TERIA JESUS FUNDADO ALGUMA IGREJA?

TERIA JESUS FUNDADO ALGUMA IGREJA?

"Se bom agora, na medida em que foste mau ontem. Segue o caminho corajosamente, com a mesma decisão com que paraste. Ajuda teus irmãos hoje com a mesma generosidade com que ontem foste ajudado. Aconselha para o bem, como foste aconselhado". (Carlos Torres Pastorino).

Uma pergunta de poder eminente, mas com escolho em virtude da nossa neofiticidade em termos de história, e pela deficiência de alguns em termos de etiologia, ou mesmo da etimologia das palavras. Na concepção mais usual, igreja significa templo cristão. Palavra que deriva do grego enklesía, assembleia de cidadãos, assembleia de fiéis, e do latim eclesia. Outras sinonímias estão assim delineadas: "autoridade eclesiástica, a comunidade dos cristãos, o conjunto de fiéis ligados pela mesma fé e sujeitos aos mesmos chefes espirituais".

Pela denominação irregular pode ser sinonimizada como igrejola e igrejório. Uma pergunta que muita gente faz, mas não tem uma resposta ideal: "Fundou Jesus uma Igreja?". Poderíamos responder sim e não. A resposta será fortalecida na ideia do que se entende por igreja. A palavra grega tem muito haver com a resposta. Ekklesia, e o vocábulo latino ecclesia, ocorrem repetidas vezes nos Evangelhos. Traduzindo para a língua portuguesa teremos igreja.

Mas o que, hoje em dia, se entende por igreja é algo totalmente diferente do sentido primitivo da palavra. Igreja é para os cristãos, uma organização social e hierárquica, com seu chefe humano e com sua constituição jurídica. Segundo Tomás de Aquino igreja é definido como uma sociedade perfeita, dotada de poder executivo, poder legislativo e poder judiciário. ( GRIFO NOSSO).

A igreja segundo este conceito teológico, desenvolvido desde o quarto século, é uma organização estatal, cujo funcionamento obedece às mesmas normas de qualquer outro governo. Segundo citações de Huberto Rhoden, esse é o aspecto jurídico-legal da igreja. Igreja, do latim ecclesia, é um templo cristão, é o local da pregação dos ensinamentos de Cristo, obedecendo aos princípios da ética cristã. Igreja é o conjunto de fiéis unidos pela mesma fé e que celebram as mesmas doutrinas religiosas.

Em sociologia, Igreja é um grupo religioso organizado e institucionalizado. É uma sociedade cujos membros representam da mesma maneira o mundo sagrado e suas relações com o mundo profano. Como grupo, uma igreja abrange uma comunidade dos que creem e, geralmente um corpo de sacerdotes, hierarquizado ou não. Como instituição, a igreja representa um sistema de preceitos dogmáticos, ritos e crenças. Poderíamos definir igreja de diversas formas, mas se faz necessário distinguir a diferença que existe entre igreja e religião. Religião é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado.

É um culto que aproxima o homem das entidades a quem são atribuídas poderes sobrenaturais. É uma crença em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para superar o sofrimento e alcançar a felicidade. Religião é também um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, baseadas em livros sagrados, que unem seus seguidores numa mesma comunidade moral, chamada Igreja. Todos os tipos de religião têm seus fundamentos, algumas se baseiam em diversas análises filosóficas, que explicam o que somos e porque viemos ao mundo.

Outras se sobressaem pela fé e outras em extensos ensinamentos éticos. Religião, no sentido figurado, significa qualquer atividade realizada com rígida frequência. No Evangelho, porém, a palavra igreja nada tem que ver com esse conceito. Todo Evangelho do Cristo Jesus gravita em torno do conceito central do "reino de Deus", ou "reino dos céus", e esse reino coincide exatamente com o que o Evangelho entende por igreja. Jesus sempre citava a palavra ("reino"). Em determinada ocasião, os discípulos os perguntaram: "Mestre, onde está o reino de Deus". Prontamente Jesus respondeu: "O reino de Deus não vem com observâncias, nem se pode dizer: ei-lo aqui, ei-lo acolá, o reino de Deus está dentro de vós… mas é como um tesouro oculto, como uma luz debaixo do velador, como uma pérola no fundo do mar". (GRIFO NOSSO).

No Antigo Testamento, a expressão reino de Deus significa o governo de Deus sobre toda a criação (Sl 103:29) e Seu Reino em Israel (1Cron 28:5; 2Cron 13:8). Aquele reino foi destruído por causa da desobediência de Israel, mas as profecias do Antigo Testamento predisseram que o reino seria estabelecido na terra por Cristo, o maior filho de Davi, e que Ele reinaria em verdade e retidão (Is 9:6-7; Dan. 2:44; 7:14). O quinto evangelho, do apóstolo Tomé, encontrado recentemente no Egito, é já traduzido em todas as línguas, inclusive para o português, trata explicitamente deste reino de Deus, no mundo e no homem, dessa igreja verdadeira, interna, real, invisível. Jesus nega explicitamente que o reino de Deus possa ser descoberto por meio de observação: que ele tenha localização geográfica, e possa apontá-lo a dedo, dizendo: aqui está o reino, acolá está o reino. (Fonte: "Que vos parece do Cristo" Huberto Rodhen - Editora Alvorada).

