Homilia de Pe. Angelo Busrnardo- II Dom. Comum.

18 / 01 / 2015

1Sm.3.3b-10.19 / 1Cor.6,13c.17-20 / Jo.1,35-42

Deus exige fidelidade. Se não encontra fidelidade entre aqueles que dirigem a sua Igreja, Deus os substitui por outros. O sacerdote Eli preparou seus dois filhos para substituí-lo assim que morresse: 12Ora, os filhos de Eli eram uns canalhas. Não se importavam com o Senhor, 13nem com o dever dos sacerdotes para com o povo: Toda vez que alguém oferecia um sacrifício e enquanto ainda se cozinhava a carne, vinha o auxiliar do sacerdote, empunhando um garfo de três dentes; 14ele o fincava no tacho ou na panela, ou ainda na caçarola ou marmita e tudo o que o garfo trazia à tona, tomava para si o sacerdote. Desta maneira procediam com todo Israel que ia lá a Silo (1Sm.2,12-14).

A infidelidade dos filhos de Eli forçou Deus a chamar Samuel para substituir Eli após a sua morte. Samuel foi gerado milagrosamente por uma mulher estéril que se comprometera a consagrá-lo a Deus se conseguisse engravidar: 26 Ana disse: “Com licença, senhor! pela tua vida, meu senhor, eu sou aquela mulher que esteve de pé junto de ti neste mesmo lugar, rezando ao Senhor. 27É por este menino que eu então rezei, e o Senhor atendeu o pedido que lhe propus. 28Por minha vez, eu o cedo ao Senhor; enquanto ele viver seja entregue ao Senhor”. E ele prostrou-se ali diante do Senhor (1Sm.1,25-28). Os dois filhos de Eli morreram na guerra contra os filisteus e, com a morte de Eli, Samuel assumiu a direção do templo de Silos.

Ofni e Finéias, filhos de Eli, não tinham moral e nem vergonha na cara: 22Eli já era muito velho, e chegou aos seus ouvidos tudo o que os filhos faziam a todo Israel e também que se manchavam com as mulheres que prestavam serviço na entrada da tenda de reunião (1Sm.2,22). Deus rejeitou os filhos de Eli e os substituiu por Samuel.

No tempo de Jesus, o templo de Jerusalém era servido por vinte e quatro equipes de sacerdotes: 6 O notário levita Semeías filho de Natanael os registrou na presença do rei, dos altos funcionários, do sacerdote Sadoc, de Aquimelec filho de Eleazar, dos chefes de famílias sacerdotais e levíticas. Era sorteada ora uma família de Eleazar, ora uma de Itamar. 7O primeiro sorteio designou a Joiarib, o segundo a Jedaías, 8o terceiro a Harim, o quarto a Seorim, 9 o quinto a Melquias, o sexto a Mainã, 10 o sétimo a Acos, o oitavo a Abias, 11o nono a Jesua, o décimo a Sequenias, 12o décimo primeiro a Eliasib, o décimo segundo a Jacim, 13 o décimo terceiro a Hofa, o décimo quarto a Isbaab, 14 o décimo quinto a Belga, o décimo sexto a Emer, 15 o décimo sétimo a Hezir, o décimo oitavo a Afses, 16 o décimo nono a Fetatias, o vigésimo a Ezequiel, 17 o vigésimo primeiro a Jaquin, o vigésimo segundo a Gamul, 18 o vigésimo terceiro a Dalaías e o vigésimo quarto a Maazias (1Cr.24,6-18). Supondo que cada equipe tivesse dez sacerdotes, havia no serviço do templo duzentos e quarenta homens com bom preparo e treinados para lidar com o povo. Certamente os sacerdotes que serviam no templo de Jerusalém não eram tão perversos como os filhos de Eli. Jesus podia ter escolhido entre esses sacerdotes os doze apóstolos para ordenar na última ceia e confiar a Igreja Católica que também foi fundada na última ceia com a instituição da Eucaristia. No entanto, seguindo a orientação de Deus Pai, Jesus escolheu doze homens que, a nível humano, eram bem menos preparados que os sacerdotes do templo.

