Homilia de Pe. Angelo Busrnardo- III Dom. Comum( O profeta Jonas e os habitantes de Nínive.)

25 /01 / 2015

Jn.3,1-5.10 / 1Cor.7,29-31 / Mc.1,14-20

Deus quis advertir os habitantes de Nínive e confiou a missão ao profeta Jonas. O profeta se apavorou porque a missão era realmente espinhosa. Jonas sabia que parte da população não acreditaria nele e que se a parte da população que acreditasse se convertesse Deus não castigaria a cidade. Se o castigo fosse evitado, a parte da população que não tinha acreditado o consideraria louco; se a cidade fosse castigada por Deus, os sobreviventes o linchariam achando que foi ele que atraiu o castigo.

Em vez de ir para Nínive, Jonas embarcou num navio que ia para Tarsis. Mas Deus submeteu a embarcação a uma forte ventania que atingia somente a área onde estava o navio no qual Jonas tinha embarcado e isso levou os marinheiros a desconfiar que pudesse ser um castigo divino. Jonas reconheceu que ele estava tentando fugir da missão que Deus lhe tinha confiado e pediu aos marinheiros que o jogasse no mar. Deus o resgatou de forma milagrosa e pela segunda vez o enviou para Nínive: 1 A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas uma segunda vez: 2 “Levanta-te, vai a Nínive, a grande cidade, e anuncia-lhe a mensagem que eu te disser”. 3 Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma cidade muito grande: eram necessários três dias para percorrê-la. 4 Jonas entrou na cidade e a percorreu durante um dia. Pregou, então, dizendo: “Ainda quarenta dias e Nínive será destruída” (Jn.3,1-4). Parte dos habitantes de Nínive fez penitência e o castigo foi evitado.

Deus respeita a liberdade das pessoas. Mas quando Deus confia a uma pessoa uma missão que, se não for cumprida, pode prejudicar outras pessoas, Ele exige o cumprimento da missão. Se Jonas não tivesse advertido os ninivitas, a cidade teria sido castigada. Deus escolheu Jonas porque, certamente, ele era conhecido na cidade de Nínive e isto dava mais credibilidade à mensagem. Se Deus tivesse substituído Jonas por um profeta desconhecido a possibilidade de a advertência ser bem sucedida seria menor.

Quem recebe de Deus uma missão deve cumpri-la, mesmo que isto represente risco de vida ou de ser considerado louco. É melhor ser considerado louco pelo mundo e ser aprovado por Deus do que ser elogiado pelo mundo e ser condenado por Deus.

A alma é imortal e, portanto, muito mais importante que o corpo. Mas o corpo reage quando as suas necessidades não são satisfeitas, manifestando-se através do cansaço, fome, sede, frio e calor. Isto leva as pessoas a se preocuparem mais com as necessidades do corpo do que com a santificação da alma. Nesta fase da vida, o corpo dura pouco e por isto São Paulo adverte os membros da comunidade de Corinto que dediquem o tempo estritamente necessário para satisfazer as necessidades do corpo para poder concentrar mais tempo e esforços para a santificação da alma: 29 Digo-vos, pois, irmãos: o tempo é curto. Só resta que os que têm mulher vivam como se não a tivessem; 30 os que choram, como se não chorassem; os que se alegram como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem, 31 e os que usam deste mundo, como se dele não usassem; porque passa a aparência deste mundo (1Cor.7,29-31). Hoje o mundo cristão está caminhando para uma paganização acelerada e poucos dedicam tempo para a vida espiritual. Se quisermos ser fiéis a Deus devemos evitar as tendências do mundo.

João Batista foi preso por denunciar a infidelidade de Herodes: 17 É que Herodes tinha mandado prender João e metê-lo acorrentado na cadeia, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual se tinha casado. 18 Com efeito, João dizia a Herodes: “Não te é permitido viver com a mulher de teu irmão” (Mc.6,17-18). João Batista batizava com água e avisava os seus seguidores que aguardassem a manifestação do Messias que já estava no mundo. Com a manifestação de Jesus, João o apresentou aos seus seguidores, incentivando-os a segui-lo: 26 Eles foram ter com João e lhe disseram: “Mestre, aquele que estava contigo do outro lado do Jordão, de quem deste testemunho, está agora batizando, e todos vão para ele”. 27 João respondeu: “Ninguém pode receber nada se não lhe for dado do céu. 28 Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: eu não sou o Cristo mas o enviado na frente dele. 29 Quem tem a noiva é o noivo. O amigo do noivo, que está presente e o ouve, muito se alegra com a voz do noivo. Pois é assim que minha alegria ficou completa. 30 É preciso que ele cresça e eu diminua” (Jo.3,26-30). Por isto, quando Jesus chamou alguns dos discípulos de João, estes o seguiram imediatamente, pois já sabiam que estavam seguindo o verdadeiro Messias: 16 Enquanto caminhava ao longo do mar da Galiléia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 E Jesus lhes disse: “Vinde comigo, e eu farei de vós pescadores de gente”. 18 Deixando imediatamente as redes, eles o seguiram. 19 Indo um pouco mais adiante, viu Tiago filho de Zebedeu e João, seu irmão, consertando as redes no barco. 20 Ele os chamou. E eles deixaram o pai, Zebedeu O batismo, no barco com os empregados e partiram, seguindo Jesus (Mc.1,16-20).

Para resgatar a humanidade, Jesus precisava fundar a Igreja Católica e confiar-lhe os sacramentos com os quais ela teria poder para libertar o ser humano da escravidão de satanás e torná-lo novamente filho adotivo de Deus. Por isto Jesus começa a anunciar a proximidade de um reino: 14 Depois de João ter sido preso, Jesus veio para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, 15 dizendo: “Completou-se o tempo, e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc.1,14-15). O reino anunciado por Jesus é a Igreja Católica que será fundada na última ceia com a instituição da Eucaristia quando o sacrifício do cordeiro animal e substituído pelo sacrifício do Cordeiro de Deus.

No tempo de Jesus, havia na Igreja do Antigo Testamento homens, do ponto de vista humano, mais preparados que os apóstolos. Os sacerdotes que exerciam o ministério no templo de Jerusalém tinham mais preparo que os pescadores escolhidos por Jesus. Apesar do preparo intelectual e de conhecerem as profecias, os sacerdotes não foram capazes de reconhecer que João Batista tinha sido enviado por Deus e que Jesus era o Messias. Faltou aos sacerdotes fé e fidelidade e por isto foram rejeitados. Apesar de não terem grandes conhecimentos da Bíblia, os homens escolhidos por Deus através de Jesus eram fiéis e tinham fé. Deus não escolhe os capacitados mas capacita aqueles que Ele escolhe: 4 Tal é a confiança que temos em Deus por Cristo. 5 Não que por própria força sejamos capazes de pensar alguma coisa como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus. 6 Ele é que nos capacitou como ministros da nova aliança, não da letra mas do Espírito. Pois a letra mata e o espírito dá vida (2Cor.3,5-6).

Se Jesus tivesse escolhido os doze apóstolos entre os sacerdotes, provavelmente, eles teriam exigido que Ele se adaptasse às opiniões e ao modo de evangelizar deles. Assim a Igreja fundada por Jesus teria virada uma caricatura da igreja do Antigo Testamento. Tendo escolhido homens do povo, livres das tradições ministeriais próprias dos eclesiásticos da época, Jesus pôde preparar os seus seguidores de acordo com os planos de Deus.

Código : domin919

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 25/01/2015
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