A PÁSCOA

O termo Páscoa literalmente quer dizer, “passagem”. Passagem da escravidão para a liberdade. Assim como ressurreição é a passagem da morte para a vida.

A Páscoa é uma festa judaica instituída no Egito, quando da libertação do povo judeu que foram escravos por mais de quatro séculos. A data da festa era o dia quatorze do mês de “abibe”. Como os judeus contavam seus meses pelas luas, não existe uma referência exata com o nosso calendário, mas é certo dizer que o mês de “abibe” aproxima-se do mês de março e início de abril. Mais tarde, passou a ser chamado de “nisã”.

A festa consistia de uma ceia familiar e tinha o seu cardápio constituído de um cordeiro (cabrito) assado por inteiro, ervas amargas, pães asmos. O significado de cada elemento era o seguinte:

Cordeiro assado: deveria ser sem defeito e assado inteiro. Apontava para o futuro cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo, sem cometer pecado. O seu sangue espalhado nos umbrais das portas, aponta para a salvação que só existe para aquele que aceita o sangue de Jesus como único meio de ser salvo.

Ervas amargas: Representava o sofrimento da escravidão e apontava para o sofrimento vicário de Jesus

Pães asmos: O pão sem fermento simbolizava a pureza que todos deveriam (devemos) ter diante de Deus.

Depois foram introduzidos outros elementos: Cálices de vinho misturado com água: Alegria e pureza, os mesmos que mais tarde saíram do lado de Jesus que foi ferido.

Frutas desfeitas em vinagre na forma de pastas: Para recordar a argamassa (barro) que eles faziam com os pés durante a escravidão.

Quando Jesus celebrou a sua última Páscoa entre nós, instituiu ao mesmo tempo, a Santa Ceia do Senhor (Comunhão), fazendo menção apenas ao pão e ao vinho, como sendo “símbolos” de seu corpo e de seu sangue. Há que se observar que Jesus ensinou, que os seus discípulos deveriam comer do pão e beber do vinho, e disse ainda mais: quem não comer e “não beber” não teria parte com Ele. E assim como na antiga Páscoa fazia-se menção ao sofrimento da escravidão e a alegria da liberdade, na Santa Ceia do Senhor, lembramos o sofrimento e a morte de Jesus e anunciamos, com alegria e esperança, que um dia Ele vai voltar para buscar o seu povo e nos dar o livramento pleno.

Vê-se pelas verdades bíblicas, que a Páscoa não tem nenhuma relação com ovos, coelhos, peixe, velas, estrelas. Todos estes símbolos representam costumes pagãos a saber:

Estrela: Vem do nome “Ishtar” que tinha uma pronúncia de “Easter” e que muitos traduziam como estrela, sendo o nome original de uma deusa pagã.

Velas (fogo): Uma alusão ao antigo costume pagão de se adorar o sol e usado na adoração a Baal.

Peixe: Representava a deusa “Freya” (cultuada entre os fenícios entre outros), como símbolo de sua fertilidade. Como muitos dos discípulos de Jesus eram pescadores, foi associado ao Cristianismo e aplicado como símbolo pascal.

Coelhos: Também símbolo de fertilidade entre muitos povos antigos (egípcios principalmente), fala da também do descontrole da sexualidade.

Ovos: Símbolo da fertilidade, eram usados desde tempos remotos pelos “druídas”. Sua referência mais antiga, fala de uma lenda babilônica sobre um ovo, caído do céu no Rio Eufrates, onde a deusa “Ishtar” foi chocada.

Como se vê, tudo o que se diz sobre a “Páscoa” hoje, é tradição, folclore. O verdadeiro significado da Páscoa (mencionado na Bíblia) é aquele que Deus criou há mais de quatro mil anos e que foi renovado por Jesus há pouco mais de dois mil anos.

Páscoa é libertação e libertação, do pecado.

Páscoa é ressurreição, é vida.

Jesus veio para nos dar vida e vida com abundância. Vida eterna.

Belo Vale, 04/2004.