O abebê de Iemanjá reflete seus filhos, notavelmente agradecidos.
Os delicados pés caminhavam lentamente sobre a areia do mar, deixando que a baixa maré os acariciassem; com o amor de quem toca o rosto de um filho. A mãe serena conduzia suas mãos de encontro a água do mar, e a tocava, a sentia, docemente a amava .. Então, em movimentos lentos, reerguia seu corpo de exuberante perfeição e agora trazia segura na mão esquerda um abebê, presenteado pelas alvoroças águas de um infinito azul, que naquele momento, respeitava o caminhar de sua rainha e de alvoroças tornavam-se afáveis.
Levantando delicadamente seu abebê, de traçado delicado, com exterior formado de um misto de pérolas e pequenas conchinhas, Iyémànjá se encontrava, e se percebia admirando profundamente seu rosto, como se procurasse algo no infinito silêncio daquele presente das águas. No despertar de um sorriso tímido, transbordante de doçura, a grande mãe se esgueira um tanto para o lado e sorri, sorri com o peito transbordando de amor, orgulho, paixão e uma certeza de que todo amor que sentia era a melhor forma de cuidado, de zelo. A multidão absolutamente agradecida que refletia no abebê que Iyémànjá se espelhava, tratava-se de seus filhos, seus numerosos , incontáveis, tão amados filhos.. para ela, seus peixinhos.
Sua multidão de filhos; quais ela chama cada um pelo nome, estão todos ali, radiantes de felicidade, de alegria, de gratidão e todos sorriem, muitos escorrendo lagrimas de agradecimento pelo rosto, agraciados pela misericórdia e pelo amor da mãe; a mãe de todas as cabeças que permitirá então entender que aquele sorriso tão vaidoso não se tratava apenas da sua beleza espelhada, mas o que refletia distante, no seu esgueirar, além do seu belo rosto .. sua multidão de filhos, tão agradecidos e radiantes de felicidades por tê-lá como mãe.
Vamos agradecer nossa mãe por nos agraciar com tanto amor e tanto carinho.. asé
Odooyá !! ||
- Rose Almeida