O QUE DIZEM DO CRISTO

O QUE DIZEM DO CRISTO

A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são a manifestação. A dor é uma bênção que de Deus envia aos seus eleitos, não vos aflijais, pois, quando sofrerdes, mas bendizei, ao contrário, o Deus todo-poderoso que vos marcou pela dor neste mundo para a glória do céu.

Tudo se resume em paciência e doçura, dois atributos que todo ser humano poderá enfrentar no orbe em que vivemos. Por incrível que pareça os dicionários quando se referem a Jesus trazem a seguinte sinonímia: Quando se referem à palavra Cristo afirmam que deriva do latim Christu e do grego Christós, o que foi ungido (Que se ungiu. Fomentado com unguento. Que recebeu a extrema-unção. Que foi alvo da cerimônia da sagração).

Jesus é um nome de origem hebraica que significa Salvador. As primeiras fontes de informações sobre a vida do Jesus mais conhecido mundialmente são os quatro Evangelhos Canônicos, presentes no Novo Testamento, que relatam desde o seu nascimento até sua morte. Segundo as Escrituras Sagradas, Jesus é a imagem central do Cristianismo, o redentor da humanidade. Jesus, para o islamismo, é conhecido como Isa, ou Isa ibn Maryam (Jesus filho de Maria), é considerado um dos principais profetas do Islã.

Para um segmento do judaísmo, Jesus é um profeta, para outro é um apóstata. Vários nomes são usados para designar Jesus, entre eles, Cristo, Senhor, Filho de Deus, Mestre, o Profeta, o Messias, o Cordeiro de Deus e Rei dos Judeus. A interjeição Jesus! Significa admiração, espanto. http://www.significados.com.br/).A imagem de Jesus Cristo crucificado (Seria mais razoável o emprego de minúscula inicial, nesta acepção). Redentor, Messias. Vítima de logro, perseguição, zombaria, coisa desagradável. (no vernacular brasileiro). Bancar o cristo. Expiar ou pagar pelos outros; ser o cristo. Ser o cristo. Bancar o cristo.

É bem verdade que algumas expressões aqui mencionadas são clichês populares. Nietzsche escreveu no princípio do século: "Se o Cristo voltasse ao mundo em nossos dias, a primeira declaração que faria ao mundo cristão seria esta: Para cristãos, sabei que eu não sou cristão". Já Mahatma Gandhi respondia a todos os missionários cristãos que o queriam converter: "Aceito o Cristo e seu Evangelho, não aceito o vosso cristianismo". Abraham Lincoln, um dos maiores presidentes dos Estados Unidos, nunca se filiou a nenhuma das igrejas cristãs que há nesse país, porque estava à espera da igreja do Cristo. (Grifo nosso).

Albert Schweltzer, teólogo cristão e filho de um ministro evangélico, escreveu: "Nós injetamos nos homens o soro da nossa teologia, e quem é vacinado com o nosso cristianismo está imunizado contra o espírito do Cristo". Você concorda com esta discrepância quando se referem ao Cristo? Por que existe esta discrepância entre o Cristo com alguma organização religiosa: qualquer tentativa é necessariamente uma deturpação e uma falência. Toda a organização é produto do ego, e esse ego é, por sua natureza, egocêntrico, e por isso anti-Crístico. A palavra crístico está relacionada à vida ou ao próprio Jesus Cristo. Aquele que age conforme a filosofia e ensinamentos de Jesus Cristo. Um homem plenamente espiritual e espiritualizado.

O homem crístico está liberto de qualquer espírito mercenário; trabalha inteiramente de graça, nem espera resultado algum externo de seus trabalhos. Trabalha por amor à sua grande missão, pois sabe que é embaixador plenipotenciário de Deus aqui na terra e em outros mundos. "E é por isso que ele trabalha com o máximo de perfeição e alegria em tudo, tanto nas coisas grandes como nas coisas pequenas." A cristicidade de muitos produziria, por via indireta, uma espécie de cristianismo social por indução. A única coisa que pode haver é uma experiência crística individual, mas nunca uma organização cristã social. Deus, nosso Pai, jamais esteve inativo.

Compete-nos seguir o exemplo Dele. Para servir não são necessárias moedas, muito tempo disponível, lugar apropriado… Em todo lugar encontramos ensejo quando realmente queremos, quando não estamos demais preocupados conosco, com nossas necessidades, com nosso ego. No trabalho: a dedicação, a tolerância, a solicitude, a responsabilidade. Em casa: o amor, a tolerância, a autoridade quando necessária. Na rua: um cumprimento, um sorriso. (Lourdes Carolina Gagete). Diversas pessoas têm tido e têm experiência crística; e onde há uma plenitude há necessariamente um transbordamento.

Se houvesse muitos homens individuais com genuína experiência crística, o mundo social seria grandemente beneficiado por essa plenitude individual. Mas o que é impossível e contraproducente é que o espírito de Cristo seja expresso por uma organização qualquer, como o ocidente tem tentado inutilmente. Isto o Cristo já sabia quando preveniu os seus conterrâneos, dizendo: "O reino dos céus não vem com observâncias, nem se pode dizer ei-lo aqui, ei-lo acolá! O reino dos céus está dentro de nós". Segundo Huberto Rhoden, existem no Brasil três tipos principais de cristianismo: católico, protestante e espírita.

