos de algum modo? Por quê?

Pessoas que desejam que alguém assuma determinada função em área que precisa ter alguém confiável a toda prova, submete-os a testes de fidelidade, a fim de ter certeza que não será traído ou que pode esperar lealdade do tal.

Entretanto, como já disse alguém: “Todo homem tem o seu preço”. Assim, há quem não sucumba a uma pequena tentação, mas não resista a uma grande. Que pode ser uma proposta de um concorrente, ou apropriação de bens e valores deixados sob sua guarda ou posse, em circunstancias que não permita ao seu patrão ou senhor controlar a sua evasão ou desvio de finalidade.

Muitos servos têm feito coisas do tipo, traindo a confiança em si depositada e, não raras vezes, deixando o patrão até em penúria, subtraindo-lhe tudo.

Conheci uma pessoa, de quem me contaram que possuía um garimpo e estava obtendo ganho expressivo na atividade, mas que teve um problema de saúde e precisou se ausentar dele, confiando o mesmo a um parente. A consequência disso foi perda do que tinha, enquanto que o parente teve crescimento financeiro. Como essas coisas não tem papel passado, porque se passam no mato, onde papel não tem valor, então é difícil, para não dizer impossível, de cobrar e de reaver.

Pessoas que de uma hora para outra passam a manipular valores expressivos, ou ter que assinar ordens de valores altos, como presidente da república, governadores, prefeitos, presidentes de autarquias e seus tesoureiros, bem como pessoas em funções que possam favorecer a alguém, mesmo que prejudique a outrem, tem sido alvo de denuncias de malversação daquilo que lhes foram confiados. É notório os casos que tem sido noticiados na mídia tele jornalística, de diretores de empresas estatais e tesoureiros de partidos, os quais são objeto de denúncia pelas cortes e superior tribunal de justiça, por ato de improbidade administrativa, formação de quadrilha, suborno, e outros atos desprezíveis praticados por pessoas que detinham poder de mando e facilitaram alguma empresa em concorrência, em troca de benefício financeiro.

Mas como a justiça humana é falha, tardia, e também subornável, muitos dos que agem de má fé não sofrem o castigo que merecem, o que serve de incentivo para que outros repitam as ações denunciadas, ou não temam ser objeto de investigação sobre suas ações.

Mas com Deus é diferente. Ele prova os corações, e sabe que todo homem é passível de transigir, e, portanto, embora tenha que confiar cargos e funções a eles, prova-os primeiro, embora saiba que podem falhar.

Ele fez isso com Abrão. Mandou que ele saísse da sua terra e do meio da sua parentela, e fosse para um lugar que lhe mostraria. E ele obedeceu. Depois mandou que ele oferecesse em sacrifício a seu único filho. Isso foi uma prova difícil, mas na qual ele se saiu bem.

Outro que foi provado foi José, filho de Jacó. Estava como administrador de um oficial do rei do Egito, e foi tentado pela esposa desse oficial. Não cedeu aos assédios dela, que deu falso testemunho dele e o caluniou, o que resultou em perda da função que José detinha e sua detenção por dois anos como malfeitor. Entretanto saiu de lá para ser o governador do Egito.

Até Jesus, o filho de Deus, também foi duramente provado. Sofreu escarnio do homem que criou, foi traído por um dos seus apóstolos, negado por outro, tentado quando faminto, recebeu oferecimento de suborno, mas resistiu ao que o tentou. Chegou a ser morto pela sua criatura (o homem a quem criou), mas suportou tudo com resignação, pois sabia que a recompensa era certa.

Muitos não suportam as provas. Sucumbem logo na primeira. Seja de fidelidade conjugal, seja de fidelidade naquilo que lhes são confiados, como contribuições das quais ficam como fiéis depositários, seja na obediência as leis e estatutos dados por Deus para reger o seu povo, seja na administração dos valores arrecadados e bens destinados para a manutenção da obra dele aqui.

E ele não está cobrando ainda, ou melhor, não está julgando ou sentenciando os que isso fazem, devido ter determinado um tempo em que há de julgar com a justiça e com justiça a todos. E diz por Paulo que Deus há de trazer a juízo toda obra, quer seja boa, quer seja má. E como não se vê logo a justiça sobre essas coisas, isso leva a muitos a presumirem que ele não irá puni-los pelos seus maus atos praticado. Pois todos haverão de comparecer diante do tribunal de Cristo, para receber através do corpo o bem ou o mal que praticou.

Nada deve nos separar do amor de Deus. Ou seja, nada pode nos impedir de observarmos os seus mandamentos, que são o seu amor. Então pense nisso. Pois ele diz: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida.” Ap. 2:10.