Homilia Pe. Ângelo Busnardo- II1 Dom. da Páscoa.

III DOMINGO DA PÁSCOA

19 / 04 / 2015

At.3,13-15.17-19 / 1Jo.2,1-5ª Lc.24,35-48

São Pedro atribui aos judeus a condenação de Jesus e atenua a culpa de Pilatos, porque foi forçado a assinar a condenação de Jesus: 13O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou seu Servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, quando este julgava dever soltá-lo. 14 Vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que vos concedesse a anistia de um assassino. 15 Matastes o Autor da vida, que Deus ressuscitou dos mortos. Disso nós somos testemunhas (At.3,13-15). Não há dúvidas que toda a culpa pela condenação de Jesus recai sobre as autoridades religiosas judaicas. Mas a causa da condenação de Jesus recai sobre a toda a humanidade. Se não tivesse entrado o pecado no mundo, mesmo que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade tivesse assumido um corpo e se tornado Homem, não teria morrido na cruz, porque o sofrimento e a morte foram criados por Deus por causa do pecado de Adão e Eva. Portanto, os autores da condenação de Jesus foram as autoridades judaicas, mas a causa da condenação recai sobre todos nós.

Por isto, São Pedro, após indicar os autores da condenação, adverte a todos para procurar a libertação dos próprios pecados: 17 Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância, como também vossos chefes. 18 Deus, porém, deu assim cumprimento ao que já anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo devia padecer. 19 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para se apagarem os vossos pecados (At.3,17-19). Aquele que não procura se libertar dos próprios pecados através dos sacramentos instituídos por Jesus torna a morte de dele inútil para si. Sacrificando Jesus na cruz, os judeus o transformaram num instrumento de salvação. Aqueles que, por indiferença ou rejeição, não utilizarem os méritos de Jesus pare se salvar o decepcionam mais do que aqueles que condenaram a morte na cruz.

Apesar de se ter libertado dos pecados e ter decidido evitá-los, por fraqueza, alguém pode voltar a pecar. Em sua grande misericórdia, Deus está sempre disposto a perdoar se o pecador se arrepender e recorrer ao sacramento da penitência: 1 Meus filhinhos, eu vos escrevo isto para que não pequeis. E, se alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. 2 Ele é a vítima de expiação por nossos pecados. E não só pelos nossos mas também pelos pecados de todo o mundo (1Jo.2,1-2). Deus perdoa não apenas uma vez, mas sempre que for procurado por um pecador arrependido: 21 Então se aproximou Pedro e lhe perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?” 22 Jesus lhe respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas setenta e sete vezes (Mt.18,21-22).

Muitos pensam que conhecem e amam a Deus, mas apenas alguns realmente o conhecem e amam: 3 Sabemos que o conhecemos, se lhe guardarmos os mandamentos. 4 Quem diz que o conhece e não lhe guarda os mandamentos é mentiroso e a verdade não está com ele (1Jo.2,3-4). Muitas pessoas boas a nível humano estão em pecado mortal por não cumprirem os mandamentos. Apesar de não observarem os mandamentos tais pessoas pensam que se salvarão por não estar prejudicando o próximo. Se não se converterem e não passarem a cumprir os mandamentos, essas pessoas, após a morte, terão como próximo os habitantes do inferno.

Durante os três dias incompletos em que o corpo morto esteve no túmulo, Jesus desceu na mansão dos mortos e libertou as almas dos justos que tinham morrido antes dele. Estas almas saíram da mansão dos mortos, mas precisaram aguardar a ressurreição do corpo de Jesus para entrar no céu junto com Ele ressuscitado, porque Jesus devia ser o primeiro a voltar para a casa do Pai. Deus permitiu que algumas dessas almas que foram libertadas da mansão dos mortos por Jesus assumissem forma humana e aparecessem a parentes e conhecidos: 52 Os túmulos se abriram e muitos corpos de santos ressuscitaram. 53 Eles saíram dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos (Mt.27,52-53). Estas almas em forma humana que apareceram não tinham corpo material e, portanto, se alguém tentou tocá-las não encontrou nada. Ao ver Jesus, os discípulos pensaram que se tratasse apenas da alma dele em forma humana, ou seja, de um espírito: 36 Enquanto falavam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 37 Assustados e cheios de medo, julgavam estar vendo um espírito (Lc.24,36-37). Jesus precisou provar que possuía um corpo físico, o mesmo corpo que possuía antes de morrer, apesar de o corpo dele ter passado por uma transformação. Jesus chegou a comer um pedaço de peixe assado se bem que o corpo ressuscitado não precisa se alimentar: 41 Como ainda assim, dominados pela alegria, não acreditassem e permanecessem surpresos, perguntou-lhes: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”42 Então lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. 43 Ele o tomou e comeu diante deles (Lc.24,41-43).

Quem analisa um texto bíblico e não o entende, o interpreta. A interpretação de um texto bíblico é uma tentativa de adivinhar-lhe o sentido. Jesus afirma que é um terreno fértil para a palavra de Deus aquele que a ouve e entende: 23 O que foi semeado em terra boa é quem ouve a palavra e a entende e dá frutos: uns cem, outros sessenta, outros trinta” (Mt.13,23). Os discípulos demoraram a crer na ressurreição do corpo de Jesus, porque não tinha entendido as escrituras que anunciaram a sua ressurreição. Por isto, Jesus abriu a inteligência deles para entenderem as escrituras: 44 Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia enquanto ainda estava convosco: é preciso que se cumpra tudo o que está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos a meu respeito”. 45 Então Jesus abriu-lhes a inteligência para compreenderem as Escrituras, 46 e lhes disse: “Assim estava escrito que o Cristo haveria de sofrer e ao terceiro dia ressuscitar dos mortos 47 e, começando por Jerusalém, em seu nome seria pregada a todas as nações a conversão para o perdão dos pecados (Lc.24,44-47).

Código : domin930

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 15/04/2015
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