Será que algumas dessas organizações certamente sinceras, pode ser identificadas com a genuína mensagem do Cristo? Teria o Cristo feito consistir a grandiosa mensagem cósmica do seu Evangelho em confissão, comunhão e missa? Ou em ler a Bíblia de capa a capa e crer no sangue redentor de Jesus? Ou ainda em caridade e crença em sucessivas reencarnações? Se assim fosse, seria Jesus um hábil codificador de preceitos e proibições, mas nunca esse gênio cósmico que foi o Cristo Real da história.

Radha Krishnan, antigo presidente da Índia escreveu: "A religião da humanidade do futuro será a mística", Místico é aquele que pertence ao misticismo: os autores místicos. Pessoa dominada por ideias místicas, por intensa devoção religiosa. Outros significados: alegórico, ascético, eremítico, espiritual, misterioso e simbólico. Paulo de Tarso em suas afirmações denotava a figura de Jesus como um ser diferente. Talvez fosse totalmente divino e não humano. E quem sabe um agênere. O que é um agênere? É uma aparição em que o desencarnado se reveste de forma mais precisa, das aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão ao observador, que supõe ter diante de si um ser corpóreo.

Esse fato ocorre devido à natureza e propriedades do perispírito que possibilitam ao Espírito, por intermédio de seu pensamento e vontade, provocar modificações nesse corpo espiritual a ponto de torná-lo visível. Há uma condensação (os Espíritos usam essa palavra a título de comparação apenas) tal, que o perispírito, por meio das moléculas que o constituem, adquire as características de um corpo sólido, capaz de produzir impressão ao tato, deixar vestígios de sua presença, tornar-se tangível, conservando as possibilidades de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.

O ectoplasma é uma substância esbranquiçada que o Espírito desencarnado usa para materializar-se e tornar-se visível. O sentido agênere não se adequa a Jesus, mesmo em si afirmar (dogma de fé) que ele tenha nascido por obra e graça do Espírito Santo, o que a ciência ou os cientistas não aceitam até hoje. Para que um Espírito condense seu perispírito, tornando-se um agênere; será necessária, além da sua vontade, uma combinação de fluidos afins peculiares aos encarnados, permissão, além de outras condições cuja mecânica se desconhece. Nesses casos a tangibilidade pode chegar a tal ponto que é possível ao observador tocar, palpar, sentir a resistência da matéria, o que não impede que o agênere desapareça com a rapidez de um relâmpago, através da desagregação das moléculas fluídicas.

Os seres que se apresentam nessas condições não nascem e nem morrem como os homens; daí o nome: agênere - do grego: a (privativo), e (géine, géinomai, gerado): não gerado, ou seja, que não foi gerado. Podendo ser vistos, não se sabe de onde vieram, nem para onde vão. Não podem ser presos, agredidos, visto que não possuem um corpo carnal. Desapareceriam, tão logo percebessem a intenção diferente ou que os quisessem tocar, caso não o queiram permitir. Os agêneres, embora possam ser confundidos com os encarnados, possuem algo de insólito, diferente. O olhar não possui a nitidez do olhar humano e, mesmo que possam conversar, a linguagem é breve, sentenciosa, sem a flexibilidade da linguagem humana.

Não permanecem por muito tempo entre os encarnados, não podendo se tornar comensais de uma casa, nem figurar como membros de uma família, apesar de Jesus ter vivido apenas 33 anos conforme algumas religiões e teólogos, essa premissa ainda carece de muitos estudos, ele pregava por muitas vezes e em qualquer lugar, por isso, não acreditamos que ele tenha sido agênere comparando-se ao que foi citado nas entrelinhas. Jesus teria sido místico? Segundo explicita Lewis, Ralph M, "O místico é aquele que aspira a uma união pessoal ou a unidade com o Absoluto, que ele pode chamar de Deus, Cósmico, Mente Universal, Ser Supremo.". A mística é uma experiência estritamente individual, que, quando organizada socialmente, deixa de existir, assim como vida encaixotada não é vida, luz engarrafada não é luz.

É da íntima essência da experiência mística ser individual, o que, todavia não impede que essa verticalidade individual se desdobre em horizontalidade social, mas esse desdobramento ou transbordamento só acontece quando a experiência vertical atinge o zênite de sua plenitude. Zênite é um ponto de referência para a observação do céu, é um conceito utilizado nas ciências naturais, principalmente na astronomia. Zênite é definido como o ponto exatamente acima de um lugar específico, ou seja, a partir de um ponto numa superfície horizontal traça-se uma reta imaginária perpendicular ao plano, o ponto acima da esfera é o zênite.

