Homilia Pe. Ângelo Busnardo - VI Dom. Comum

VI DOMINGO COMUM

15 / 02 /2015

Lv.13,1-2.44-46 / 1Cor.10.31-11,1 / Mc.1,40-45

A autoridade legitimamente constituída tem a obrigação de zelar por todos. Às vezes para proteger a maioria é necessário prejudicar alguns mesmo que estes sejam inocentes. Ninguém pode ser considerado infrator por ter adquirido uma doença contagiosa. Mas para evitar a disseminação da doença entre as pessoas sadias a autoridade deve isolar os portadores de doenças contagiosas: 1 O Senhor falou a Moisés e Aarão, dizendo: 2 “Quando alguém tiver na pele do corpo algum tumor, pústula ou erupção da pele, com aparência de chaga da lepra, será levado ao sacerdote Aarão, ou a um de seus filhos sacerdotes. 3 O sacerdote examinará a chaga na pele do corpo. Se os pelos da chaga se tornaram brancos e a parte afetada aparecer mais afundada que o resto da pele do corpo, é chaga de lepra. Após examiná-lo, o sacerdote o declarará impuro (Lv.13,1-3). Como, na época, não havia médicos era função dos sacerdotes analisar as feridas para declarar o doente impuro.

O leproso era afastado do convívio com a sociedade e dos parentes e, se precisasse entrar no acampamento ou no povoado, devia assumir uma aparência que demonstrasse que era leproso e gritar impuro se alguém se aproximasse dele: 45 O leproso atacado de lepra andará com as vestes rasgadas, os cabelos soltos e a barba coberta, gritando: ‘Impuro! impuro!’46 Durante todo o tempo que estiver contaminado de lepra, será impuro. Habitará a sós e terá sua morada fora do acampamento (Lv.13,45-46). Para o leproso que já sofria com a doença submeter-se a tais normas devia ser penoso, mas a lei, apesar de severa, se justificava, porque a autoridade tem a obrigação de proteger a sociedade.

Jesus exigiu que os leprosos milagrosamente curados por Ele cumprissem a lei de Moisés. Sempre que curou leprosos, os advertiu que deviam apresentar-se aos sacerdotes para serem declarados puros, isto é, livres da lepra: 40 Aproximou-se dele um leproso e, de joelhos, suplicou: “Se quiseres, podes limpar-me”. 41 Jesus se compadeceu dele, estendeu a mão, tocou-o e disse: “Eu quero, fica limpo”. 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou limpo. 43 Com severa advertência, Jesus logo o despediu 44 e lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém. Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta pela tua purificação o prescrito por Moisés, como prova de tua cura para eles” (Mc.1,40-44).

A lei exigia que o leproso curado se apresentasse aos sacerdotes para evitar que alguém que não estava totalmente curado voltasse para o convívio da família e contaminasse pessoas sadias. O sacerdote exigia que o leproso curado tirasse a roupa e, após ter constatado que a doença tinha desaparecido completamente o declarava puro, isto é, curado. Podia acontecer que as feridas tivessem desaparecido dos membros descobertos do corpo, mas estar ainda presente nas partes cobertas pela roupa.

Além de viver com fidelidade tudo aquilo que Jesus ensinou devemos também ter uma postura coerente com a verdade que vivemos. Atitudes e palavras que possam ser interpretadas pelos demais membros da comunidade e mesmo pelo mundo como desonestas devem ser evitadas para que não se tornem ocasião de escândalo. Jesus falou de forma severa contra o escândalo: 6 Mas quem escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor seria para ele que lhe pendurassem uma pedra de moinho ao pescoço e o jogassem no fundo do mar. 7 Ai do mundo por causa dos escândalos! Não pode deixar de haver escândalos; mas ai daquele por quem vier o escândalo! (Mt.18,6-7).

São Paulo também adverte os membros da comunidade sobre o escândalo. Atos e atitudes que não são pecaminosos, mas que podem chocar membros da comunidade, devem ser evitados: 32 Não sejais objeto de escândalo nem para judeus, nem para gregos, nem para a Igreja de Deus, 33 como eu quero agradar a todos em tudo, não procurando a minha conveniência, porém a de todos, para que se salvem (1Cor.10,32-33). Hoje, há pessoas que usam roupas decentes, mas inadequadas para participar da missa. Para não chocar ou escandalizar alguns membros da comunidade seria bom que certos tipos de indumentária fossem evitados quando as pessoas se vestem para ir à Igreja.

São Paulo afirma que imitava Jesus Cristo e se apresentava como modelo para os membros da sua comunidade: 1 Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo (1Cor.11,1). São Paulo se apresentava como modelo no lugar de Cristo, porque ele podia ser observado enquanto Jesus que ele anunciava não era visível. Para nós tanto Jesus como São Paulo, por enquanto, são invisíveis. Por isto, é melhor tomar por modelo o próprio Jesus que Deus Pai enviou não apenas como modelo, mas também como mestre e por isto deve ser imitado e ouvido.

Código : domin922

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 11/02/2015
Código do texto: T5134010
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