" Sángô; aquele que ergue seu machado pela justiça. ''
" Sángô; aquele que ergue seu machado pela justiça. ''
Alto, forte, robusto, ágil e de movimentos necessariamente astutos, lá esta o rei; o rei que se destaca entre todas as coroas.
No alto da pedreira, com a firmeza de um rocha e a agilidade de um leão, feroz, se ergue Sángô, com ombros carregados de empáfia, olhar profundo, sagaz, como se fosse capaz de enxergar a alma, e quem provaria o contrario?!
Suas mãos fortes e bravias seguram seus machados de dois gumes, que em seus movimentos rápidos e precisos, firmes e autênticos, os leva um de encontro ao outro. Como quem faz um anuncio de uma sentença justa, máxima, irreversível. Sim! O machado do rei é erguido em representação da justiça maior, do homem que em sua fé é justo, em sua vitalidade respeita a vivacidade do outro, da justiça que age acima e em frente a todos, todos aqueles justos, porém injustos em reza a sua própria justiça. Essa é a justiça de Sángô, que está além de nossas cabeças, sempre além do nosso juízo, que em questão não se diz o final, não diante da justiça do rei.
Sángô , com toda sua nobreza , então leva seus machados de encontro ao outro para que rosne o som da justiça feita, naquele momento se ouve, se sente e estronda o esbravejo de um rei, o grito que sai por entre os dentes de Sángô seria um fúria, senão pela sensação do cumprir de uma missão. Trazendo as mãos para mais perto de si, alternando os pés num passo ritualístico, ora se inclina para esquerda, ora pra direita, o rei tão justo e necessário se ergue, como quem está diante de uma platéia e sem nem sequer abrir a boca faz ouvi –lo dizer as seguintes palavras:
“ Não há poder mais justo se não o meu poder, não há justiça mais certa senão a minha justiça, não há início, não meio e não haverá final que não passe pelo meu juízo. Eu sou Sángô, sou o rei, a justiça, o sentimento necessário, a bravura, a lealdade, a punidade, o leão feroz. No meu juízo, a justiça sempre é certa para quem merece... para quem merece! “.