Existe outro significado para a palavra zênite, que deriva de uma expressão em árabe que significa direção da cabeça ou caminho acima da cabeça. O termo zênite também pode ser usado para definir o ponto mais alto no céu por onde um objeto celeste passa em sua trajetória aparente. Na astronomia, zênite define um dos eixos do sistema horizontal de coordenadas, nele a altura de um objeto é medida, em graus, a partir do horizonte, correspondendo sempre a 90°. Existe também o zênite solar, que é quando o sol está diretamente acima das árvores, isso geralmente acontece ao meio-dia solar.* Fonte Huberto Rhoden).

O zênite do sol sobre a terra ocorre apenas duas vezes ao ano e somente nas latitudes entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio. O nosso mundo conturbado não pode ser sanado por nenhuma nova organização, religiosa ou civil; somente a experiência mística de muitos pode beneficiar realmente a humanidade. Toda mística verdadeira é plena é irresistivelmente transbordante e difusora: se não for isto, não passa de misticismo, mas não é uma mística dinâmica. O Cristo nunca organizou nada, nem no âmbito religioso da Sinagoga de Israel, nem no setor civil da política do Império Romano.

A sua atuação foi exclusivamente indireta, por espontâneo transbordamento da sua própria plenitude, porque, como diz Paulo de Tarso, nele habitava corporalmente toda a plenitude da Divindade.

Durante quase três séculos, do ano 33 até 313, a cristandade das catacumbas vivia desta cristicidade mística, sem nenhuma organização social. E foi este o período mais glorioso do mundo cristão, o período da verticalidade mística das catacumbas, cuja única saída era para o martírio do Coliseu. Sabemos que no ano 33, foi Jesus entregue à morte pelo beijo de um dos seus discípulos, mas muitos ignoram que o mesmo Cristo, no ano 313, foi assassinado pelo beijo de outro discípulo dele, o primeiro imperador cristão Constantino Magno.

O beijo de Judas matou o corpo de Jesus, o beijo de Constantino matou o espírito do Cristo. Judas versus Jesus. Constantino versus Cristo. O beijo com que Constantino Magno traiu Cristo foi o Edito de Milão, do ano de 313, que pôs término a três séculos de perseguição, mas com este benefício de discípulo preludiou séculos de malefícios de traidor: convidou os discípulos de Cristo a se integrarem na organização do Império Romano: fez do cristianismo a religião oficial do Estado, uma religião estatal, defendida mediante armas, política e dinheiro, armas para matar os inimigos, política para enganar os amigos, dinheiro para comprar e vender consciências.

O Édito de Milão foi o fim de três séculos de cristicidade, e o princípio de muitos séculos de cristianismo, social, político, militar. O cristianismo de Constantino continua até hoje no mundo oficial, das igrejas e de alguns governos. Paralelamente, à sombra das catacumbas do silêncio e da solidão, continua em algumas almas a cristicidade dos místicos, cujos nomes não constam e cujas estátuas não figuram em praças e salões.

A verdadeira mensagem do Cristo é perfeitamente compatível com a mais alta evolução cultural da humanidade, mas não com as nossas teologias cristãs. A única chance de cristificar a humanidade é voltarmos à cristicidade da mensagem real do Cristo, que não está condicionada a tempo e espaço, mas é uma mensagem tipicamente extemporaneamente e extraoficial, porque, como dizia Tertuliano, toda a alma humana é crística por sua própria natureza.

É sabido que a Europa moderna, sobretudo França, Alemanha, Inglaterra, abandonou praticamente o cristianismo tradicional das igrejas. Por isso os teólogos e missionários se voltam para os povos subdesenvolvidos e semianalfabetos da América Latina, onde ainda é possível a aceitação do cristianismo teológico, como no tempo do Império Romano, quando esse cristianismo surgiu. Os países do Oriente não aceitarão jamais o nosso cristianismo em sua forma eclesiástica, porque a cultura filosófica milenar do Oriente é incompatível com as nossas teologias: até hoje, após séculos de esforços missionários, não há 1% (impor cento) de cristãos nos países asiáticos.

Não condenamos as organizações eclesiásticas ou religiosas que aparecem com o nome de cristianismo. Sabemos que um grupo número de pessoas necessita de uma religião padronizada, que eles possam encampar como norma moral. Essa religião padronizada pode ser considerada como uma espécie de corpo, mas não como a alma do cristianismo, que é o próprio Evangelho do Cristo. Sendo a maioria das organizações religiosas constituídas de massas de pouca evolução, devem os membros delas crer p que podem crer, sabendo, porém, que a verdadeira mensagem do Cristo é algo infinitamente mais sublime, consistindo na realização do Reino de Deus na vida diária.

A maioria das nuanças aqui explicitadas refletem o pensamento de Paulo de Tarso e do escritor e teólogo Huberto Rohden que esse ser imperfeito repassa para os senhores, pois sempre é de bom alvitre que tenhamos conhecimentos diversos, mas na realidade o que temos de mais valioso em nossa vida é a fé. Enquanto as crenças e práticas externas não impedirem a realização do reino de Deus, podem elas ser toleradas; mas, se alguém identificar com elas a alma da mensagem do Cristo, constitui impedimento para a realização do Reino de Deus sobre a face da terra. Pense nisso!

(TRABALHO DE PESQUISA)

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 15/01/2015
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