Os sacerdotes do templo tinham preparo, mas não estavam abertos aos sinais que Deus lhes enviou. Ao ficar grávida, Maria ficou três meses em Jerusalém e deve ter falado com a maioria dos sacerdotes que o Filho que estava esperando era o Messias. Nenhum dos sacerdotes se preocupou em confrontar o que Maria estava dizendo com as profecias para constatar se ela estava falando a verdade. Quarenta dias após o nascimento, José e Maria apresentaram Jesus ao templo. Nenhum dos sacerdotes que oficialmente exerciam o ministério no templo se apresentou para receber Jesus. Maria e José foram atendidos por sacerdote idoso que estava apenas esperando ver o Messias para morrer e por uma viúva de oitenta e quatro anos: 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Justo e piedoso, ele esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. 26 Pelo Espírito Santo lhe fora revelado que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, veio ao Templo. E quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo, a fim de cumprirem a respeito dele o que estava escrito na Lei, 28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus dizendo: 29 “Agora, Senhor, já podes deixar teu servo ir em paz, segundo a tua palavra (Lc.2,25-29); 36 Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, de idade muito avançada. Casada ainda bem jovem, viveu sete anos com o marido, quando enviuvou, 37 permanecendo assim até os oitenta e quatro anos. Não se afastava do Templo, servindo a Deus dia e noite, com jejuns e orações. 38 Chegando naquela mesma hora, louvava também ela a Deus e falava do menino a todos que esperavam a libertação de Jerusalém (Lc.2,36-38).

Quando os magos chegaram a Jerusalém, forçados por Herodes, os sacerdotes novamente tomaram conhecimento do nascimento do Messias e até indicaram o local onde Ele deveria estar, mas não foram até Belém para verificar quem era o tal de Rei que os magos estavam procurando: 3 Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado e com ele toda Jerusalém. 4 Reuniu todos os sumos sacerdotes e os escribas do povo, e começou a perguntar-lhes onde deveria nascer o Cristo. 5 “Em Belém da Judéia – responderam eles – pois assim foi escrito pelo profeta :6E tu, Belém, terra de Judá, de forma alguma és a menor das sedes distritais de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará meu povo Israel” (Mt.2,4-6).

Apesar de todos os milagres feitos por Jesus, os sacerdotes liderados pelos diversos sumos sacerdotes que dirigiam o templo juntamente com o sinédrio forçaram Pilatos a condenar Jesus à morte na cruz.

Como não pôde contar com aqueles que, humanamente falando, tinham mais preparo, inspirado pelo Pai, Jesus escolheu homens do povo para revesti-los com o sacramento da ordem e confiar-lhes a Igreja: 35 No dia seguinte, João estava lá de novo com dois dos seus discípulos. 36 Fixou o olhar em Jesus que passava, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. 37 Os dois discípulos ouviram isto e seguiram Jesus. 38 Então Jesus voltou-se para eles e, vendo que o seguiam, perguntou-lhes: “A quem procurais?” Responderam-lhe: “Rabi –que quer dizer Mestre – onde moras?”39 Ele disse: “Vinde e vede”. Eles foram, viram onde morava e ficaram com ele aquele dia. Eram quase quatro horas da tarde. 40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41 Foi logo encontrar seu irmão, Simão, e lhe disse: “Encontramos o Messias”–que quer dizer Cristo. 42 Ele o levou até Jesus. Jesus fixou o olhar nele e disse: “Tu és Simão filho de João. Serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro” (Jo.1,35-42).

Aqueles que tinham melhores condições para colaborar com Jesus não o reconheceram e por isto foram rejeitados e substituídos por pescadores assim como os filhos de Eli foram rejeitados e substituídos por Samuel.

A honestidade e a pureza são mais apreciadas por Deus do que o preparo intelectual: O corpo não é para a prostituição, mas sim para o Senhor, e o Senhor para o corpo (1Cor.6,13c). A pessoa desonesta permanece longe de Deus e, se através do preparo intelectual, conseguir atrair pessoas não as levará para Deus. Enquanto quem se aproximar de um eclesiástico honesto estará automaticamente perto de Deus. O ideal é que o eclesiástico seja fiel e tenha bom preparo, mas a fidelidade é mais apreciada por Deus do que o preparo intelectual.

Além de levar uma vida santa, todos devem estar atentos aos sinais, porque Jesus voltará antes do fim do mundo quando Deus estabelecer neste planeta os novos céus e a nova terra. Os judeus esperavam um Messias poderoso que exterminaria os inimigos e transformaria Israel num reino glorioso e veio Jesus, o Servo Sofredor. Os líderes da Igreja Católica hoje acreditam que Jesus voltará somente de forma gloriosa no último dia quando este planeta será derretido pelo fogo. Mas, antes do fim do mundo, Deus restaurará o paraíso terrestre e então Jesus voltará de forma não gloriosa para dirigir a sua Igreja como, durante quarenta dias após a ressurreição Ele apareceu aos discípulos: 9 Dizendo isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem o ocultou a seus olhos. 10 Estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele partia, eis que dois homens vestidos de branco puseram-se diante deles. 11 Eles também disseram: “Galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que foi elevado ao céu de vosso meio, voltará assim como o vistes subir para o céu” (At.1,9-11). Como os líderes eclesiásticos de Israel não reconheceram Jesus em sua primeira vinda e foram rejeitados por Ele. Pode acontecer que os homens que lideram a Igreja Católica quando Jesus voltar para dirigir sua Igreja também não o reconheçam.

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 13/01/2015
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