O reino de Deus está em forma de mistério durante a presente época da igreja (Mt 13:10-11). Um “mistério” é uma verdade que foi oculta no Antigo Testamento, mas revelada no Novo (Rm 16:25-26). O Antigo Testamento não viu a época da igreja entre as duas vindas de Cristo. Durante a época da igreja, o reino assume uma forma estranha não descrita na profecia do Antigo Testamento. O reino está nos céus e o reino ainda não foi estabelecido na terra. Ao invés, o reino de Deus reside nas pequenas e desdenhadas igrejas apostólicas, enquanto o falso reino do diabo cresce rapidamente e se espalha por todo o mundo (Mt 13:31-32). (Fonte: http://solascriptura-tt.org/). Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo.

Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. Disse-lhe então Pilatos: És, pois, rei? - Jesus lhe respondeu: Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.). O reino de Deus é imponente, belíssimo, um dia teremos acesso a Ele, mas precisamos melhorar muito a nossa vida terrena, para termos esse prazer maravilhoso um dia. O Espírito humano encontra-se em evolução, mas não posso jamais retrogradar. Somos seres inteligentes que habitam o Universo de Deus. Deus é a inteligência suprema, causa primária ou primeira de todas as coisas. O Espírito humano evolui através das vidas sucessivas, e isso só será possível, através da reencarnação.

A tradução "entre vós", como se fosse um fenômeno apenas social, é falsa; tanto o texto grego do primeiro século como o texto latino posterior diz: "está dentro de nós", isto é, no interior da alma humana. Como isto nega o Mestre que se trate de uma organização social, com sua constituição, seus três poderes: executivo, legislativo e judiciário. O único Espírito Puro a pisar no Orbe Terrestre enfrentou muitas adversidades, entre elas, a inveja, a arrogância, a estupidez, e a ação de dureza por parte das autoridades em que ele vivia, visto que, pelas suas pregações e curas foi nominado "rei dos judeus", fazendo com que Herodes, o grande com receio de perder o trono e o poder mandasse matar Jesus de Nazaré.

Responder ao ser indagado por Pilatos, governador romano da Judeia, se era rei, tendo o Cristo respondido que sim, mas que o sei reino não era deste mundo. É bom frisar que o reino de Deus existe em toda criatura humana, no entanto muitos humanos não se conscientizam disso e passam a reger sua vida pelo livre-arbítrio, uns agem em prol do bem e outros para o mal, esquecendo-se de Deus e do poder que lhes foi dado. A verdadeira igreja do Cristo nada tem que ver com organização social ou jurídico-legal, pois ela é fortalecida pela fé e pelas boas obras construídas pelo homem, principalmente aquelas que são voltadas para os mais carentes e estropiados. Uma indagação: "Por que então foi fundada a igreja visível"?

Essa igreja foi fundada pelos homens, pelos teólogos, e pode coexistir com a igreja invisível, assim como o corpo é o aspecto material da alma espiritual. No entanto, a igreja católica Apostólica Romana a que os católicos professam foi fundada no ano 381 depois de Cristo, pelo Imperador Teodósio I, o grande, através do Concílio de Constantinopla I e do Decreto Imperial "Cunctus Populos (todos os povos) - isto é toda a massa, em peso, era convidada a aderir à nova igreja, sem nenhuma exigência". A igreja Católica passou então a receber pessoas de todos os matizes, como por exemplo, os arianos, os pagãos com os seus deuses, os povos bárbaros, não regenerados, mas degenerados e outros convencidos e não convertidos. A igreja romana passou então a ser uma instituição totalmente paganizada, babilonizada e herética.

Sobre ela o Apocalipse adverte a todos que almejam a salvação: "Sai dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos.". ( Apocalipse 18:4). Seus fiéis tem alguma culpa pelos erros de sua igreja? De maneira alguma. (Jeovah Mendes). Já no primeiro século escrevia Paulo de Tarso aos cristãos: "Aos que, entre vós, são infantes em Cristo, dei-lhes leite para beber, mas aos que são adultos em Cristo, dei-lhes comida sólida". Infelizmente muitos chefes cristãos têm interesse-social, político e financeiro, em manter a cristandade no seu estágio infantil de obediência cega, porque nenhum chefe pode governar homens espiritualmente adultos. Parece que João, no Apocalipse, previu esta Cristocracia triunfante, quando escrevia: "Haverá um novo céu e um novo terra, e o reino de Deus será proclamado sobre a face da terra".

Os chefes espirituais podem e devem ser orientadores do povo, setas indicadoras ao longo do caminho, mas são intermediários entre o homem e Deus. Não basta dizer e fazer é necessário ser, em espírito e verdade, aquilo que recomendamos aos outros. Temos que acabar essa crença inserida no Antigo Testamento quando vibra em alguns momentos, com a força do açoite, da espada e da vingança, mostrando um Deus contraditório, quase sempre irado, às vezes furioso, muitas vezes injusto, rancoroso, cruel, e sem saber exatamente o que faz. O Deus de Jesus é justo, bondoso, caridoso e foi muito bom para o ser humano, basta somente que esse ser humano retribua a Deus o mesmo que Ele Deus deu ao homem. Ele é o nosso Pai Maior, pois Jesus nunca nominou Deus e sim chamá-lo de Meu Pai. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 11/01/2015
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